USP vai integrar consórcio de pesquisa sobre inteligência artificial

Instituto será ponte entre universidades paulistas e empresas no desenvolvimento de estudos na área

Instituto Avançado de Inteligência Artificial (AI²) é um consórcio de pesquisadores na área de inteligência artificial – Foto: Divulgação/AI²

 

Está prevista para fevereiro de 2019 a inauguração oficial do Instituto Avançado de Inteligência Artificial (AI²), considerado uma ponte entre universidades e empresas para o desenvolvimento de pesquisas em parceria. Trata-se de um consórcio de pesquisadores de algumas das maiores instituições de ensino do Brasil, todas localizadas no Estado de São Paulo, que oferecerá a experiência para projetos de interesse acadêmico e comercial.

A expectativa é de que a organização, que não terá sede própria, promova iniciativas voltadas a diversas aplicações, ligadas ao caráter multidisciplinar desse ramo da ciência da computação. A ação busca promover colaborações para que o AI² desenvolva atividades relevantes de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

“A inteligência artificial simula a inteligência humana ao usar conhecimentos da informática, biologia, engenharias, estatística, filosofia, física, linguística, matemática, medicina e psicologia, entre outras”, explica o cientista da computação André Carlos Ponce de Leon Carvalho. Ele é vice-diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Aprendizado de Máquina em Análise de Dados, ambos da USP, e um dos integrantes do futuro instituto.

“Temos o intuito de estabelecer parcerias no mundo inteiro para a realização de projetos de grande impacto socioeconômico”, ressalta o físico Sérgio Novaes, do Núcleo de Computação Científica da Universidade Estadual Paulista (NCC-Unesp) e organizador do grupo. Segundo o pesquisador, o instituto não pretende se limitar aos acadêmicos do Estado.

Ainda de acordo com o físico, o suporte financeiro do instituto virá dos parceiros do setor privado. “O investimento será usado no recrutamento de recursos humanos, organização de eventos e aquisição de software e hardware”, acrescenta.

Não é por acaso que o AI² reúne, inicialmente, pesquisadores paulistas. O Estado e, em especial, a cidade de São Paulo, apresentam uma grande concentração de empresas, pesquisadores e mão de obra qualificada, o que representa um poderoso atrativo para o desenvolvimento de novas tecnologias. O Departamento de Matemática da USP tem visto as pesquisas em inteligência artificial triplicarem nos últimos três anos, afirma o cientista da computação Roberto Marcondes Cesar Junior, do Instituto de Matemática e Estatística (IME) e coordenador do programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fapesp. “Muitos de nossos alunos são absorvidos por startups do setor”, relata.

Apoio da Fapesp

Vale destacar que o apoio de agências de fomento como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) é determinante para a evolução do setor, principalmente por meio de programas como o Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe).

Além desse tipo de apoio, em 2019 a Fapesp financiará dez minicursos, com seis a oito horas cada um, com acadêmicos estrangeiros e brasileiros no Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, sobre aprendizado de máquina, aprendizagem estatística, sistemas de bancos de dados e computação de alto desempenho, além de aplicações com impacto social. Os cursos ocorrerão dentro da modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada.

Por Jornal da USP – Adaptado do Portal do Governo do Estado de São Paulo
Com informações da Revista Pesquisa Fapesp – leia a reportagem na íntegra: Terreno fértil para a inteligência artificial 

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