Sem telescópio: em agosto, é possível observar os astros a olho nu

Boletim de astronomia explica que para apreciar as constelações é necessário encontrar um local escuro e longe dos grandes centros urbanos

Simulação do céu no dia 15 de agosto de 2023, às 20h30, em São Paulo. O ‘x’ marca a posição do centro galáctico da Via Láctea. Imagem: Stellarium / DNCE IAG-USP

Você sabia que esta é a melhor época do ano para observar o céu a olho nu? A edição de julho do boletim Dia e Noite com as Estrelas, disponível neste link, explica que a região central do disco da Via Láctea, a mais rica e brilhante em estrelas, poderá ser vista no céu no hemisfério sul. No dia 15 de agosto, às 20h30, em São Paulo, as seguintes constelações poderão ser observadas: o Cisne, a Águia, Sagitário, Escorpião e Centauro. O espaço no qual o centro galáctico está localizado também estará visível. Para apreciá-las, é preciso encontrar um local escuro e afastado dos grandes centros urbanos.

Outro fenômeno noticiado na publicação mensal é a Superlua azul, que, apesar do nome, não afeta perceptivelmente o tamanho do satélite. O evento, relativamente raro, ocorre quando o período de Lua cheia coincide com o momento em que o astro está mais próximo da Terra. Segundo o boletim, o termo ‘Lua azul’ é aplicado quando duas luas cheias acontecem em um mesmo mês e, nesse caso, elas acontecerão nos dias 1 e 30 de agosto.

Na mesma edição, o leitor pode encontrar uma matéria que analisa a diminuição da proporção de mulheres no ambiente acadêmico da Astronomia. De acordo com um levantamento de dados da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), realizado pelo Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa (GEMAA) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 2020, as mulheres representavam apenas 23% dos mestrandos e 22% dos doutorandos em Astronomia e Física no país. Entre docentes, a participação diminui ainda mais, caindo para 15%.

Há também uma matéria especial dedicada a Joseph Niépce, Louis Daguerre e John Draper, fotógrafos que permitiram uma revolução no campo astronômico. Em 1840, ao fotografar a Lua, Draper realizou o primeiro registro de um fenômeno astronômico que pode ser acessado ainda nos dias atuais. Até os anos 1980 e 1990, a técnica fotográfica era muito importante para as observações astronômicas, quando foi substituída por imagens digitais.

Primeiro registro de um fenômeno astronômico, em 1840, por John William Draper. Imagem: Met Museum/Reprodução

O boletim Dia e Noite com as Estrelas é uma publicação mensal produzida por estudantes de graduação e pós-graduação da USP, sob a coordenação do professor Ramachrisna Teixeira e colaboração do professor Roberto Boczko, ambos do IAG. Essa e outras edições estão disponíveis para leitura na página do projeto. Se desejar recebê-lo diretamente, de forma gratuita, basta se inscrever na lista de transmissão.

Para saber como ver outros astros e todas as notícias do boletim Dia e Noite com as Estrelas clique aqui.

Por Elaine Alves (estagiária sob a supervisão de Claudia Costa) – Jornal da USP

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