Pró-Reitoria de Pós-Graduação quer discutir novo formato para mestrado e doutorado

Rodrigo Calado e Adenilso Simão assumem a área com o compromisso de dar continuidade às iniciativas em andamento e avançar na discussão sobre o novo formato da pós-graduação no Brasil

Fotomontagem: Jornal da USP com imagens de Freepik e Cecília Bastos/USP Imagens

Com o compromisso de dar continuidade às iniciativas em andamento e propor uma discussão nacional sobre o futuro da pós-graduação, Rodrigo do Tocantins Calado de Saloma Rodrigues e Adenilso da Silva Simão assumiram, respectivamente, como novos pró-reitor e pró-reitor adjunto de Pós-Graduação.

O convite surgiu após Márcio de Castro Silva, que estava à frente da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) desde março de 2022, ser nomeado para o cargo de diretor-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Rodrigo Calado - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Rodrigo Calado – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

“Temos uma grande sintonia com o trabalho que já estava sendo desenvolvido pelo Márcio [de Castro Silva Filho] e com a proposta desta gestão reitoral; por isso, nosso primeiro compromisso é dar continuidade aos projetos em andamento. Também queremos intensificar as discussões sobre o futuro da pós-graduação e a proposta de um novo formato para os cursos de mestrado e doutorado”, explica o pró-reitor Rodrigo Calado.

O pró-reitor adjunto, Adenilso da Silva Simão, ressalta que “outra meta importante que temos é modernizar os processos e ampliar os canais de comunicação com todo o sistema de pós-graduação da Universidade. Isso significa, por exemplo, interagir mais com os coordenadores dos programas, as Comissões de Pós-Graduação, as Associações de Pós-graduandos, todos os entes que fazem parte do sistema”.

Futuro da pós-graduação

Adenilso Simão - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Adenilso Simão – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Um assunto apontado como central para a Pró-Reitoria é iniciar uma discussão sobre o formato e o papel da pós-graduação não só na USP, mas em todo o País. “A percepção de que essa discussão é urgente tem aumentado na Capes e em outras universidades. Nós não temos modelos prontos para oferecer. Queremos iniciar o debate, pois sabemos que todo o planejamento futuro da pós-graduação da USP depende de como pretendemos atrair novos alunos e do que eles esperam dos cursos”, afirma Adenilso.

Calado explica que “nos últimos anos, a pós-graduação começou a passar por mudanças que foram acentuadas pela pandemia, tanto em relação à procura pelos cursos quanto à inserção dos profissionais no mercado de trabalho. Precisamos alinhar e sintonizar a maneira como formamos os alunos e o que a sociedade atual demanda”.

O pró-reitor também lembra que, no ano que vem, a USP completa 90 anos e que “essa é uma boa oportunidade para começarmos a planejar o futuro da nossa Universidade, começar a construir a pós-graduação que queremos ter no centenário, mais moderna, atendendo às necessidades que a sociedade terá em 2034”.

Acompanhando essa temática, a Cátedra Paschoal Senise terá como novo catedrático Jorge Luis Nicolas Audy, docente da PUC-RS e ex-presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano Nacional de Pós-Graduação 2011-2022. Para Calado, “Audy é um reconhecido especialista em inovação na pós-graduação e deve contribuir bastante, trazendo uma visão externa sobre nossas iniciativas e sobre como estamos formando nossos alunos”.

Internacionalização

Na área de internacionalização, o destaque é para a primeira edição do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que se encerra no segundo semestre de 2024 e deverá passar por uma avaliação geral.

“O PrInt tem tido um resultado muito positivo para a USP, permitindo que a Universidade faça um planejamento estratégico das suas ações de internacionalização, organizando e congregando as iniciativas. Por exemplo, além de permitir aos nossos pesquisadores realizar atividades no exterior, o programa tem possibilitado a visita de professores de instituições estrangeiras à USP”, explica o pró-reitor.

Outra ação aguardada ainda para este ano é a chegada de 25 pesquisadores de universidades públicas angolanas, que se mudarão para o Brasil para completar sua formação em pós-graduação na USP. A iniciativa faz parte de uma parceria da Universidade com o Centro Nacional de Investigação Científica de Angola, que pretende reforçar a qualificação de seus professores a fim de diversificar a economia por meio da inovação científica e tecnológica.

Adenilso Simão e Rodrigo Calado, pró-reitor adjunto e pró-reitor de Pós Graduação da USP – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Políticas afirmativas

Em abril, o Conselho de Pós-Graduação aprovou a implementação de diretrizes para as ações afirmativas e de inclusão na pós-graduação. Mas, como explica Calado, “a implantação dessas ações na pós-graduação é muito mais complexa do que na graduação, por causa da heterogeneidade e das especificidades dos programas. É um processo mais lento e delicado, mas temos uma grande preocupação de diversificar e conseguir efetivamente atrair e trazer candidatos das mais diferentes origens”.

Segundo os novos dirigentes, além das diretrizes que devem nortear os programas, a Pró-Reitoria deve estruturar, nos próximos meses, um grupo consultivo, que poderá auxiliar as comissões de pós-graduação a adotar políticas afirmativas.

 

Texto: Erika Yamamoto
Arte: Simone Gomes

Por Jornal da USP

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