Comitê de Boas Práticas em Pesquisas é criado no IQSC

A preocupação com a questão da ética e da integridade na prática científica é hoje um fenômeno mundial. Tornou-se um anseio legítimo a partir da década de 1980, quando políticas voltadas para essa questão começaram a ser elaboradas e divulgadas. No Brasil, o interesse pela dimensão ética da prática científica, ligada à questão da integridade e honestidade dos dados científicos, despertou mais recentemente, na década de 2010 [1].

A expressão “integridade da pesquisa” (research integrity) vem sendo utilizada para demarcar a esfera dos deveres éticos a que o cientista está submetido ao realizar suas atividades propriamente científicas, englobando o conjunto dos deveres derivados de valores éticos mais universais e que se impõem ao cientista em virtude de seu compromisso com a finalidade própria de sua profissão – a construção da ciência como um patrimônio coletivo [2]. A integridade em pesquisa deve ser um valor absoluto tanto para pesquisadores como para as instituições envolvidas com essas atividades [3].

Nesse sentido, a publicação da Portaria 1648/2019 do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo, que cria o Comitê de Boas Práticas em Pesquisas do IQSC, merece especial atenção. Seu objetivo é promover a cultura da integridade ética na pesquisa [4].

São atribuições do Comitê de Boas Práticas em Pesquisas do IQSC:
I – promover a cultura da integridade ética na pesquisa, mediante programas regulares de educação, disseminação, aconselhamento e treinamento acessíveis a todos os pesquisadores vinculados ao IQSC;
II – receber e investigar a ocorrência de possíveis más condutas científicas realizadas no IQSC, reparar os prejuízos científicos que eventualmente tenham causado e, quando for o caso, comunicar a ocorrência ao órgão competente para que sejam tomadas as providências visando a punição cabível;
III – apresentar um relatório circunstanciado sobre cada alegação de má conduta científica recebida;
IV- apresentar anualmente um relatório geral de suas atividades.

O Comitê é composto pelos seguintes membros: Prof. Dr. Hamilton Brandão Varela de Albuquerque; Profa. Dra. Carla Cristina Schmitt Cavalheiro e Prof. Dr. Daniel Rodrigues Cardoso.

Por SIBiUSP

Referências

[1] RUSSO, Marisa. Ética e integridade na ciência: da responsabilidade do cientista à responsabilidade coletiva. Estudos Avançados,  v. 28, n. 80, p. 189-198,  Apr.  2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142014000100016 Acesso em 28  Jan. 2019.  http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142014000100016.

[2] SANTOS, L.H.L. Sobre a integridade ética da pesquisa. Boas Práticas Científicas, abril 2011. São Paulo: Fapesp. Disponível em: http://www.fapesp.br/6566 Acesso em: 28 jan. 2019.

[3] ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS. Rigor e integridade na condução da pesquisa científica: guia de recomendações de práticas responsáveis. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: http://www.abc.org.br/IMG/pdf/doc-4311.pdf Acesso em: 28 jan. 2019.

[4] UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Instituto de Química de São Carlos. Portaria IQSC 1648 de 21 de janeiro de 2019. Cria o Comitê de Boas Práticas em Pesquisas do IQSC. São Paulo: IQSC/USP, 2019. Disponível em: http://www.sibi.usp.br/wp-content/uploads/2019/01/1648-Cria-o-Comitê-de-Boas-Práticas-em-Pesquisa-no-IQSC-1.pdf Acesso em: 28 jan. 2019.

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