Número inclui estudantes, professores, pesquisadores e funcionários registrados no Anuário Estatístico 2023; maioria é do gênero masculino e branco


Mas fora os estudantes, a universidade também conta com docentes que, além de se ocuparem do ensino, realizam pesquisas e atividades voltadas à comunidade. Na USP, eles são 5.151. A esse número, acrescenta-se outros 2.845 professores seniores. Uma das novidades do Anuário 2023 foi a inclusão dos docentes que já se aposentaram, mas continuam voluntariamente em salas de aulas, sem receber nada além da aposentadoria, pelo simples prazer de lecionar.
Já quem dá o suporte, coloca tudo para funcionar e é responsável pela manutenção da universidade, são os 12.854 chamados servidores técnico-administrativos. Eles exercem as mais variadas funções, que vão desde pedreiro, motorista, a técnico de laboratório, bibliotecário.
Nas informações de raça/cor e gênero, os estudantes de ensino fundamental, médio e técnico não são considerados. Assim, dos 119.500 alunos de graduação, pós-graduação, pós-doutorandos, professores e funcionários técnico-administrativos que compõem a comunidade USP, 52,6% são do gênero masculino.
Mais da metade se identifica como branco: 57,2%, lembrando que, nesse quesito, 22,8% preferiram não informar sua raça/cor, conforme constava no questionário.
Os números indicam que a USP é predominantemente masculina e branca, sobretudo quando se considera apenas os professores. Dos 5.151 docentes, 2,7% não informaram a raça/cor e 91,23% se autodeclararam brancos.
Porcentagem da população da USP por raça/cor

Apenas dois professores se autodeclararam indígenas, 192 como amarelos, 93 como pardos e 28 como pretos. A unidade que tem maior percentual de docentes que se identifica como APPI é o Instituto de Relações Internacionais (IRI): 17,65%.


Um dos coletivos negros da USP e o professor Kabengele Munanga: quase 20 mil pessoas da comunidade uspiana se identificam como pretas ou pardas – Fotos: Arquivo pessoal e Cecília Bastos/USP Imagens
A discrepância entre os gêneros é maior entre os professores. As mulheres representam apenas 37,49% entre o total de docentes. Chama atenção a baixa presença de professoras em algumas unidades. No Instituto de Física de São Carlos, elas são apenas 11,54%. Na Escola Politécnica, a situação é parecida, dos 385 docentes, 13,77% são professoras. Na Escola de Educação Física de Ribeirão Preto (EEFERP), representam 15,79%.
Em relação aos servidores técnico-administrativos, dos 12.854, 3% não informaram sua raça/cor e 77,4% se autodeclararam brancos. Do ponto de vista de gênero, os números são mais equilibrados com 47,7% de presença feminina.
Em 23 de maio deste ano, a reitoria da USP informou que passará a adotar políticas afirmativas para pretos, pardos e indígenas (PPI) em concursos públicos para cargos de docentes e para processos seletivos de servidores técnicos e administrativos.
O tipo de ação afirmativa aplicável a cada concurso público ou processo seletivo será definido a partir do número de vagas em disputa. Para os concursos ou processos seletivos em que o número de vagas oferecidas seja igual ou superior a três, serão reservadas 20% das vagas existentes ao público PPI.
Distribuição da população da USP por raça/cor

Alunas do centro acadêmico da Escola Politécnica e a biomédica Ana Carolina Souza Ramos de Carvalho: presença do gênero feminino é ligeiramente maior somente na pós-graduação – Fotos: Divulgação/CAEA e Cecília Bastos/USP Imagens
Desde 2017, a Universidade reserva 50% das suas vagas, em cada curso de graduação e turno, a candidatos que estudaram em escolas públicas (EP). Nesse percentual, incide reserva de vagas para candidatos pretos, pardos e indígenas (PPI) equivalente à proporção desses grupos no Estado de São Paulo, segundo o último censo da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é de 37,5%.
Distribuição da população da USP por gênero

A presença do gênero feminino entre os estudantes é ligeiramente maior somente na pós-graduação: 50,8% entre os 37.238 alunos. Na graduação, 54% dos 60.120 estudantes são homens.
Por Hérika Dias – Jornal da USP