Nota de pesar do reitor e da vice-reitora da USP pelo falecimento do professor Erney Plessmann

Com pesar, a Reitoria comunica o falecimento do Professor Emérito da USP e docente do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), Erney Felício Plessmann de Camargo, ocorrido no dia 3 de março, aos 87 anos.

Graduado em Medicina, com doutorado e livre-docência, todos pela USP, foi professor titular do ICB e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Foi pró-reitor de Pesquisa da USP, diretor do Instituto Butantan e presidente da Comissão Nacional Técnica de Biossegurança (CNTBio) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Parasitologista, protozoologista e grande educador, atualmente, era professor sênior da USP, trabalhando com diversidade, taxonomia, filogenia e evolução de tripanosomatídeos.

Nos últimos 15 anos, atuava, principalmente, na Amazônia, África e América do Sul (Venezuela e Colômbia) e dedicava-se como cientista, professor e assessor ao Programa Pro-África, tendo visitado aquele continente anualmente desde 2008.

Em 1964, Camargo foi afastado compulsoriamente da USP em função da ditadura militar. Nesse período sombrio da história brasileira, quando a liberdade da Universidade foi ameaçada, ele foi um dos grandes defensores da autonomia acadêmica. “Às vezes, me pergunto como posso ter tanto carinho pela Universidade se ela me demitiu em 64. É preciso deixar muito claro que não foi a USP que nos demitiu, mas forças estranhas à Universidade, ajudadas por um pequeno bando de desafetos da Medicina, um reitor antidemocrata, por excelência, e um governador procurando agradar os militares e os obscurantistas da época. O corpo universitário, ao contrário, sempre nos tratou com respeito e carinho”, contou Camargo, durante a cerimônia em que recebeu o título de Professor Emérito, em 2021.

“Nos meus 45 anos de USP, a Universidade me educou e me apresentou a intelligentsia brasileira e internacional. Mas, muito mais do que ter me dado amigos, por muitos anos, a USP me pagou para fazer exatamente o que eu gostava de fazer e o que faço até hoje como pesquisador e professor sênior. A USP igualmente me deu a oportunidade de formar quadros universitários. Por isso, amo e respeito a USP”, relatou ao receber o título.

A Reitoria se solidariza com a família e amigos neste momento de dor e informa que decretou luto oficial por dois dias (3 e 4 de março).

Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP
Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP

 

Jornal da USP

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