Pesquisa do IFSC/USP aponta caminho para tratamento associativo na melhora da qualidade do sono – Aplicação conjugada de laser e ultrassom

(Créditos: Medical University of Vienna)

A partir de resultados obtidos no tratamento das consequências da fibromialgia, desenvolvido no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e no Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), um CEPID da FAPESP alocado no mesmo Instituto, surge agora a possibilidade de se desenvolver  um tratamento específico para melhorar a qualidade do sono de quem sofre com esse incômodo que compromete a saúde e a qualidade de vida.

Vanessa Garcia

Os fisioterapeutas Vanessa Garcia (42) e Tiago Zuccolotto (23) são os pesquisadores-colaboradores do IFSC/USP que começaram a estudar e a testar este novo tratamento com base em Terapia Fotossônica, através da aplicação conjugada de laser e ultrassom. “Através dos tratamentos realizados em doentes fibromiálgicos começamos a perceber que uma de suas queixas era sobre a má qualidade do sono. Pelos relatos dos pacientes, soubemos que a maioria deles não conseguia ter uma boa noite de sono, o que, nesse caso, ia gerando mais estresse, alteração de humor e com um aumento das dores. Conforme íamos aplicando o tratamento, o primeiro testemunho dos pacientes foi na melhora da qualidade do sono, algo que também conseguimos verificar quando estivemos no projeto de tratamentos em pacientes Pós-COVID. Ou seja, o que conseguimos observar foi que o uso conjugado de laser e ultrassom consegue restabelecer a qualidade do sono, e foi aí que abrimos esta nova linha de pesquisa essencialmente dedicada a quem sofre com esse distúrbio”, pontua Vanessa Garcia.

Tiago Zuccolotto

Tiago Zuccolotto comemora o fato de estar entrando em um novo desafio, abrindo uma nova porta para um tratamento que poderá, em um futuro próximo, beneficiar muita gente. “Tem muitas pessoas que fazem uso de medicamentos fortes para induzir o sono. Nossa intenção é avançar nesta pesquisa e desenvolver um novo tratamento indolor que possa melhorar a ação dos medicamentos, agindo como uma terapia associativa, restabelecendo a qualidade de vida das pessoas que sofrem com esse distúrbio”, sublinha Tiago.

Este projeto de pesquisa, que se iniciou em janeiro de 2022, já envolveu dezoito pacientes não fibromiálgicos, ou seja, apenas com distúrbios de sono – mulheres com idades acima dos trinta anos – em um teste inicial de dez sessões ao longo de vinte dias. Contudo, a pergunta é inevitável – só mulheres, porquê? “Para este início de pesquisa escolhemos mulheres com idades iguais ou situadas um pouco acima dos trinta anos, já que acima dos quarenta ou quarenta e cinco anos elas já entram na situação de menopausa, que provoca uma alteração hormonal que acaba também afetando tanto a parte emocional, quanto o sono, podendo desencadear crises de ansiedade e estado de depressão.

Assim, nos concentramos em pacientes mulheres com idades iguais ou acima dos trinta anos, nesta primeira fase do projeto”, conclui Tiago.

Os dados obtidos até o momento e que foram utilizados no trabalho de conclusão de curso dos pesquisadores acima identificados, alunos de fisioterapia da UNICEP, despontam como uma opção interessante para que a Terapia Fotossônica seja associada ao tratamento medicamentoso que é amplamente recomendado. O trabalho foi recentemente encaminhado a uma revista científica internacional para ser apreciado. Após a publicação do manuscrito, a técnica de tratamento será disponibilizada para profissionais interessados que queiram beneficiar seus pacientes, aponta o Dr. Antonio E. de Aquino Junior, coordenador do estudo.

Por Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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