Capsulite adesiva e tendinopatia – Pesquisadores do IFSC/USP desenvolvem tratamento inovador

Uma equipe de pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) desenvolveu recentemente um tratamento inovador para capsulite adesiva e tendinopatia, duas patologias que apresentam um quadro de dor, inflamação e uma limitação da amplitude de movimentos.

Pensando em todo o desconforto e sofrimento por que passam os portadores destas patologias, a equipe de cientistas desenvolveu um equipamento chamado Laser Roller, que realiza compressão, fricção e um deslizamento em toda a extensão muscular, realizadas através de duas esferas que estão acopladas na extremidade do aparelho, conseguindo agora, otimizar os resultados desse tratamento. “Trata-se da conjugação dos tratamentos de liberação miofacial e de fotobiomodulação, que, realizada através deste equipamento, fez com que conseguíssemos aliviar a dor, a inflamação, a reparação do tecido e também a reorganização e a liberação dessa fáscia muscular dos pacientes. Com isso, a expectativa é eles poderem voltar às suas atividades, tendo uma melhora do bem-estar e da qualidade de vida”, afirma a doutoranda e pesquisadora Ana Carolina Canelada, uma das autoras do estudo que foi publicado no “Journal of Novel Physiotherapies”.

Resultados muito positivos

Ana Carolina Canelada

Para conhecerem quais seriam os resultados desta pesquisa, utilizando o referido tratamento, os pesquisadores organizaram um grupo composto por trinta pacientes, dos quais quinze apresentavam capsulite, e outros quinze com tendinopatia. A partir daí, esse grupo foi dividido em subgrupos. Os pesquisadores submeteram os pacientes ao tratamento com a liberação miofacial, ação conjugada da aplicação de laser ao longo de duas sessões por semana, totalizando dez sessões de quinze minutos cada uma. “Após sessenta dias dessa intervenção, comparamos e monitoramos esses pacientes. Neste estudo comparativo com três grupos distintos, sendo um com laser, o outro com liberação miofacial, e o terceiro conjugando as duas ações anteriores onde se obteve um resultado realmente muito bom, com uma melhoria rápida num tempo de tratamento menor do que o habitual. O paciente voltou às suas atividades, com a sua qualidade de vida retomada”, pontua a pesquisadora.

Tratamento rápido e eficaz

A capsulite adesiva é uma inflamação da cápsula articular (localizada no ombro), sendo que o tratamento convencional feito através de fisioterapia é muito longo, demorado. Já no tratamento desenvolvido pela equipe de pesquisadores do IFSC/USP, ele é composto por fases e assim se obtém uma recuperação bem rápida, em menor tempo. Segundo Ana Carolina, uma paciente sua, portadora de inflamação e dor e que passou pelo citado tratamento em Julho de 2023, relatou que a resposta ao tratamento foi muito rápida, tendo retomado as suas atividades diárias sem que a dor tenha voltado.

Contudo, a pesquisadora alerta: “Após o tratamento, a atividade física deverá ser constante, pois a falta de uso do músculo causa a perda de massa muscular e o retorno da capsulite adesiva”.

Mulheres são mais acometidas pela capsulite e tendinopatia

Segundo Ana Carolina, um fato desperta a atenção. “Essas duas patologias predominam mais entre as mulheres: a capsulite aparece em mulheres com idades entre 40 e 60 anos, enquanto a tendinopatia é mais prevalecente em mulheres com idades compreendidas entre 40 e 50 e após os 70 anos. O tendão supraesquinal é o mais acometido. Devido ao avanço da idade, esses tendões começam a ficar um pouco mais debilitados, ocorrendo assim um aumento da degeneração e com isso aparece a inflamação e dor”, sublinha a pesquisadora. 

Antonio Eduardo de Aquino Junior

Laser Roller, a pesquisa e o futuro

Para o pesquisador do Instituto de Física de São Carlos – IFSC/USP, Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior, novos projetos com o Laser Roller serão realizados por conta dos excelentes resultados conseguidos com a sua utilização. “Eu acredito que esse equipamento, por ser já uma ferramenta viável comercialmente, tem que ser mais explorado pelos profissionais por conta dos resultados excelentes que ele tem demonstrado. Nós percebemos que um profissional, quando não é treinado para manusear esse equipamento e não consegue obter o resultado, gera uma frustração. Então, junto à comunidade profissional, eu acredito que sessões contínuas de treinamento para o uso do equipamentos seriam fundamentais para que haja a compreensão da funcionalidade e do manuseio e aí a obtenção da eficácia. Obviamente, os trabalhos não ficam só nas áreas das tendinopatias e capsulite adesiva, já que é um equipamento que trata toda uma gama muscular com uma reabilitação mais rápida. Certamente que novos projetos com a utilização desse equipamento serão realizados, tudo isso com a inovação do IFSC/USP, sob a coordenação do Prof. Vanderlei Bagnato”, conclui o pesquisador.

Clique AQUI para conferir o estudo que foi feito.

Por Adão Geraldo e Rui Sintra (edição) – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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