Alunos de pós-graduação de todas as áreas do conhecimento podem se inscrever na disciplina, oferecida em parceria com Escola de Comunicações e Artes (ECA), a Superintendência de Comunicação Social (SCS) e o Instituto de Estudos Avançados (IEA)

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Capacitar pesquisadores para a divulgação científica e reduzir a distância entre o conhecimento científico e a sociedade são os principais objetivos da nova disciplina Divulgação Científica para Pesquisadores, oferecida pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG), em parceria com a Escola de Comunicações e Artes (ECA), a Superintendência de Comunicação Social (SCS) e o Instituto de Estudos Avançados (IEA).
A disciplina tem como propósito qualificar os alunos a comunicarem suas pesquisas de forma clara e acessível a diferentes públicos, como formuladores de políticas públicas, a mídia e a sociedade em geral. Com aulas presenciais, a disciplina é voltada a alunos de pós-graduação de todas as áreas do conhecimento e está estruturada em duas partes: a primeira com foco formativo e a segunda voltada à produção de conteúdo de divulgação científica em ambientes não formais.
“Cada vez mais, a divulgação da ciência e do conhecimento é necessária para instruir a sociedade e permitir sua transmissão adequada. Existem, hoje, vários meios de comunicação que podem ser veículos de informação científica para o grande público, e o pesquisador precisa estar preparado para dominar essas ferramentas: do jornal à televisão, do podcast às redes sociais. Essa disciplina é resultado da gentil atenção do professor Eugênio Bucci e da professora Clotilde Rodrigues a um pedido da PRPG, para que possamos dar essa habilidade aos nossos pós-graduandos da USP, mestrandos e doutorandos, de maneira transversal e interdisciplinar. Certamente, será uma oportunidade única para nossos estudantes”, considera o pró-reitor de Pós-Graduação, Rodrigo Calado.
Temas como a representação da ciência na mídia, redes sociais e meios de comunicação em geral; fake news e ciência; comunicação pública da ciência; o compromisso das instituições públicas de pesquisa com a sociedade; a responsabilidade social da pesquisa; media training; linguagem visual e sonora; e storytelling serão abordados durante o curso.
“A ECA tem um papel estratégico na formação dos pesquisadores da USP para a comunicação com a sociedade. A criação desta disciplina — oferecida para toda a Universidade — evidencia nossa responsabilidade e protagonismo na área da comunicação como um todo e, de maneira especial, para a comunicação e divulgação científica. Trata-se de apenas uma das iniciativas previstas nessa direção”, afirma a diretora da ECA, Clotilde Perez.
A partir dos conhecimentos teóricos adquiridos, do estudo da bibliografia e das discussões em grupo, o trabalho final da disciplina consistirá no levantamento dos “mitos científicos” referentes às pesquisas dos participantes e na produção de artigo, vídeo, podcast, matéria para jornal ou ensaio para “desmentir esses mitos”. As melhores produções poderão ser selecionadas para publicação no Jornal da USP, na Rádio USP e no Canal USP.
“Na universidade brasileira, não temos uma tradição que estimule o pesquisador a atender à imprensa e a se comunicar com a sociedade. Colegas meus de jornalismo brincam que é mais fácil falar com um Prêmio Nobel nos Estados Unidos do que ser atendido por um mestrando na USP. De fato, algumas estrelas da ciência na América do Norte e na Europa têm por hábito responder e-mails rápida e diretamente. No Brasil, nosso hábito é diferente. Com este curso, queremos contribuir para que nossos pesquisadores possam melhorar sua aptidão para falar com jornalistas e com a sociedade de forma ampla”, avalia o superintendente da SCS e docente da ECA, Eugênio Bucci.
As aulas serão ministradas por professores da ECA e por profissionais que atuam na área de divulgação científica e comunicação institucional da SCS, às terças-feiras, das 15h30 às 17h30, na Sala de Aprendizado Eletrônico (prédio central da escola, no 1º andar). O curso terá início no próximo dia 12 de agosto e duração de dez semanas. Mais informações podem ser obtidas no sistema Janus.
Por Adriana Cruz – Jornal da USP