Sistema de irradiação pode ser utilizado na fabricação de partículas para despoluição de rios e em revestimentos com propriedades antivirais, bactericidas e antifúngicas

Canhão de elétrons permite criar estruturas inéditas em escala semi-industrial, viabilizando o uso na saúde e na ecologia. Foto: NanoLab/EESC-USP


O sistema de irradiação por feixe de elétrons oferece aprimoramentos na área de materiais e nanotecnologia, com maior precisão e eficiência. Foto: NanoLab/EESC-USP
Segundo o orientador da pesquisa, João Paulo Pereira do Carmo, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da EESC, a maior vantagem é o custo-benefício da máquina confeccionada: “A grande dificuldade atual é encontrar equipamentos com capacidade de processar os materiais em escala industrial e que simultaneamente permitam uma produção em série, dissolvendo o investimento inicial de desenvolvimento que, aliado ao uso de componentes comerciais de uso corrente, diminua o custo final”. A inovação apresentada, apesar de seu custo substancialmente menor em comparação com alternativas similares, oferece aprimoramentos significativos na área de materiais e nanotecnologia, com maior precisão e eficiência. Esses avanços têm o potencial de trazer benefícios tanto para a ciência quanto para a indústria.
O pesquisador teve a co-orientação de Elson Longo, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e diretor do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) onde a pesquisa foi realizada. “Uma aplicação promissora dessa tecnologia é o revestimento de superfícies com materiais nanoparticulados modificados pelo feixe de elétrons, que podem ser impregnados em superfícies por meio de sprays ou pintura. Além disso, essa tecnologia também contribui para a síntese de novos materiais semicondutores, que têm ampla aplicação em diversas áreas, especialmente na eletroeletrônica, oferecendo potenciais avanços nesse campo” explica Longo.
A construção do equipamento, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), também contou com uma equipe multidisciplinar, com colaboração dos professores Adenilson Chiquito e Leonélio Cichetto Júnior, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e de Juan Andrés, professor da Universitat Jaume I (UJI), da Espanha.
Mais informações: e-mails joaoccosta@usp.br, com João Paulo de Campos da Costa, e jcarmo@sc.usp.br, com João Paulo Pereira do Carmo
Texto: Ivan Conterno
Arte: Gabriela Varão
Por Jornal da USP