Equipes de aerodesign e projetos aeroespaciais dos cursos de Engenharia nos campi da USP têm se destacado em competições nacionais e internacionais além de promover inclusão e acolhimento
Vivenciar e construir de forma prática o que se aprende em sala de aula, aliando tecnologia e conhecimento científico. Esse é um dos objetivos dos projetos de extensão da USP na área de engenharia nos campi de São Paulo, São Carlos e Lorena: são mais de 20 grupos e equipes de diferentes áreas, como aerodesign, automobilismo, robótica e projetos aeroespaciais. “Nós precisamos cumprir as disciplinas obrigatórias antes de nos formarmos, então poder fazer parte dos grupos de extensão nas equipes é uma forma de incentivo. Ver as coisas acontecendo, o projeto dando certo, é muito legal e faz toda diferença no contexto da engenharia”, conta Ricardo Vasconcelos, integrante do Skyrats, um dos grupos de extensão na área de aerodesign.
Sediada na Escola Politécnica (Poli) da USP, a Skyrats é uma das equipes que têm obtido bons resultados em torneios como a Competição Brasileira de Robótica (CBR), com o primeiro lugar em 2021 e 2022, e a International Micro Air Vehicles (Imav), competição internacional para veículos micro aéreos, com o terceiro lugar em 2022 e sexto lugar em 2023.
Também pela Poli, o Projeto Júpiter de foguetes criados em ambiente universitário tem se destacado em competições da área, como a Latin American Space Challenge – segundo lugar, em 2024, na categoria de foguetes com motores sólidos de apogeu 10 mil pés, e primeiro lugar geral nas competições de 2021 a 2022. Outra equipe, a EESC-USP Aerodesign, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, é referência mundial no desenvolvimento e construção de aeronaves cargueiras rádio-controladas. Soma 20 títulos nacionais e internacionais em 22 anos de história.
“A ideia dos grupos de extensão é ter o aluno como agente na troca de conhecimentos da Universidade com a sociedade, como forma de retroalimentar esses saberes”, destaca Eliane Monetti, professora da Escola Politécnica (Poli) da USP e presidente da Comissão de Cultura e Extensão (CCEx) da unidade. A professora pontua que a Poli tem buscado organizar de maneira mais estruturada os grupos de extensão, devido a sua grande quantidade e também em razão da proposta de curricularização das extensões, que tem sido debatida na Universidade.
“Nesses grupos, o aluno aprende a trabalhar em grupo, a se comunicar, gerenciar o tempo e recursos, além de ampliar suas competências técnicas. O aluno sai com uma formação diferenciada”, afirma Alexandre Kawano, professor, integrante da CCEx da Poli e que já atuou como orientador de uma das equipes. Na visão de Kawano, ao participar das competições, as equipes também garantem uma grande visibilidade para a Universidade, já que os grupos têm obtido bons desempenhos.
As competições acontecem em nível nacional e internacional. Para garantir essa participação, as equipes têm apoio da Universidade principalmente em transporte e espaços de oficinas. Os grupos também buscam parcerias para fornecimento de materiais e patrocinadores para arcar com os custos maiores nos veículos ou nas competições. Entidades como a Amigos da Poli, fundação de ex-alunos dos cursos de Engenharia da Universidade, apoiam alguns desses projetos.
Os grupos de extensão também se tornaram um espaço de acolhimento e pertencimento dentro da Universidade. Alunos que ingressaram a partir da política cotas relatam que estes espaços são importantes para inclusão. “Quando cheguei na Poli, senti que não fazia parte daqui. Foi participando de um grupo de extensão que eu comecei a me sentir mais pertencente ao ambiente da Universidade”, explica Felipe Beserra, cocapitão da Skyrats, equipe de aerodesign.
Confira alguns dos grupos de extensão da USP que desenvolvem aeromodelos, projetos aeroespaciais, drones e satélites de alto nível e que têm se destacado em competições nacionais e internacionais.
EESC-USP Aerodesign
Keep Flying
Projeto Júpiter
Zenith Aerospace
Skyrats
SkyMammoths EEL
Epos Projetos Aeroespaciais
PoliSat