Concurso com participação de pesquisadores da USP busca soluções tecnológicas na área de alimentos através de conexões entre empreendedores; inscrições podem ser realizadas até o dia 10 de abril
Até o dia 10 de abril estão abertas as inscrições para o terceiro ciclo do All4Food (Todos pelo Alimento, em tradução literal), desafio criado por pesquisadores da USP, Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e parceiros, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e empresas do setor de alimentos para criar uma rede de troca de informações que potencializam a busca de soluções tecnológicas e organizacionais inovadoras para as áreas de alimentos e bebidas.
O terceiro ciclo será nos dias 6 e 13 de maio e o formulário para inscrições pode ser acessado neste link. Deverá ser anexado um conteúdo digital, ‘vídeo pitch’ (vídeo para despertar interesse de investidores) em formato mp4, de duração máxima de três minutos, não contendo informações confidenciais. O resultado da pré-seleção será divulgado na página do evento até o dia 25 de abril.
O desafio, estruturado em uma plataforma on-line, estabelece duas categorias de inscrição: startups e grupos de pesquisa. Na categoria startups, estarão aptas a participar propostas de valor em diferentes estágios do negócio. Na categoria grupo de pesquisa, enquadram-se pesquisadores individuais e grupos atuando em universidades ou laboratórios de públicos ou privados, integrantes do quadro permanente ou temporário de institutos de pesquisa, professores em qualquer nível de ensino, alunos de iniciação científica, de graduação, pós-graduação e seus orientadores, além de outras categorias acadêmicas que desenvolvam ciência e tecnologia em qualquer nível de ensino.
Conexões da porteira para fora
A professora Maria Teresa de Alvarenga Freire, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos de Pirassununga (FZEA) da USP, é uma das coordenadoras do desafio e conta que, em 2022, “o foco está em soluções direcionadas a cadeia de alimentos inteligentes, conexões da porteira para fora”, com os eixos de interesse voltados para “marketplace e digital, cadeias refrigeradas e não refrigeradas, novas conexões entre indústria e consumidores, logística, fornecimento, transporte, segurança de carga e armazenamento, gestão de riscos em cadeias produtivas, além de cadeias curtas, transparência e rastreabilidade na cadeia de valor”.
Além disso, Maria Teresa explica que, neste ciclo, “um dos focos está na evolução tecnológica que envolve o universo físico e digital, com abordagens sobre metaverso, last mile (distribuição de alimentos), b2b (business to business, ou empresa-empresa) e b2c (business to commerce, ou empresa-consumidor), omnichannel (canais de comunicação) e social commerce (comércio via redes sociais), por exemplo”.
Nos ciclos anteriores, o primeiro aconteceu em 2020, destinou-se a soluções e propostas de valor relacionadas à indústria 4.0 e à segurança do alimento. Já no segundo ciclo, realizado em 2021, as propostas foram destinadas a soluções relacionadas às temáticas da economia circular, desperdício e perda de alimentos, novos ingredientes e embalagens.
Cenário global do setor de alimentos
Para a professora, atualmente, “o mercado global de alimentos atravessa grandes, rápidas e contínuas transformações”. Os consumidores, diz Maria Teresa, ganham cada vez mais voz, manifestando suas demandas relacionadas ao prazer de comer, aos aspectos nutricionais de um produto, a segurança de um alimento e da procedência de ingredientes, por exemplo. “Esse contexto de transformação do setor alimentício através do crescente interesse do mercado nas cadeias curtas de abastecimento. envolve as relações entre a indústria e seus fornecedores, entre a indústria e o consumidor, e o desenvolvimento de tecnologias como ferramentas de rastreabilidade, que foram impactadas pela pandemia covid-19.”
Ouça no player a seguir a entrevista com a professora Maria Teresa de Alvarenga Freire, ao Jornal da USP no Ar, edição regional.
Propostas de solução e conexão entre os serviços
Dentro do desafio, a professora conta que as propostas de solução são sempre escritas e subdivididas em dois estágios de desenvolvimento: ideação, desenvolvimento e validação compõem o estágio um, enquanto que operação e tração compõem o estágio dois. Já as premiações do desafio All4Food são divididas entre os dois estágios e oferecem aos participantes mentorias exclusivas , nas quais profissionais de excelência acadêmica, aceleradoras e empresas atuam conjuntamente, fortalecendo conexões.
Maria Teresa também reforça que a demanda central do desafio segue sendo a conexão entre os núcleos que fomentam o mercado de alimentos. Segundo a professora, “as startups, grupos de pesquisa, universidades, empresas e aceleradoras aproveitam as oportunidades que fazem parte desta construção, agregando conhecimento e valiosas trocas de experiências, com possibilidades de benefícios para a sociedade.”
Por: Ferraz Júnior e Vinicius Botelho – Jornal da USP