Cineclube CDCC exibe “Um Doce Lar”

Com sessões gratuitas aos sábados, às 20 horas, o Cineclube do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da USP, em São Carlos, promoverá a seguinte programação no mês de junho de 2019:

 

Dia 6 – É APENAS O FIM DO MUNDO

Juste la fin du monde, Canadá, 2016, Drama, 103 minutos

Direção: Xavier Dolan

Elenco: Gaspard Ulliel, Marion Cotillard, Léa Seydoux

Nessa trama acompanhamos a história de Louis, um escritor que voltou para casa, depois de 12 anos, para comunicar à sua familia que ele está morrendo de uma doença terminal, mas que em nenhum momento do filme é mencionada. Durante esse período de mais de uma década distante, Louis mantém com seus parentes uma comunicação superficial resumida em envio de cartões postais em aniversários e feriados.

Ao voltar para casa, o protagonista encontra muita dificuldade em se comunicar com seus familiares. Depois de tanto tempo de ausência e falta de contato, é natural que sua presença gere estranhamento em seu núcleo familiar. Entretanto, as brigas e desavenças entre essa disfuncional familia, que dão sequencia ao enredo, têm origens que vão além do suposto incomodo que a visita de Louis causa.

Nessa problemática família, Antonie, seu irmão mais velho, é explosivo, violento e quase sempre acaba gerando uma discussão por motivos banais, descontando sempre em sua esposa, Catherine, que nitidamente é uma mulher insegura por conta da hostilidade do marido. A caçula Suzanne, que mal conhece seu irmão depois de tantos anos, encontra dificuldades para se abrir com ele e, por fim, sua mãe, que a todo momento se mostra uma pessoa ciente do caos que existe na convivência entre seus filhos.

Dirigido pelo jovem Xavier Dolan e baseado numa peça teatral, o filme se mostra eficiente em incomodar quem o asssiste, não pela qualidade de direção ou enredo, mas pela angustiante falta de comunicação entre Louis e seus familiares, que torna dramática a estadia do protagonista durante suas falhas tentativas de diálogo.

Douglas Gomes Lima dos Santos

NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS

Tema: Relações humanas

Contém: Drogas e linguagem imprópria

Dia 13 – O EXPRESSO DA MEIA-NOITE

Midnight Express, EUA, 1979, Drama, 121 minutos

Direção: Alan Parker

Elenco: Brad Davis, Irene Miracle, Bo Hopkins

Billy Hayes é um estudante americano que faz uma visita à Turquia durante a década de 70, e que, no retorno para seu país natal, tenta levar consigo alguns pacotes de haxixe para contrabandeio, investindo seus últimos dólares nisso para revender a droga aos seus amigos. Entretanto, seu plano acaba não tendo sucesso e ele é preso no aeroporto prestes a embarcar.

Agora, sendo um criminoso estrangeiro em solo turco, a vida de Billy transforma-se num pesadelo ao tentar diminuir sua pena. Inicialmente, ele foi condenado à 4 anos de prisão, porém, é levado a um novo julgamento que aumenta sua pena para mais 30 anos de reclusão. A partir daí, sua estadia na Turquia vira um verdadeiro inferno ao ser encaminhado para uma penitenciaria degradante onde o que impera é a violência.

Dentro da prisão, Billy faz amizade com outros três prisioneiros: Max, um hippie inglês que passa a maior parte do tempo se drogando; o sueco Erich que se torna o seu melhor amigo; e o seu conterrâneo Jimmy, o mais estourado e violento do grupo. Juntos, eles ensinam ao recém detento o funcionamento da cadeia e qual a maneira certa de agir para sobreviver nesse ambiente hostil. Mas, aos poucos, Billy vai se desgastando cada vez mais com essa vida e começa a esquematizar um plano para fugir da prisão com seus companheiros.

Baseado em uma história real, o longa apresenta uma linha tênue entre a sobrevivência e a loucura do protagonista, levando-o aos seus limites humanos e mostrando a transformação deste em um ser quase irracional. Na época, o longa foi proibido na Turquia por acusação de xenofobia. A obra busca expressar a realidade de países de Terceiro Mundo e serve também como uma critica à precariedade de seus sistemas carcerários.

Douglas Gomes Lima dos Santos

NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 18 ANOS

Tema: Realidade carcerária

Contém: Violência, consumo e tráfico de drogas

Dia 20 – MINHA AVÓ POLICIAL

Mia nonna poliziotto, Itália, 1958, Comédia, 96 minutos

Direção: Stefano “Steno” Vanzina

Elenco: Mario Riva, Tina Pica, Ugo Tognazzi

Alberto, que está em um relacionamento com Ileana, está prestes a se casar com sua companheira e aguarda a chegada de sua endinheirada avó Tina, que sempre lhe banca tudo. Ao chegar na cidade, Tina se hospeda em um hotel e descobre que um pertence seu desapareceu: um medalhão que seu falecido marido havia lhe dado.

Arrasada e furiosa pelo furto, ela vai até a delegacia de polícia e faz a denuncia para que seja iniciada uma investigação que recupere o seu bem tão querido. Mas, com a demora da ação da polícia, ela  decide começar sozinha a procurar pelo ladrão e se mete em muitas confusões. Com temperamento energético e autoritário, ela sempre acaba resolvendo os problemas das maneiras mais cômicas e inusitadas possíveis. Ao se envolver com tantas presepadas, ela acaba interferindo no casamento de seu neto Alberto, que  o adia diversas vezes por conta das trapalhadas de sua avó. Em contrapartida, no meio dessas confusões, ela descobre as ações de uma organização criminosa da qual a policia já estava à procura.

O longa é centrado na divertidissima atuação da atriz italiana Tina Pica, que interpreta a avó e até hoje é lembrada por suas personagens rabugentas e mal humoradas, sempre dando um tom extremamente cômico à elas.

Douglas Gomes Lima dos Santos

NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS

Tema: Investigação policial

Contém: Linguagem imprópria

Dia 27 – UM DOCE OLHAR

Bal, Turquia, 2010, Drama, 103 minutos

Direção: Semih Kaplanoğlu

Elenco: Bora Altas, Erdal Besikçioglu, Tülin Özen

Yussuf é um garoto de seis anos que vive com seus pais e possui muita dificuldade em comunicar-se com as pessoas, com exceção de seu pai, Yakup, que é seu maior confidente. Yakup ganha a vida coletando mel das colmeias existentes nas redondezas de sua casa, localizada em uma região montanhosa da Turquia, onde ele mora com seu filho e sua mulher Zehra, que tem uma relação complicada com o garoto.

Por conta da sua timidez, Yussuf, que ainda está no primário, possui poucos amigos na escola, lugar onde ele se sente inferiorizado por não conseguir ler em público. Lá, quem lê é condecorado com um broche de mérito, sendo este o maior sonho do garoto.

Um dia, seu pai vai até o bosque sozinho para trabalhar, diferentemente da maior parte das vezes em que Yussuf o acompanhara, entretanto, ele não retorna para casa. A inocência do garoto faz com que ele fique dias esperando pelo retorno de seu pai, e, por conta da falta de comunicação com a mãe, ela não consegue contar a verdade ao próprio filho.

Um Doce Olhar nos transporta para a vida de uma criança que possuí apenas seu pai como verdadeiro amigo e, que ao perdê-lo, precisa aprender a lidar com isso para seguir em frente e conquistar seus sonhos. Contando com um enredo lento e com cenas quase contemplativas, a obra conquistou o Urso de Ouro no festival de Berlim e faz parte da trilogia dirigida por Semih Kaplanoğlu que conta a história de Yussuf em diferentes fazes da sua vida.

Douglas Gomes Lima dos Santos

LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS

Tema: Jornada

Mais informações:
Tel.: (16) 3373-9772

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