Grupos de extensão e coletivos da USP oferecem cursos e oficinas gratuitos, incentivando o aprendizado das várias linguagens de programação para estudantes de todos os cursos e também para a comunidade externa
“A imaginação é a faculdade de descoberta, preeminentemente.” A frase é de Ada Lovelace, que desenvolveu, em 1843, o primeiro algoritmo de programação a ser processado por uma máquina da história. Sua descoberta levou ao surgimento das linguagens de programação, presentes hoje em quase todos os nossos aparelhos digitais. Apesar do reconhecimento tardio, foi Ada quem formou a base do que viria a ser uma das atividades mais requisitadas e importantes da atualidade: a programação.
Segundo dados do relatório da Associação das Empresas de Tecnologia e Informação (Brasscom), o macro setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) teve um aumento de 4% de 2021 até o primeiro semestre de 2022, gerando mais de 76 mil novas vagas de emprego. Se antes a área de tecnologia era, principalmente, voltada para a informática e outros ramos das ciências exatas, atualmente, a realidade é outra. Hoje, são várias as áreas em que o domínio de alguma linguagem de programação, além de útil, é cada vez mais necessário. O conhecimento da tecnologia permite não só a resolução de problemas, mas também impulsiona a criatividade, permitindo a criação de novos aplicativos, plataformas, jogos ou qualquer outro projeto, pessoal ou não, dentro de qualquer área de atuação.

Escola de verão para meninas oferecida pelo grupo Grace do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos – Foto: Reprodução/Grace ICMC-USP
O campo da programação é bastante diverso e permite que seu profissional trabalhe em uma grande variedade de campos, com diferentes objetivos. Além disso, o programador pode atuar também como analista de segurança e como analista e administrador de banco de dados, função cada vez mais importante nos tempos atuais.
Com a crescente demanda de profissionais com algum tipo de conhecimento ou qualificação em tecnologia, não são poucos os cursos voltados para o ensino de diversas linguagens de programação e outras vertentes da área. Assim, não tardou para que surgissem na USP grupos de extensão e coletivos de alunos que têm como objetivo tornar o aprendizado do universo da tecnologia da informação mais acessível e prático para todos que, de alguma forma, frequentam a Universidade. Com opções para todos os tipos e gostos, conheça alguns desses projetos e entre em contato com aquele que melhor se identificar.
USP Code.Lab
Atividades promovidas pelo USP Code.Lab – Foto: Reprodução / Facebook
O curso é gratuito e tem a duração de aproximadamente dois meses, oferecido todos os anos. Mais informações sobre o período de inscrições, bem como as redes sociais do grupo, podem ser conferidas no Linktree do grupo.
Grace – Grupo de Alunas de Ciências Exatas
Organizado pelo grupo Grace, o Technovation Summer School for Girls ensina conceitos de programação para meninas de 10 a 18 anos – Fotos: Assessoria de Comunicação do ICMC
Além dos projetos, o grupo oferece workshops e cursos sobre todas as etapas da produção de um jogo. Podem participar todos os interessados, de qualquer área do conhecimento.
Para conferir acesse o site do grupo em https://usp.game.dev.br
Data – Ciência de Dados e Aprendizado de Máquina
O matemático e analista de dados britânico Clive Humby se tornou famoso pela seguinte frase: “Os dados são o novo petróleo”. Em um mundo cada vez mais conectado, os dados se tornam um item muito valioso, atraindo o interesse de diversas empresas. Saber analisar e tratar esses dados é um diferencial cada vez maior no mercado de trabalho. Com o intuito de integrar tanto a indústria quanto o mundo acadêmico, os alunos do curso de Ciência da Computação da USP em São Carlos criaram o Data, grupo de Ciência de Dados e Aprendizado de Máquina.
“A ideia basicamente surgiu primeiro sobre a ciência de dados e o aprendizado de máquina, tentando extrair conhecimento delas. São áreas que têm uma forte ligação com a estatística, e surge como um complemento, pensando em aplicações voltadas para a indústria e utilizando as máquinas de maneira mais intensa”, conta Bernardo, coordenador do grupo.
O Data funciona através de três iniciativas, divididas ao longo do ano letivo. O primeiro semestre é voltado para aulas de programação, com a linguagem Python e suas bibliotecas. Já no segundo, os alunos aprendem sobre aprendizagem de máquina e seus algoritmos. Por fim, no terceiro semestre, os alunos são orientados a participar de projetos e estudos, aplicando o que foi aprendido nos semestres anteriores.

Curso de introdução a ciência de dados oferecido pelo grupo Data no canal do Youtube – Foto: Reprodução Youtube
“O grupo cresceu muito e agora fazemos também outras atividades, mas o nosso foco continua sendo o mesmo: o de ensinar as pessoas, tentando também democratizar o acesso às informações nessas duas áreas, o que é bem escasso aqui no Brasil. Estamos sempre postando nossas aulas e conteúdos no canal no Youtube para que qualquer pessoa possa ver e acompanhar. Também postamos nas redes sociais quando surge algo novo.”
Mais informações sobre os eventos realizados, além das datas de início dos cursos, podem ser encontradas no site do Data em http://data.icmc.usp.br, Facebook, Youtube.
Os estudantes criaram a Liga em outubro de 2021 como uma forma de aperfeiçoar sua formação acadêmica. O período da pandemia também acabou por demonstrar na prática a importância e a utilidade que a análise de dados representa para a saúde, principalmente em relação a dados epidemiológicos. Essa análise, porém, pode ser refinada para qualquer outra área da saúde, podendo ser utilizada em políticas públicas de investimento em medicamentos, por exemplo.
É importante ressaltar que a Liga não necessariamente funciona como um curso de programação. Os alunos interessados vão participar e desenvolver projetos em análise de dados voltados para a saúde, com a programação servindo como ferramenta para as discussões na área. Dentro dos projetos, o ingressante terá todo o auxílio e assistência, não sendo necessário nenhum tipo de conhecimento prévio. É aberto a alunos de todos os cursos, seja de graduação ou pós-graduação. Os processos seletivos geralmente ocorrem uma vez por ano, no primeiro semestre do ano letivo.
Confira as atividades do grupo no Instagram @lacdausp.
Para mais informações sobre o grupo Produtech acesse o Instagram ou https://linktr.ee/produtech.