Exposição no IAU: “Difusão da arquitetura moderna no Brasil – o patrimônio arquitetônico criado pelo plano de ação do governo Carvalho Pinto (1959-1963)”

de 16 à 24 de novembro (durante o dia todo).

A produção de equipamentos públicos durante a gestão do governador Carvalho Pinto no Estado de São Paulo (1959-1963), a partir do PAGE, do ponto de vista da difusão da arquitetura moderna e dos compromissos políticos que os seus protagonistas estabeleceram, configura-se como um dos momentos mais ricos do Modernismo Brasileiro. Trazendo para o primeiro plano a questão social através da produção de equipamentos públicos, as obras implantadas pelo PAGE, valendo-se da hegemonia já alcançada pela Arquitetura Moderna nos anos 1950, incrementaram o desenvolvimento da linguagem, soluções e tipos modernos, não se limitando à repetição de concepções e formas consagradas e estabelecidas.

A exposição que está sendo apresentada no saguão de entrada do Instituto de Arquitetura e Urbanismo é fruto de um projeto de pesquisa, também, denominado “Difusão da arquitetura moderna no Brasil – o patrimônio arquitetônico criado pelo plano de ação do governo carvalho pinto (1959-1963)”, realizado pelo Grupo de Pesquisa “Arte, arquitetura Brasil: Diálogos na Cidade Moderna e Contemporânea – ArtArqBr” teve como escopo central o inventário e a análise da produção desses equipamentos. Discorrendo sobre as obras, Plínio de Arruda Sampaio, chefe de Gabinete do governador, afirmou que os “projetos padrão” desenvolvidos pelo DOP não atendiam as qualidades pretendidas em termos de aproveitamento e funcionalidade. Sobretudo, não consentiam as qualidades formais e simbólicas dos próprios públicos, que necessitavam amalgamar desenvolvimento material e modernismo social, e desta forma solicitavam a adoção da arquitetura que naquele momento já “fazia história”:

(…) era óbvio que tinha que ser moderno. Nem se discutia, era uma coisa de senso comum. Era tão hegemônica a ideia e eles todos eram ligados a isso, tinham acabado de sair da arquitetura. Eram todos alunos do Artigas, desse pessoal “craque”(…) . (SAMPAIO, 2007)

As obras do PAGE foram financiadas pelo Instituto de Previdência do Estado de São Paulo [IPESP], que contratou os projetos junto aos escritórios de arquitetura, após um acordo que normatizou os valores, entre o Estado e o Departamento Paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil [IAB/SP].

Por volta de 160 arquitetos projetaram para o PAGE produzindo equipamentos em 275 cidades. A pesquisa listou mais de 1.100 empreendimentos construídos, levantou 661 e inventariou com precisão 521. Uma pequena parcela dessa produção está aqui apresentada, todavia, como pode ser atestada, sua importância para os rumos da Arquitetura Moderna Brasileira é fundamental.

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