USP inaugura trecho da infovia que interligará todos os campi

O trecho norte-sul do Backbone USP liga os campi de Ribeirão Preto, São Carlos, Piracicaba e São Paulo, conectando-se também a redes acadêmicas nacionais e internacionais

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

João Eduardo Ferreira (STI) - Foto: Arquivo Pessoal

João Eduardo Ferreira (STI) – Foto: Arquivo Pessoal

A Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) inaugurou nesta quinta-feira, dia 9 de outubro, o eixo norte-sul do Backbone USP – uma infraestrutura composta de 36 pares de fibra óptica (infovia), que interliga os campi da Universidade, permitindo que as conexões internet e transmissão de grandes volumes de dados ganhem mais velocidade e qualidade, com custos menores.

“Estamos entregando um grande produto para a USP. Além de garantir a transmissão de dados em alta velocidade e ampliar a autonomia da Universidade em relação aos provedores de serviços de conectividade, o Backbone USP está ligado a outras redes acadêmicas nacionais e internacionais. É um projeto pioneiro no Brasil, e poucas universidades do mundo possuem esse tipo de infraestrutura de fibra óptica”, assegura o superintendente de Tecnologia da Informação, João Eduardo Ferreira.

Ilustração: Reprodução/Superintendência de Tecnologia da Informação

O eixo norte-sul liga o campus de Ribeirão Preto a São Paulo, passando por São Carlos, Rio Claro e Piracicaba. A conclusão desse trecho permite a integração do Backbone USP ao Backbone SP – rede de fibra óptica de alta velocidade que permite a conexão das universidades e instituições de pesquisa paulistas entre si e com as do exterior para compartilhamento de dados científicos, materiais didáticos e processamento computacional de alto desempenho.

A velocidade de transmissão do Backbone USP é de 100 gigabits por segundo (Gbps), com capacidade de expansão para até 400 Gbps.

O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior agradeceu o trabalho de todos os que se envolveram no projeto. “Essa é uma conquista de várias gestões, muitas pessoas trabalharam para chegarmos até aqui. Na USP, sempre tivemos pessoas que pensaram no futuro e, por isso, vamos continuar trabalhando”, disse.

Também prestigiaram a cerimônia a vice-reitora, Maria Arminda do Nascimento Arruda, o Professor Emérito do Instituto de Matemática e Estatística (IME), Siang Wun Song, e o presidente do NIC.br, Demi Getschko.

Backbone USP

Desde fevereiro de 1991, quando foi realizada a primeira ligação brasileira à internet pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a velocidade de acesso passou de 9,6 quilobits por segundo (Kbps) até 10 Gbps, nas décadas seguintes. Diante do crescimento constante das necessidades de comunicação de dados e com gastos cada vez maiores para interligar os vários campi, as universidades foram levadas a repensar suas estratégias em relação à conectividade.

O projeto de construção do Backbone USP teve início em 2017, quando a STI submeteu à Fapesp um projeto de Reserva Técnica Institucional para Conectividade à Rednesp (Research and Education Network of the State of São Paulo), para promover um link de alta velocidade para o chamado Eixo do Conhecimento.

“A Fapesp entende seu papel de provedora, financiando parte dos investimentos desse projeto de infraestrutura para o desenvolvimento da pesquisa e do ensino do Estado de São Paulo. Essa rede é uma ferramenta valiosa para a conectividade das universidades paulistas, imprescindível na era digital”, afirmou o coordenador do Programa de Equipamentos Multiusuários da Fapesp, Marcelo Nalin.

Construir uma rede expansível e sustentável de fibras ópticas apagadas que interligue a infraestrutura computacional da USP é um projeto para médio e longo prazo que prepara a Universidade para demandas futuras. A infraestrutura de fibras ópticas apagadas apresenta um enorme potencial de largura de banda, e o aumento da velocidade passa a depender apenas dos equipamentos alocados nas pontas, hoje limitados comercialmente a 100 Gbps.

O projeto foi dividido em três partes: o eixo norte-sul, que foi inaugurado agora; o trecho do eixo leste-oeste que interliga os campi de Pirassununga e Bauru; e o trecho do eixo leste-oeste que interliga o campus de Lorena aos campi da capital e da USP Leste, que está em fase inicial de implantação.

Exposição

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A inauguração do Backbone USP coincide com os 60 anos de serviços de tecnologia da informação na Universidade. Em comemoração à data, a STI organizou uma exposição com equipamentos que fizeram parte dessa história e do dia a dia das pessoas.

A exposição está organizada em duas partes. A primeira exibe vários tipos de mídias utilizadas para armazenamento de dados desde os primeiros computadores de 8 bits, como fita cassete, cartão perfurado, disquetes, fitas magnéticas e um disco rígido grande removível do computador PDP-11. Na sequência, estão expostos alguns itens de conectividade, que permitiam conexões de rede e linha discada no início da internet como modens, placas de rede, hubs, switches, roteadores e equipamentos de análise de rede.

A segunda parte apresenta mais de 20 microcomputadores que fizeram parte da história da Universidade, alinhados de forma cronológica.

Como explica o servidor do laboratório da STI e curador da exposição, Irã Margarido, “nosso grande desafio foi colocar os computadores em funcionamento, para proporcionar atividades lúdicas tanto aos visitantes que não conheceram esses equipamentos quanto aos que querem se lembrar de como as coisas funcionavam naquela época. Esse trabalho só foi possível porque a equipe do laboratório tem experiencia em analisar e trocar componentes eletrônicos, reaproveitando, em alguns casos, peças do Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir) da USP”.

Há também itens especiais como o Polymaxx, um dos primeiros micros adquiridos pela USP, em 1984, e o conjunto de equipamentos Transputer Parsytec, adquiridos na Alemanha, em 1994.

“Hoje, esses equipamentos são parte do Acervo da STI, mas já foram utilizados no cotidiano de docentes, servidores e estudantes. Essa exposição permite manter viva a história da TI na Universidade, mostrando sua evolução e sua grande importância para a comunidade”, afirmou Margarido, que trabalha há 36 anos na USP, prestando suporte de TI de hardware e software.

A exposição é gratuita e está em cartaz até o dia 17 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, no Espaço USP Integração & Memória, no prédio da Reitoria da USP.

Texto: Erika Yamamoto
Arte: Daniela Gonçalves – Estagiária sob orientação de Moisés Dorado

Jornal da USP

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