A cada número da revista “Scientia Veritas”, produzida pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação, serão apresentados estudos científicos das várias áreas do conhecimento da Universidade
Publicação com pesquisas de pós-graduação na USP está disponível on-line – Arte sobre foto / 123RF
“A USP possui o maior programa institucional stricto sensu da pós-graduação brasileira, com mais de 260 programas e quase 28 mil discentes. A ciência produzida no Brasil resulta em sua grande maioria do trabalho de pós-graduandos em todas as áreas do conhecimento. Diariamente são produzidos textos científicos, arte, cultura, patentes e produtos técnicos que irão beneficiar toda a sociedade, além de melhorar o desenvolvimento socioeconômico e se traduzir em riqueza para o País”, informam o pró-reitor de Pós-Graduação, Márcio de Castro Silva Filho, e o pró-reitor adjunto Niels Olsen Saraiva Câmara na apresentação do primeiro número da revista Scientia Veritas, de dezembro de 2022.
Produzida pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) da USP, o objetivo da publicação é contribuir com uma nova forma de divulgação do conhecimento com foco na sociedade. “A cada número, tentamos apresentar uma gama variada de temas que represente, mesmo de forma exígua, a amplitude das áreas do conhecimento que compõem a pós-graduação da Universidade”, destaca a apresentação da revista.
Entre os textos em destaque no primeiro número, Pesquisas de novos compostos desenvolvidos na USP para tratamento da doença de Alzheimer indicam efeitos de diferenciação e proteção neuronal trata dessa doença, que atinge 1,2 milhão de pessoas no Brasil. “A doença de Alzheimer ainda não possui cura, sendo que seu tratamento é baseado no uso de medicamentos que visam a melhorar os sintomas e possibilitar uma maior qualidade de vida para o paciente, seus familiares e cuidadores”, informa a autora Renata Ono, acrescentando que essa doença possui causas diversas, o que dificulta o processo de desenvolvimento de tratamentos capazes de impedir o seu avanço, e que o processo para aprovação de novos medicamentos também é complexo.
Há também dois depoimentos de alunos da pós-graduação da USP que participaram do Future 17, uma iniciativa global focada nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, promovida pela University of Exerter e pela Quacquarelli Symonds Limited (QS), no Reino Unido, e pelas principais universidades internacionais, projetada para apoiar docentes e discentes da pós-graduação a desenvolverem habilidades necessárias para enfrentar de forma colaborativa os desafios globais do século 21.
Há ainda textos de áreas diversas, como Batuque, samba, máscaras e plumas: a arte dos livros de Cecília Meireles e de Noemia Mourão, que analisa duas publicações que contêm desenhos das artistas, pensando na hipótese do livro como suporte da arte; e Soluções na natureza para remediação e reúso de rejeitos de mineração de ferro, que traz de volta o desastre das barragens de Mariana, que liberou no ambiente mais de 50 milhões de metros cúbicos de rejeito de mineração de ferro, parte dele depositada no estuário do Rio Doce, com estudo que propõe soluções inspiradas em processos que ocorrem naturalmente para recuperação das áreas impactadas; ou ainda Dupla titulação em Direito na Alemanha: o que esperar?, a partir da experiência de um aluno de doutorado da USP, que vive na Alemanha e estuda na Universidade de Hamburgo (UHH).
Publicação traz estudos em destaque na Universidade – Foto: Scientia Veritas
Pesquisa e inovação
O segundo número da revista Scientia Veritas (abril de 2023), abre com um texto sobre a inovação na área de Humanidades, Humanismo digital e transformação social: campos abertos para fomento da inovação nas Ciências Humanas e Sociais, sobre um grupo de pesquisadores com cerca de cem pessoas, das mais diversas áreas, de instituições públicas e privadas e da sociedade civil, que se reuniu e, sob o título Manifesto de Viena, apresentou o humanismo digital, apontando “algumas balizas que buscam evidenciar a necessidade de a informática obter uma visão mais holística em sua atividade, reconhecendo as consequências do que faz e assumindo responsabilidades por isso”.
Há também um texto sobre Saúde Mental na Pós-Graduação: como um assunto deve ser abordado e priorizado no contexto pós-pandêmico, que trata dos impactos no contexto da pandemia de covid-19 na população acadêmica, um tema ainda pouco avaliado no Brasil. Segundo o autor, o fechamento das universidades e a mudança para o ensino on-line aumentaram a sensação de isolamento social, houve uma exacerbação das desigualdades educacionais, já que os alunos que não possuíam acesso adequado à tecnologia ou ambiente de estudo foram os mais prejudicados, além de muitos que tiveram que lidar com a perda de empregos, estágios e oportunidades de pesquisa.
Além disso, a nova edição discorre sobre assuntos como os desaparecidos em conflitos armados na Colômbia, ocorridos em 1983, e que, por meio da Associação de Familiares dos Detidos-Desaparecidos (Asfaddes), até hoje continua a busca pela verdade e justiça; passando por estudos sobre os impactos climáticos nos oceanos; e o uso de biocarvão para redução de elementos tóxicos no solo, em que um grupo de pesquisa, liderado pela professora Valéria Guimarães S. Rodrigues, do Programa de Pós-Graduação em Geotecnia da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, já vem estudando diferentes materiais – por exemplo, composto orgânico, composto da torta da cana-de-açúcar, biocarvão de casca de arroz e biocarvão de resíduos de poda urbana, como materiais adsorventes, capazes de imobilizar elementos potencialmente tóxicos.
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Por Jornal da USP
