A Doença de Chagas ocorre quando há infecção humana pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Foi o naturalista, médico e sanitarista brasileiro Carlos Chagas quem a descreveu em 1909. Na ocasião, acreditava-se que sua transmissão se dava apenas através da picada do percevejo conhecido como barbeiro, bicudo ou chupão.
A doença ainda não tem vacina. “Como alternativa terapêutica atual, benzonidazol é o único fármaco disponível no Brasil para o tratamento, porém apresentando efetividade somente durante a fase aguda da doença”, explica José Carlos Quilles Junior, doutorando do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) – USP que complementa “torna-se cada vez mais incessante a busca por novos candidatos a fármacos eficazes contra a Doença de Chagas”.
Pesquisa publicada em 2014 pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (INCQS/Fiocruz) revelou que a ocorrência de doença de Chagas aguda por consumo de alimentos contaminados (transmissão oral), tornou-se frequente na região amazônica e está relacionado a ocorrência de casos em outros estados brasileiros (1). Segundo informação divulgada em abril de 2016 pelo Portal da Saúde do Ministério da Saúde, estima-se que há no Brasil atualmente, pelo menos um milhão de pessoas infectadas (2).
Com base em suas pesquisas, José Carlos proferirá seminário no IQSC-USP, dia 30 de setembro de 2016, às 10 horas, onde abordará a importância da cisteíno protease cruzipaína como potencial alvo terapêutico para o tratamento da Doença de Chagas, uma vez que ela é essencial para a vida do parasita, apresentando relatos baseados na literatura, com enfoque nos danos ocasionados ao parasita decorrente da inibição da enzima.
O palestrante
José Carlos Quilles Junior concluiu a Licenciatura em Química (2011) pela UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga, com curso de extensão em Química Tecnológica pela mesma instituição. Obteve o mestrado em Química na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP, 2014) com período sanduíche no Instituto de Catálise na Universidade Autônoma de Madrid, na Espanha.
Desenvolve seu doutorado no IQSC, na área de Química Orgânica e Biológica, onde estuda a atuação de candidatos a fármacos na inibição de cisteíno proteases em células cancerígenas e parasitárias, sob orientação do Prof. Dr. Carlos Alberto Montanari, responsável pelo Grupo de Estudos em Química Medicinal – NEQUIMED.
Seminário
“Cisteíno proteases como alvo terapêutico no descobrimento de novos candidatos a fármacos para Doença de Chagas”
MSc. José Carlos Quilles Junior (pós-graduando junto ao IQSC-USP)
30/9/2016 – sexta-feira, 10h, anfiteatro térreo do IQSC-USP
Av. Trabalhador são-carlense, 400
O seminário integra as normas do programa de pós-graduação do IQSC
Inscrições gratuitas aqui.
Informações: (16) 3373-9909 ou 3373-8272
Texto: Sandra Zambon – Comunicação IQSC
Imagens:
Triatoma infestans: por Bärbel Stock (ticket:2014031910010154) [CC BY-SA 3.0 de (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/de/deed.en)], undefined
Carlos Chagas – https://www.flickr.com/photos/zeissmicro/9251096040/
Fontes:
(1) FERREIRA, R. T. B.; BRANQUINHO, M. R.; LEITE, P. C. Transmissão oral da doença de Chagas pelo consumo de açaí: um desafio para a Vigilância Sanitária. Vigilância Sanitária Debate, v.2, n.4, p.4-11, 2014. DOI: 10.3395/VD.V2I4.358.
Disponível em http://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/9712/2/Vig_Sanit_Debate_2_4-11.pdf
Acesso em: 05 de set.2016
(2) Portal da Saúde do Ministério da Saúde Enquete permite sociedade contribuir na elaboração do PCDT da Doença de Chagas. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/noticias-svs/23258-enquete-permite-sociedade-contribuir-na-elaboracao-do-pcdt-da-doenca-de-chagas> Acesso em: 05 de set.2016