Pesquisadores de São Carlos são homenageados no Simpósio Brasileiro de Eletroquímica e Eletroanalítica

Orlando Fatibello Filho é docente do Departamento de Química da UFSCar, e Artur de Jesus Motheo é professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da USP

A cidade de São Carlos foi destaque no XXI Simpósio Brasileiro de Eletroquímica e Eletroanalítica (SIBEE) realizado entre os dias 17 e 21 de abril, na cidade de Natal (RN). Dois pesquisadores, sendo um da UFSCar e outro da USP, foram homenageados no evento. São eles: Orlando Fatibello Filho, do Departamento de Química da UFSCar, e Artur de Jesus Motheo, docente do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da USP.

Prof. Carlos Martinez Huitle, Presidente da Comissão Organizadora do XXI SIBEE comos homenageados: Artur de Jesus Motheo, ao centro, e Orlando Fatibello Filho

Professor Carlos Alberto Martinez Huitle, Presidente da Comissão Organizadora do XXI SIBEE com os homenageados  Artur de Jesus Motheo, ao centro, e Orlando Fatibello Filho

O interesse pela Química por Fatibelo aconteceu quando ele conseguiu seu primeiro emprego, atuando como office-boy e arquivista na Sociedade Paulista de Indústrias Químicas, a SAPIQ, uma indústria química de médio porte que dominava o mercado de óleos vegetais de mamona, linhaça e algodão desidratados, naftanatos de cobalto, chumbo e zinco e de resinas, usados como secantes em diversas tintas. “Foi na SAPIQ que minha vocação foi despertada. Já o meu interesse pela Química Analítica surgiu com as aulas de Química Analítica Qualitativa, aqui no DQ da UFSCar, ministrada pela professora Elizabeth de Mattos Moraes e, em Eletroanalítica, lendo os artigos do professor Eduardo Neves, do Instituto de Química da USP de São Paulo”, declarou.

Fatibello ingressou na UFSCar em 1976 como professor Auxiliar; atualmente é professor Titular. Nesse período atuou na área de Química Analítica com ênfase em eletroanalítica, bioanalítica, métodos ópticos de análise no UV-Vis, quimiluminescência, principalmente nos seguintes temas: análise por injeção em fluxo com detecção eletroquímica, espectrofotométrica no UV-Vis, turbidimétrica e por quimiluminescência, espectrofotometria com longo caminho óptico, biossensores à base de extratos e tecidos vegetais, eletrodos de pasta de carbono modificados, eletrodos modificados com filmes poliméricos contendo nanotubos de carbono, óxido de grafeno reduzido, negro de fumo (carbono black) e/ou nanopartículas metálicas (platina, ouro, óxido de níquel entre outras), eletrodo de diamante dopado com boro, Química Analítica Verde e ensino de química (desenvolvimento de experimentos de baixo custo com material do dia a dia). “Já orientei 36 alunos de mestrado e 31 alunos de doutorado, sendo que mais de duas dúzias deles são hoje professores em diversas universidades federais, incluído a nossa, estaduais e institutos de pesquisa”, finalizou.

Motheo é formando da primeira turma do curso de Bacharelado em Química do antigo Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC/USP). Sua escolha por eletroquímica ocorreu ainda durante sua graduação quando desenvolveu um projeto de iniciação científica sob a orientação do professor Luis Alberto Avaca. Iniciou seus estudos de pós-graduação na área de Físico-Química, especialidade em Eletroquímica, no ano de 1977 sob a orientação do professor Ernesto Rafael González e neste mesmo ano foi contratado no IFQSC/USP como Professor Assistente.

Sobre suas principais contribuições na área, o professor afirma  que seu trabalho começa na formação de alunos e complementa que “não só de mestres e doutores, mas também de alunos de graduação”. Ele orgulha-se de ser professor de Laboratório de Química Geral para alunos do primeiro ano do Bacharelado no IQSC e considera essa oportunidade de receber os calouros como uma renovação. Sobre seus alunos de mestrado e doutorado, afirma que estão espalhados pelo país e “isso é sempre uma felicidade”. Destaca também que graças ao intercâmbio, recebe muitos estrangeiros como “os primeiros paquistaneses de São Carlos vieram para o meu laboratório” e alunos de Inglaterra, Moçambique, Chile, Peru, Colômbia e Marrocos, “o que dá uma magnitude diferente para as pesquisas e para o nosso papel”, complementa.

Sobre as aplicações da Eletroquímica, o Professor Motheo comenta que “a pesquisa em Eletroquímica é interdisciplinar e são muitas as possibilidades de aplicação, desde a área de saúde, meio ambiente, saneamento básico, sustentabilidade, entre outros”.

 

Por Fabricio J. Mazocco (UFSCar-CCS) e Sandra Zambon (IQSC-USP, Comunicação)

Foto: SIBEE

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