Os novos centros fazem parte do Programa USP de Incentivo a Centros de Pesquisa e Inovação Especiais (Cepix) para fomento das atividades anteriormente contempladas pelo projeto de Cepids da Fapesp

A cerimônia reuniu os coordenadores e pesquisadores dos centros e diretores das unidades de ensino -Foto: Marcos Santos/ USP Imagens
Em cerimônia realizada no último dia 8 de abril, na Sala do Conselho Universitário, no prédio da Reitoria, foram instalados oficialmente os 11 novos Centros de Pesquisa e Difusão Especiais (Cepix) no âmbito das Unidades de Ensino e Pesquisa da USP que os abrigam.
Os novos centros fazem parte do Programa USP de Incentivo a Centros de Pesquisa e Inovação Especiais (Cepix), lançado pela Reitoria em novembro de 2023. O projeto é voltado ao fomento e à continuidade das atividades de pesquisa, inovação e difusão anteriormente contempladas pelo projeto de Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids), financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A criação dos Cepix visa manter os Cepids que alcançaram o prazo de término estabelecido pela Fapesp.
O evento teve início com a apresentação do coordenador-geral do evento, Fernando Cunha, que fez um histórico sobre a criação dos Cepids e a importância da criação dos Cepix nas estruturas das unidades, o que permitirá “maior agilidade administrativa aos centros”.
Em seguida, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior destacou a importância da continuidade do trabalho dos Cepids. “Como Reitoria, temos de incentivar as pesquisas que envolvem grandes grupos, a interdisciplinaridade, o contato com grupos do exterior, a transferência do conhecimento e a inovação, que são características dos nossos 11 Cepix. A preocupação da Universidade foi manter os Cepids ativos, organizados e autônomos. Tivemos uma boa receptividade das Unidades para a criação dos Cepix e todo esse processo foi feito de forma muito natural, com a aprovação das congregações e, depois, do Conselho Universitário”, ponderou o reitor.
“Estes são alguns dos melhores grupos de pesquisa que temos em nossa Universidade. O que posso desejar a vocês é muito trabalho, muita pesquisa de qualidade. E vamos interagir ao máximo com outras instituições também para poder fazer o desenvolvimento da nossa sociedade, que é o objetivo final da Universidade”, complementou.
O professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e coordenador-geral de Programas Estratégicos e Infraestrutura da Fapesp, Sérgio Costa Oliveira, falou sobre o papel da fundação no fomento à pesquisa multidisciplinar e apresentou um panorama científico e tecnológico do Estado de São Paulo e as estratégias e ações adotadas pela Fapesp para incrementar o avanço da ciência e a inovação e a difusão do conhecimento para a sociedade. Atualmente, São Paulo representa 40% da produção científica brasileira e forma mais de 7 mil doutores anualmente.
O coordenador do Centro em Biomedicina Redox – Cepix-Redoxoma, Maurício da Silva Baptista, fez uma apresentação geral a respeito dos 11 novos Cepix, dividindo-os em três áreas: Tecnológicos, Sociais e Biomedicina. Em seguida, abordou as principais características de cada um, expôs os dados sobre a produção científica, as ações de difusão desenvolvidas e os objetivos futuros.
Segundo ele, ao todo, os então 11 Cepids publicaram mais de 11 mil artigos em revistas científicas internacionais e quase 2 mil em revistas nacionais; produziram mais de 180 patentes; e desenvolveram mais de 200 projetos de colaboração com o setor produtivo.
“Estamos bastante motivados. Os Cepix ajudam a USP a exercer essas missões que a gente tem, que são muito importantes para a sociedade. Representando o grupo, estamos prontos para atuar. Então, a USP pode confiar na gente, pode acreditar que a gente vai dar continuidade a esse trabalho e vamos trabalhar em conjunto”, afirmou Baptista.

O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior falou sobre a necessidade de os centros desenvolverem pesquisas para atender às demandas da sociedade – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

O coordenador-geral do evento e coordenador do Cepix Crid, Fernando Cunha, apresentou um histórico sobre a criação dos Cepids – Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

O coordenador do Centro em Biomedicina Redox – Cepix-Redoxoma, Maurício da Silva Baptista, fez uma apresentação geral a respeito dos 11 novos Cepix – Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

O professor do ICB, Sérgio Costa Oliveira, também é coordenador-geral de Programas Estratégicos e Infraestrutura da Fapesp – Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

Glaucius Oliva – Foto: Cecilia Bastos/USP Imagens
“Os Cepids constituem redes de pesquisadores que, por quase um quarto de século, estabeleceram linhas de pesquisa de fronteira, com infraestruturas de pesquisa comparadas aos melhores centros internacionais na área, e com impactos científicos, econômicos e sociais que extravasam amplamente os muros da Universidade. Seria impensável que, ao final destes ciclos de financiamento pela Fapesp, estes centros de pesquisa pudessem ter suas atividades descontinuadas. Neste sentido, a USP decididamente entendeu que seria necessário apoiar estes Cepids com longo histórico de atividade, para que possam prosseguir em sua trajetória de realizações de sucesso, agora amparados pela institucionalidade provida pelo Programa Cepix. Nesta nova estrutura, os centros têm papel definido no regimento de suas respectivas Unidades de Ensino e Pesquisa, com agilidade e autonomia que lhes permitem buscar novas fontes de financiamento e parcerias, para a plena realização de suas missões de pesquisa na fronteira, inovação com impactos econômicos e sociais, e difusão do conhecimento para a sociedade em todas as suas instâncias”.

Mayana Zatz – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens
“Os Cepids permitiram agregar diferentes expertises para resolver problemas científicos. No nosso Cepid, por exemplo, temos interação entre médicos de diferentes especialidades, geneticistas, bioinformatas, biologistas moleculares e bioquímicos que interagem constantemente. Outra grande vantagem é a possibilidade de planejar a longo prazo. Algumas pesquisas precisam de mais tempo para serem concluídas e, por outro lado, o Cepid permite adaptações rápidas em relação a novos descobertas ou situações ambientais adversas, como foi o caso da covid-19, e rápida mudança de rumo se uma hipótese inicial não for comprovada ou para testar novas ideias disruptivas que não faziam parte do objetivo inicial. A transferência de tecnologia permite que a população seja rapidamente beneficiada com esses avanços. A divulgação científica, que também foi um aprendizado importante dos Cepids, é fundamental não só para educar a população como para dar um retorno a sociedade que investe seus recursos nessas iniciativas”.
Por Adriana Cruz – Jornal da USP