A comunicação pública da ciência em 8 atos

Marcos Buckeridge

Diretor do Instituto de Biociências da USP

No palco iluminado, 21 maratonistas chegam à reta final de um desafio que já dura 30 horas. Eles só têm 8 minutos para falar e buscam despertar no público aquele encanto que se vislumbra nos olhos das crianças quando são despertas pela luz da curiosidade.

 Quem nunca passou pela experiência de compartilhar um conhecimento científico não tem ideia de quanto 8 minutos se esvaem rapidamente e de quanto esforço demanda encontrar a essência do que se quer dizer. No princípio, as ideias estão emaranhadas como fios cheios de nós. Então, é preciso desfazer cada nó e construir novas conexões, de preferência inusitadas, buscando relacionar o que se passa dentro dos laboratórios dos cientistas com a vida das pessoas que estão na plateia.

Fazer comunicação pública da ciência em um palco é um trabalho de artesão: cada peça criada é única, feita sob medida para o público a que se destina, naquele momento e lugar. É por isso que não há uma fórmula mágica a ser ensinada, mas sim um fazer que se ensina enquanto faz. Nesse ponto, a comunicação pública da ciência se aproxima da arte.

Para exercitar essa arte, 21 participantes chegaram ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, na manhã de sábado, 26 de outubro. Tudo começou com um workshop de preparação em que cinco facilitadores se revezaram para compartilhar suas experiências nas diferentes facetas da comunicação pública da ciência: escrevendo reportagens, coordenando eventos, assessorando projetos de extensão, declamando poesias, fazendo jogos eletrônicos e construindo roteiros para podcasts e vídeos. Nas múltiplas formas de levar a ciência a conhecimento público, destaca-se uma mesma ânsia: mostrar que pesquisar é essencial para a sobrevivência da humanidade.

Como é na escuridão que vislumbramos o quanto a luz se faz necessária, vivemos um momento propício para que mais e mais pessoas se engajem no desafio de promover a comunicação pública da ciência. Pode ser por meio de uma apresentação de até 8 minutos, tal como esses 21 participantes fizeram no palco iluminado do auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano na tarde de domingo, 27 de outubro. Mas também pode ser de inúmeras outras maneiras, o importante é nunca deixar que a luz se apague.

Ato 1 - Caminhos da FotoCiência

Contar a história da fotografia na ciência. Esse foi o desafio que mobilizou o grupo formado por esses três estudantes de diferentes áreas do conhecimento: Felipe Adriano Alves de Oliveira, mestrando do programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Gustavo Nogueira Lopes da Silva, mestrando em Ciência e Tecnologia dos Materiais do Instituto Politécnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisador visitante da UFSCar; e João Pedro Almeida Santos Secundino, estudante de graduação em Ciências de Computação do ICMC.
“Quero trazer o que aprendo nas salas de aula de uma forma fácil e descontraída para o público que não faz parte do ambiente acadêmico. Com isso, quero mostrar o quão interessante é o que nós aprendemos nas universidades, desmistificando o desconhecido e instigando a curiosidade do público”, diz o sergipano João Pedro. Ele nunca havia atuado especificamente na área de comunicação pública da ciência, mas já participou de grupos de oratória e sempre buscou trazer temas científicos para suas apresentações.

Ato 2 - Como enxergar o que não se vê?

Como um cientista consegue enxergar aquilo que não é visível a olho nu? Para responder essa pergunta, uma dupla promoveu uma verdadeira viagem ao imenso mundo das coisas muito pequenas. Os guias dessa jornada têm trajetórias muito diversas: um deles é o jovem Vinícius Marquioni Monteiro, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Genética Evolutiva e Biologia Molecular da UFSCar; o outro é o já experiente Eliezer Gibertoni, que trouxe na bagagem as vivências pessoais e profissionais ao longo de mais de 30 anos de atuação na área de Engenharia e Ciência dos Materiais.
 
O elo que uniu os conhecimentos desses dois participantes foi a microscopia eletrônica, capaz de desvendar como é o interior dos materiais que encantam Eliezer e dos seres vivos que desafiam Vinícius. “Nunca trabalhei com divulgação para leigos, embora já tenha tentado explicar o que eu faço no laboratório para os meus avós (com algum sucesso).

Trabalho especificamente com bacteriófagos, também chamados de fagos, que são vírus que infectam bactérias. É um tema altamente interdisciplinar, envolvendo genética, microbiologia, bioquímica, evolução, ecologia, entre outras áreas, e não só da biologia”, explica o jovem cientista.

“Fagos são encontrados em todos os ambientes, são importantes para controlar bactérias e influenciam sua evolução, além de terem aplicações que vão da medicina à agricultura. Fagos também podem ser usados para combater infecções em seres humanos, a chamada fagoterapia, e podem substituir o uso de agrotóxicos na agricultura”, finaliza o doutorando.

Ato 3 - Medicamentos e computação

Como as ferramentas computacionais contribuem para o desenvolvimento de novos medicamentos? Três pesquisadores da USP de três diferentes áreas do conhecimento encararam o desafio de responder essa complexa questão: a doutoranda Júlia Maria Aragon Alves, que desenvolve estudos na área de química quântica no Instituto de Química de São Carlos (IQSC); o doutorando Paulo Burke, que investiga redes biológicas e métodos de simulação no Programa Interunidades de Pós-Graduação em Bioinformática; e o mestrando Humberto Ribeiro de Souza, que atua na área de econofísica no Instituto de Física de São Carlos.
 
Econofísica? Sim, simplificadamente, é uma área que busca relacionar ou explicar fenômenos econômicos com o auxílio de técnicas da física. “Estou reunindo um grupo de pessoas para criar iniciativas que ajudem a solucionar o problema de investimento em pesquisa no Brasil.

Um dos recursos que eu desejo utilizar para chegar a esse fim é a divulgação científica”, conta Humberto.

Além das questões econômicas que justificam a relevância da comunicação pública da ciência, há outros aspectos que precisam ser levados em conta, como lembra Júlia: “Culturalmente, houve um distanciamento entre a comunidade científica e a sociedade surgindo estereótipos como, por exemplo, do cientista maluco. A divulgação científica é importante para quebrar esses estereótipos (fazendo com que mais pessoas se interessem pelos estudos) e ainda informar a sociedade do que tem sido feito na ciência brasileira”.

Ato 4 - Momento Ciência

No palco iluminado Adilson Barros Wanderley e Udson Ferreira de Andrade Conceição entrelaçam os braços para construir uma estrutura estável, um espécie de cadeira feita de braços humanos, capazes de acomodar Giovanna Lia Iglesias com segurança. A demonstração rápida tornou-se um recurso eficaz para esse trio explicar um conceito científico em pouco tempo. A cena está, agora, registrada na memória da plateia, que nunca mais se esquecerá do quanto é importante compreender a forma como as moléculas se encaixam.

Para produzir a cena, foi preciso unir os conhecimentos diversos desses três entusiastas da ciência: Adilson é mestrando do Programa de Física Aplicada (opção Física Computacional), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC); Giovana faz graduação em matemática no ICMC; e Udson é funcionário do Centro de Tecnologia da Informação de São Carlos (CeTI-SC).

“Como alguém que acredita que a ciência transforma mentes e vidas, tenho profunda admiração pela divulgação científica”, diz Giovana. Não é à toa que ela criou uma iniciativa ligada à secretaria acadêmica (SACIM) da qual faz parte: o SACIMtalks, que pretende dar espaço para alunos – principalmente de graduação – apresentarem temas de seu interesse.

Até o momento houve uma edição do evento, com o tema A ciência é pra todo mundo (e a nossa missão é traduzir), apresentada pelo aluno Gabriel Toschi, que faz ciências de computação no ICMC.

“Tenho planos de expandir o projeto e torná-lo, de fato, parte de um contexto de divulgação científica. Ademais, já existem planos de organizar novas edições, porém, ainda é necessário estruturar a metodologia de apresentação e pensar em como atrair o público externo à USP”, conta a estudante. “Minha área (matemática) ainda é extremamente masculina, então, encaro o papel que desejo assumir de divulgadora científica como um desafio não só de efetivamente popularizar a ciência, mas também de mostrar que mulheres têm seu espaço na matemática”, finaliza a garota.

Ato 5 - Como o pão destruiu a Amazônia

A combinação inusitada do título da apresentação de Caroline Xavier e Hingryd Rauen gera curiosidade de imediato: o que o pão tem a ver com a Amazônia? Qual o sentido de relacionar essas duas coisas, aparentemente tão distantes uma da outra?

O fio condutor que as duas escolheram não poderia ser melhor: ao entrelaçar a produção do pão à destruição da floresta Amazônia, as duas conseguiram construir a história de como o consumo não consciente pode afetar uma cadeia ambiental e, consequentemente, levar até mesmo a um processo de desertificação. No final, descobrimos que o vilão não é o pão, mas cada um de nós, que estamos amarrados ao fio dessa cadeia.

As duas são alunas de graduação da USP em São Carlos: Caroline faz Bacharelado em Química, com ênfase tecnológica na área de alimentos; já Hingryd é aluna do curso de Licenciatura em Ciências Exatas, com habilitação em química.

Presente no evento, a família de Caroline participou ativamente da apresentação: logo no início, a estudante perguntou à mãe quais ingredientes são usados para fazer pão caseiro. Já o pai, orgulhoso, parabenizou os organizadores da iniciativa no final do evento: não era a primeira vez que ele assistia a apresentações científicas, mas era a única vez que conseguia compreender plenamente a ciência produzido pelas universidades públicas.

Ato 6 - Onde está o cientista?

A pergunta é lançada no palco: onde está o cientista? Giovanna Ferreira Bigotto Gonçalves levanta-se do meio do plateia e caminha até o palco para explicar o que ela pesquisa como mestranda do Instituto de Química de São Carlos (IQSC). Da porta atrás do palco surge Matheus Steigenberg Populim, que está cursando graduação em Ciências de Computação no ICMC, mas já é um pesquisador: faz iniciação científica.

“Num momento crítico para o país, acredito que os divulgadores precisam aparecer para o público e incentivar, assim, que mais cientistas pratiquem o ato de comunicar a sua própria ciência para um público cada vez mais amplo”, diz a estudante Carolina Sotério. Foi ela que lançou a pergunta do palco depois de trazer vários dados sobre a percepção pública que os brasileiros têm sobre a ciência e os cientistas.

Vinculada ao IQSC, onde é mestranda, Carolina também está fazendo especialização em jornalismo científico no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp.

“Eu me encantei pela temática desde que ingressei na universidade e tive a oportunidade de fundar um grupo de extensão no IQSC de divulgação científica, internacionalmente reconhecido e existente desde 2015, o American Chemical Society (ACS) USP Student Chapter”, revela a pós-graduanda.

Ela também é apresentadora do Minuto da Química, um programa que é veiculado pela Rádio UFSCar. O que a motiva em todos esses projetos é a vontade de levar a universidade para fora dos muros: “Já estive em várias mesas redondas para falar sobre mulheres na ciência e acredito que posso contribuir com minha vivência e com minha luta diária para fazer da Universidade (e quem sabe do mundo) um lugar um pouco melhor e com espaço para todos”.

Ato 7 - A poluição que a gente não vê

Sonoramente provocativa. Assim foi a apresentação do doutorando Allan Pretti Ogura e da estudante Fernanda Ovando Oviedo, que faz Engenharia de Produção na UFSCar. Para falar sobre um tipo de poluição que a gente não vê, os dois usaram diversos recursos auditivos para evidenciar como a ciência estuda o som e o quanto ouvir pode se tornar um tormento e prejudicar a saúde da população.

“Sou parte do Coletivo de Mulheres da UFSCar e estamos com um projeto que visa à integração das funcionárias terceirizadas da Universidade com a comunidade acadêmica”, explica Fernanda, que decidiu participar do Divulgathon para aprender e desenvolver formas de deixar a ciência produzida no campus mais acessível para as funcionárias.

Já Allan é engenheiro ambiental e, atualmente, pesquisa maneiras de remediar a contaminação da água e dos solos por agrotóxicos: “acredito que esse seja um tema atual e de interesse público, considerando que uma quantidade de formulações agrotóxicas significativa tem sido liberada no Brasil, mesmo com o aumento das restrições dessas substâncias em países da União Europeia, por exemplo. Por isso, alternativas sustentáveis para a recuperação de ambientes contaminados são de interesse econômico e ambiental”.        

Ato 8 - Jogos: ao entretenimento e além!

A mestranda Livia Scienza coloca a música em volume máximo no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano. É a oitava e última apresentação da tarde deste domingo, 27 de outubro, e ela quer acordar e animar a plateia. Mas quem começa o jogo é o professor Pinguim, que pede para quem está sentado fazer alguns sons estranhos – como se fossem comandos – para guiar os pulos que ele dá pelo palco.

Pinguim é o apelido carinhoso do professor de matemática Daniel Henrique Silva. “Sou professor há mais de 18 anos e sempre me interessei por divulgação de ciência e tecnologia. Nas minhas aulas, quando possível, busco trazer aspectos práticos, o que, em geral, cativa bastante os alunos. Também procuro motivar os estudantes com exemplos relacionados com o cotidiano deles ou com a cultura pop, que podem variar desde modelos de equações para propagação de um apocalipse zumbi até modelos matemáticos para melhor escolher seu time de Pokémon”, diz o professor, que fez Licenciatura e Bacharelado em Matemática e também mestrado em Ciências da Computação e Matemática Computacional no ICMC.

Depois dos pulos de Pinguim, Livia aperta o play e muda o jogo: é hora de falar sobre psicologia e sobre o impacto dos games digitais na cognição social.

Vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSCar, ela acredita que a população precisa, mais do que nunca, compreender o que pesquisadores fazem no meio acadêmico e como a ciência afeta o cotidiano da sociedade: “Tenho muita vontade de divulgar minha pesquisa e difundir a psicologia de forma divertida. Isso sempre me motivou, desde a graduação”.

A apresentação avança e, na próxima fase, o protagonista é o doutorando Leonardo Tortoro Pereira, que pesquisa maneiras de gerar conteúdos para jogos digitais usando recursos da área de inteligência artificial. No fim da partida, aplausos animados respondem à sintonia da equipe, que soube trabalhar em grupo somando uma diversidade de conhecimentos, tal como quando um game está sendo criado. “Jogos são, por si só, fruto de um trabalho multidisciplinar envolvendo artistas, músicos, programadores, designers, escritores e outros profissionais”, sintetiza Leonardo.

OS PREMIADOS

No final do Divulgathon, quatro jurados decidiram premiar três apresentações:


Como o pão destruiu a Amazônia

Onde está o cientista?

Jogos: ao entretenimento e além!

A decisão foi baseada em critérios como: adequação do conteúdo ao desafio proposto; adequação da linguagem utilizada ao público-alvo; clareza da apresentação; capacidade de síntese; uso adequado de exemplos e analogias; capacidade de expressão (entonação da voz e postura corporal); criatividade; e interação com o público.

Como reconhecimento, os responsáveis pelas apresentações premiadas foram convidados a participar da edição são-carlense do maior festival de divulgação científica do mundo, o Pint of Science, que ocorrerá nos dias 11, 12 e 13 de maio de 2020. Nesses três dias, São Carlos vai se unir a mais 182 cidades brasileiras para fazer um brinde à ciência. À frente do evento está o professor Moacir Ponti, que foi um dos jurados do Divulgathon e atualmente preside a Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC. Já marque a data na sua agenda e prepare-se para participar de mais essa incrível jornada em prol da comunicação pública da ciência.

Os muitos modos de fazer

Para quem precisa de inspiração, preparamos um prato cheio: reunimos uma coleção de iniciativas de comunicação pública da ciência para você conhecer muitos modos de fazer. Neste link, você vai encontrar uma série de iniciativas, brasileiras e internacionais, que produzem conteúdos e eventos voltados a popularizar diversos aspectos da ciência. Elas estão divididas por tipo (textos, vídeos, podcasts, eventos, etc.) e trazem o nome da proposta, um link e uma curta descrição.

Todo o material foi organizado pelo aluno Gabriel Toschi, que cursa Ciências de Computação no ICMC. Se você tiver sugestões de iniciativas a serem incluídas na lista, basta enviar uma mensagem para gabriel.toschi.oliveira@usp.br.

OS JURADOS

Em janeiro de 2020, Auriente do Nascimento completa exatos 20 anos de trabalho no ICMC. Mais conhecida pelo carinhoso apelido de Aurinha, ela viu muita gente que hoje dá aulas no Instituto chegar aqui jovenzinha, no começo da vida universitária. Afinal de contas, não há uma pessoa no ICMC que não a conheça: ela está sempre na cantina, com um sorriso no rosto, pronta para oferecer guloseimas e dar um abraço.

A cantina do ICMC foi o primeiro trabalho com carteira assinada de Aurinha. Ela chegou a São Carlos há quase 27 anos, depois de pegar um ônibus em Bonito, cidade no interior de Pernambuco, e viajar três dias de ônibus com o marido e os dois filhos pequenos: Anivson estava com três anos e Diego tinha apenas um ano.

Longe da família, Aurinha chorava quase todo dia. Queria muito trabalhar, mas não tinha com quem deixar os filhos pequenos. Então, começou a fazer algumas faxinas esporadicamente e foi assim que conheceu a filha de uma das donas da cantina. No momento em que o lugar precisou de reforços, Aurinha foi chamada para ajudar, já que precisavam de uma pessoa de confiança. “Adoro trabalhar aqui, a gente faz muita amizade e conhece todo mundo”.

Uma cientista que vê o mundo como uma combinação entre a lógica da área das ciências exatas e o campo das ciências humana. É assim que Lea Veras se define. Engenheira química pelo Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro, é pós-doutora e doutora em Química Computacional pela Carnegie Mellon University, tendo feito lá também uma especialização em metodologias educacionais pelo Eberly Center.

Além disso, fez pós-doutorado pela USP São Carlos em Diálogos Argumentativos na Formação de Mediadores de Museus de Ciências. Empreendedora, criou a Argumentaê, uma empresa que oferece cursos e dinâmicas com o objetivo de melhorar a comunicação entre pessoas. Foi palestrante do TEDxSaoCarlos em 2019 e do TEDxUFSCar em 2016. “Sonho em um dia ver as pessoas debatendo numa boa, sem excessos e agressões”, vislumbra a engenheira.

Professor do ICMC desde 2010, Moacir Ponti preside a Comissão de Extensão Universitária do Instituto e desenvolve pesquisas em pré-processamento de sinais e imagens, aprendizado profundo (deep learning), aprendizado e extração de características espaciais/temporais. Nas horas vagas, canta no Coral da USP São Carlos. Ele criou até um diário para mostrar como é o dia a dia em uma universidade pública: www.icmc.usp.br/e/3fcaf.

“Não fosse pela arte, cultura e música, não sei se conseguiria manter minha própria sanidade. São esses os principais refúgios para a mente e daí a importância de valorizar ações nessa direção, dentro e fora da universidade”, diz Moacir. Doutor em Biotecnologia, ele fez mestrado e doutorado em Ciência da Computação na UFSCar.

Na área de extensão universitária, já coordenou uma equipe em uma das operações do Projeto Rondon (2014) e foi tutor do PET-Computação por três anos, entre 2013 e 2016. Também organizou a Semana de Computação (Semcomp) no ICMC em 2013, 2014 e 2015.

Entusiasta da comunicação pública da ciência, desde 2019 Moacir coordena a edição são-carlense do festival de divulgação científica Pint of Science. Já atuou como pesquisador visitante no Centre for Vision, Speech and Signal Processing (CVSSP), na Universidade de Surrey, e recebeu o Google Latin America Research Award em 2017. É bolsista produtividade CNPq nível 2 desde 2018.

Graduada em Jornalismo pela UNESP, Stefhanie Piovezan é mestre em Comunicação Social pela mesma instituição, onde foi professora substituta das disciplinas Produção Jornalística: Técnicas de Reportagem e Entrevista, Jornalismo Impresso I e Jornalismo Radiofônico II. Atuando em jornalismo impresso e digital, já trabalhou em veículos como Folha de S.Paulo, Diário de S. Paulo e G1 São Carlos e Araraquara.

As histórias que relata têm o sabor e a cor típicos do jornalismo literário, habilidade que se destaca quando Stefhanie relata a trajetória de cientistas. No momento, está escrevendo um livro para a Associação Nacional de Cuidados Paliativos, com perfis de vários profissionais que atuam nessa área.

O livro anda em paralelo com as aulas que ministra no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), para estudantes de três cursos de graduação: Publicidade e Propaganda; Jornalismo; e Rádio e TV.

Em 2018, ela trabalhou na Assessoria de Comunicação do Pint of Science Brasil e participou da International School of Science Journalism. No mesmo ano, ganhou o Prêmio ABMES de Jornalismo na categoria Internet Regional. Em 2019 obteve o 2º lugar e uma menção honrosa no Prêmio IMPA-SBM de Jornalismo e, atualmente, é professora dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Rádio e TV do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp).

OS FACILITADORES

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSCar, Denise Casatti é mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP e formada em jornalismo pela mesma instituição. Atualmente, desenvolve estudos no campo da psicologia cognitiva, com foco na relação entre metacognição, criatividade e comunicação pública da ciência.

Desde junho de 2013, trabalha como analista de comunicação no ICMC, onde obteve todo o apoio necessário para trazer o festival de divulgação científica Pint of Science ao Brasil em 2015. As reportagens que redige têm sido publicadas no site do ICMC e do Jornal da USP, bem como replicadas em diversos veículos de comunicação do país. Em 2018, conquistou o terceiro lugar na categoria Matemática do Prêmio IMPA-SBM de Jornalismo com a série A matemática está em tudo.

Além disso, atuou como professora universitária na Universidade Paulista, de 2006 a 2012, e também ministrou aulas para alunos de pós-graduação na Academia Brasileira de Jornalismo Literário (ABJL) entre 2006 e 2010. Profissionalmente, já trabalhou na Investe São Paulo, no Jornal Valor Econômico, na Editora Gente e em empresas de comunicação empresarial. Nas horas vagas, adora fazer experimentos com aquarela, nanquim, carvão e outros materiais capazes de colorir a vida com arte.

Formada em Psicologia pela UNESP, Maria Fernanda Marreta é especialista em Engenharia de Produção pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). Na graduação, desenvolveu vários projetos de pesquisa e extensão nas áreas de psicologia social e comunitária, psicologia hospitalar e psicologia organizacional e do trabalho.

Começou a trabalhar no ICMC em 2008, como técnico para assuntos administrativos, atuando com apoio, suporte e execução de atividades relacionadas à cultura e à extensão. Hoje, faz parte da equipe da área de eventos do Instituto. Também participa do Grupo de Apoio Psicopedagógico (GAPsi) do ICMC, que tem como objetivo propor e executar ações de prevenção em saúde mental na Universidade.

Gabriela Monis Bidin Perroni começou sua trajetória na USP em 2007, quando ingressou no curso de Ciências Físicas e Biomoleculares. Desistiu da carreira na área de exatas e ingressou no curso de Bacharelado em Pedagogia na UFSCar, concluído em 2018.

Em 2010 passou a trabalhar como técnico para assuntos administrativos na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e, em outubro desse ano, passou a fazer parte da equipe da área de comunicação do ICMC. É poetisa, faz parte do Coletivo Nó de Verso, e tem ministrado oficinas para quem deseja aprimorar a arte de compartilhar poemas: “Saber falar em poesia é abrir a alma pra uma troca etérea, que esquenta, acalma e nos deixa à espera do próximo ritual”.

Aluno de graduação em Ciências de Computação no ICMC, Gabriel Toschi produz textos e vídeos desde 2011 sobre jogos eletrônicos e cultura pop, contribuindo para a comunicação pública da ciência na área de ciências exatas. Atualmente, faz parte da equipe de redatores do Portal Deviante, um dos maiores sites de divulgação científica do país, e da equipe de tecnologia do maior podcast de ciência do Brasil, o Scicast.

Natural de Dracena, uma pequena cidade no interior de São Paulo, Toschi sabe de cor o hino de sua terra Natal e volta para lá sempre que possível para visitar os pais. É estagiário em desenvolvimento web na empresa Tokenlab – Inovação e Soluções Digitais, e já desenvolveu jogos voltados à educação e à divulgação científica. Um deles é o A Plot from the Stars, fruto de um projeto de iniciação científica coordenado pelo professor Cláudio Toledo, do ICMC, e financiado pela FAPESP. O outro jogo é o CartoGráfico, criado em parceria com a Samsung, a UNICEF e o Centro Juvenil de Ciência e Cultura, de Vitória da Conquista, na Bahia.

“Depois da experiência adquirida nesses projetos, meu foco é aliar ainda mais meu trabalho como divulgador científico à minha paixão por game design. Acredito no poder dos jogos não só como uma fonte de entretenimento, mas como uma mídia poderosa de comunicação, ensino e, claro, divulgação científica. Minha missão é tornar o encontro com a ciência uma experiência ativa, interativa e divertida”, revela o estudante.

Quando fez estágio em jornalismo no ICMC, Henrique Fontes descobriu sua paixão pelo jornalismo científico e por relatar histórias de vida usando recursos literários, habilidades que podem ser conferidas nas inúmeras reportagens que ele já publicou, disponíveis neste link: https://bit.ly/2CVcBPA.

Depois de se formar em jornalismo na UNIARA em 2016, concluiu a especialização em jornalismo científico na Unicamp em 2018. Entre 2018 e 2019, ao trabalhar na Rádio UFScar, descobriu outra paixão: o radiojornalismo. Desde então, tem empregado a voz e a habilidade em redigir roteiros em prol da comunicação pública da ciência. Junto com a mestranda Carolina Sotério, criou o Minuto da Química, programa que é veiculado pela Rádio UFSCar.

Atualmente, atua na área de comunicação em três diferentes locais na USP, em São Carlos: no Departamento de Engenharia Elétrica da EESC; no Instituto de Química de São Carlos e no Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos.

Texto: Denise Casatti   |   Fotos: Henrique Fontes e arquivos pessoais  |  Arte: Fernando Mazzola

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