A vastidão e o impacto das pesquisas realizadas no Brasil estarão ao seu alcance durante três dias, em 56 cidades, nos 500 bate-papos científicos que compõem o Pint of Science
No Rio de Janeiro, serão 12 bate-papos no total |
Na noite de 14 de maio, a partir das 19h30, enquanto a população de Goiânia (GO) poderá sentar em um bar para descobrir o que é um ser humano, quem estiver em Uberlândia (MG) poderá entender que dor, venenos e bruxas têm tudo a ver com ciência. É neste dia que começa o festival Pint of Science, um dos maiores eventos de divulgação científica do mundo.
No Brasil, o evento levará cientistas para conversar com o público, de forma descontraída, em bares e restaurantes de 56 cidades, animando as noites de 14, 15 e 16 de maio com informação, revelações e debates sobre pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento. Para conferir a programação na cidade mais próxima, acesse o site do festival: www.pintofscience.com.br
Se quiser ter uma ideia da vastidão territorial e científica do evento, pense que, na noite de 15 de maio, na mesma hora que os moradores de Santo Antônio de Jesus (BA) estiverem descobrindo o que acontece com nossa memória quando envelhecemos, os participantes do Pint of Science em São José do Rio Preto (SP) terão a oportunidade de conhecer truques de “matemágica” e entender o que faz quem estuda astrobiologia.
Já na noite de 16 de maio, será a vez dos moradores de Macapá (AP) se divertirem com o projeto Físicos da Alegria, que leva a ciência para pacientes do Hospital da Criança e do Adolescente da cidade. Na mesma noite, em Florianópolis (SC), será revelado o que bactérias em um vulcão na Antártica podem nos dizer sobre a busca de vida fora da Terra.
É nessa noite que, em Recife (PE), a bióloga Natália Lima Oliveira falará sobre o uso de biossensores em investigações. “A ciência contribui fortemente com a polícia a partir do momento em que, utilizando-se de conceitos e demonstrações simples, pode revelar o acontecimento de um crime, o modo como ocorreu e quem foi o responsável”, argumenta a pesquisadora. Esse lado “CSI” da ciência – o termo vem da série Crime Scene Investigation – também será tema de bate-papos em Belo Horizonte, Brasília, Campinas e Santos.
Sobre macacos e febre amarela – O festival terá ainda diversos bate-papos sobre fake news, vacinas e febre amarela. “É importante falar da febre amarela em um evento como o Pint of Science porque as pessoas têm muitas dúvidas e ainda vêem o macaco como vilão”, diz a pesquisadora Leticia Jedlicka, que conduzirá a conversa Febre amarela: e o macaco com isso?, em Marabá (PA).
A febre amarela e as demais infecções que invadiram e assustam o país (e aquelas que ninguém dá a devida atenção) também serão tratadas pela jornalista especializada em saúde e ciência Ruth Helena Bellinghini, em São Paulo (SP). Em reportagem publicada em fevereiro, a jornalista reuniu as principais dúvidas do público a respeito da vacina da febre amarela, via redes sociais, e respondeu uma a uma a partir de pesquisas e entrevistas com profissionais de saúde. Os paulistanos são os que terão mais bate-papos à disposição: 63 no total.
Outro tema de destaque na programação é a participação feminina na ciência. “Esse tema precisa ser tratado de forma científica”, diz Natalia Pasternak, coordenadora nacional do Pint of Science. Segundo ela, faltam pesquisas sobre esse assunto no Brasil e, por isso, a questão da igualdade de gênero tem sido discutida com base apenas em opiniões e não em evidências científicas.
Outros assuntos a serem discutidos nos bares são: o uso de animais nas pesquisas (50 tons de ética: o uso de animais na ciência), o desastre de Mariana (Quando o Rio Virou Lama: o maior desastre ambiental brasileiro aos olhos da ciência), as criptomoedas (Posso ficar rico com criptomoedas?) e os enigmas (A maneira mais difícil de ganhar um milhão de dólares!). Haverá, ainda, conversas sobre música, cerveja e muito mais.
A entrada é gratuita – paga-se apenas o que for consumido nos estabelecimentos – e não há necessidade de inscrição. Também não são emitidos certificados de participação. Todos os bate-papos começam às 19h30 (horário local), mas recomenda-se chegar mais cedo, já que não há reserva de lugar. Com certeza, você vai se impressionar com a ciência que é feita no Brasil ao bater um papo com um dos pesquisadores que estarão à sua disposição nesses 500 bate-papos.
A primeira edição do festival no Brasil aconteceu em São Carlos, no interior de São Paulo, em 2015 |
Confira imagens de divulgação do evento no Flickr: icmc.usp.br/e/1bf73
Texto: Denise Casatti e Stefhanie Piovezan
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