
Profª Ana Paula Ulian de Araújo – Vice-Diretora do IFSC/USP
O ingresso em uma universidade costuma vir acompanhado de entusiasmo e insegurança. No Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), essa travessia tem ganhado uma nova bússola: a disciplina Direcionamento Acadêmico, reformulada para acolher e orientar os estudantes que iniciam a vida acadêmica no Instituto, oferecendo-lhes a oportunidade de conhecer melhor o IFSC/USP e todas as suas particularidades.
Mais do que uma matéria introdutória, o Direcionamento Acadêmico abre as portas da instituição, permitindo que os alunos conheçam de perto laboratórios de pesquisa, professores, linhas de investigação científica e até empresas de tecnologia da região. A isso se aliam encontros e conversas com os coordenadores dos cursos, orientação acadêmica/pedagógica e apoio na resolução de suas dificuldades e nas estratégias de aprendizado, e ainda a realização de seminários que procuram responder de forma mais eficaz aos anseios dos alunos.
Resumidamente, o objetivo é simples e ao mesmo tempo ambicioso: aproximar os jovens da realidade acadêmica e ajudá-los a encontrar a própria vocação.
Nova configuração dos seminários inseridos no “Direcionamento Acadêmico

Enzo Mion de Aguiar e Pedro Bruno Monteiro – Curso de Bacharelado em Física Computacional
Com o intuito de aproximar ainda mais os alunos ingressantes das várias temáticas da Física, os seminários que integram a disciplina “Direcionamento Acadêmico” foram reajustados para apresentar, de forma mais interativa, os conceitos que normalmente são abordados nessa área do conhecimento. Ou seja, o foco é aliar a teoria à prática e ajudar os estudantes a encontrarem a sua vocação, a sua trilha acadêmica, fazendo-os compreender, de fato, e de forma mais incisiva, os fundamentos e a importância do curso que cada um escolheu e as perspectivas de seu futuro.
Tendo como idealizador o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Luíz Antônio de Oliveira Nunes, o conteúdo dos seminários se consolidou, entusiasmando e envolvendo os coordenadores dos cursos e demais professores em algo que muito beneficia os alunos ingressantes. “Foi uma iniciativa que está dando muito certo. Os seminários inseridos na disciplina Direcionamento Acadêmico constituem algo que alia os fundamentos teóricos com atividades experimentais de uma forma mais fundamental para os alunos, trazendo um pouco do laboratório, até um pouco do lúdico, para que eles enxerguem, ao vivo, aquilo que é transmitido através dos livros. O Prof. Luiz Antônio é um apaixonado por esse tipo de “estratégia” e congregou em seu redor vários professores que ele sabia que tinham uma interlocução boa com os alunos, que dão excelentes aulas, bastante didáticas, e tudo isso tem dado muito certo”, pontua a Vice-Diretora do IFSC/USP, Profª Ana Paula Ulian de Araújo.
Dessa forma, os docentes do Instituto passaram a organizar suas aulas não sobre os assuntos que já estavam prontos, preparados, mas com temas que fossem ao encontro das expectativas dos alunos, aliando a isso experimentos, ou seja, verdadeiras aulas de erudição mais amplas. Tudo isso com o intuito de motivar os jovens, mostrar-lhes que a experimentação faz parte do aprendizado e que isso pode ser – e é – uma ferramenta super importante para que possam ter uma direção mais sólida.

João Pedro Pereira de Carvalho e Alice Nunes Silva de Souza – Curso de Bacharelado em Física Biomolecular
“Presente nos três cursos de bacharelado do IFSC/USP, o Direcionamento Acadêmico é obrigatório nos dois primeiros semestres. Para muitos calouros trata-se da primeira oportunidade de compreender a estrutura da instituição e vislumbrar os caminhos possíveis dentro da Física. O jovem que chega no nosso Instituto, no primeiro ano, não tem ideia do que pode fazer, quais as áreas de trabalho ou pesquisa. Por isso, essa disciplina é fundamental para colocá-lo nos trilhos, apoiá-lo e ajudar a superar dificuldades, e até para montar uma grade nova se ele tiver disciplinas que não conseguiu aproveitamento”, conclui a Profª Ana Paula”,
Num contexto geral, trata-se de uma disciplina multivalente, acrescida dos seminários que são apresentados e que, na verdade, são autênticas aulas com conceitos de Física mais gerais e que são intercalados com a história da ciência, da física e dos físicos, com experimentos relativos a cada tema e a cada cientista. É como se fosse a abertura de uma porta para inúmeras coisas que o aluno pode fazer e se beneficiar, vislumbrando o inimaginável, aumentando seu interesse, rompendo o seu universo, aguçando e saciando a curiosidade.
No fim, trata-se de preparar não apenas futuros pesquisadores, mas também jovens mais conscientes do seu papel dentro da Universidade e do mundo da ciência, motivo pelo qual quisemos saber o que pensam os alunos dos três cursos do IFSC/USP sobre essa nova metodologia do Direcionamento Acadêmico
Bacharelado em Física Computacional

Lucas Fancelli Coelho e João Magalhães Monsores de Souza – Curso de Bacharelado em Física
Para Enzo Mion de Aguiar (19), aluno do Curso de Bacharelado em Física Computacional “É muito interessante, porque dá a conhecer um pouco mais da área que você estuda. Você começa a ter uma ideia sobre como é a prática em si mesma, como é que são aplicados os conhecimentos ali dentro do campo. Você tem contato direto com quem está ali, fazendo as pesquisas, e está avançando nessa fronteira do conhecimento. Então, serve para te dar uma inspiração, até para você sentir como vai ser no futuro se você decidir seguir por aquele caminho, por aquela pesquisa”, comenta. Para o jovem Pedro Bruno Monteiro (19), igualmente do Curso de Física Computacional, colega de Enzo “Concordo plenamente com Enzo, porque estes seminários inseridos nas aulas aproximam o aluno com a futura profissão que ele pretende seguir, ou com a área de pesquisa, se ele optar por seguir como pesquisador. Depois, tem algo muito legal, que é o aluno poder conversar com o docente após as apresentações, perguntar mais sobre os assuntos, o que aumenta o interesse. É muito legal”.
Bacharelado em Física Biomolecular
João Pedro Pereira de Carvalho (18) e Alice Nunes Silva de Souza (19) cursam o Bacharelado em Física Biomolecular e ambos compartilham a mesma opinião. “Acho muito interessante a oportunidade que temos agora de contatar diretamente com os professores, com os palestrantes, para que possamos compreender mais sobre o Instituto e sobre as linhas de pesquisa. Achei muito legal aprender um pouco sobre a história da ciência e dos cientistas que contribuíram para o avanço do conhecimento”, sublinha João Pedro. Alice de Souza mostrou-se entusiasmada com o novo formato dos seminários, mas ao mesmo tempo assustada. “Acho bem interessante estes momentos, ainda que existam muitos conceitos que assustam um pouquinho, porque só de imaginar quantas coisas que ainda vão aparecer na nossa frente… Eu acho muito interessante, porque acabamos por ter um contato diferente com a Física para além do que a gente aprende na sala de aula, basicamente fazendo continhas e conferindo fórmulas. Nestes seminários nós vemos a aplicação da Física fora daquilo que a gente está aprendendo na aula todo dia. E aí, óbvio que você vai vendo a conexão que existe entre todas as áreas que estudamos e, para mim, isso é muito legal. Os professores/palestrantes também são muito bons”, remata a jovem aluna.
Bacharelado em Física

Nicole Stein Buono Errico Schultz – Curso de Bacharelado em Física
Por último, colhemos as opiniões de Lucas Fancelli Coelho (19), João Magalhães Monsores de Souza (18) e Nicole Stein Buono Errico Schultz (18), todos alunos do Curso de Bacharelado em Física. “Acho muito bom, já que é uma forma legal de podermos ter uma experiência melhor do Instituto, observar as pesquisas, ver o que os professores fazem e conhecê-los mais profundamente. Ver exatamente o que está sendo feito aqui, porque, por vezes, a gente não tem essa oportunidade de ver o que está sendo desenvolvido; ter oportunidade de assistir a esses seminários é muito bom para isso, para a gente conseguir realmente ter essa ideia”, enfatiza Lucas Coelho. Para João Magalhães “Acho esta disciplina e estes seminários um diferencial do IFSC/USP, já que temos a oportunidade de ter um contato com pesquisa, com pessoas que não só têm muito conhecimento teórico, mas que realizam experimentos. É um contato enorme com a ciência, com o fazer científico. E foi um dos motivos que me levou a escolher este Instituto”, sublinha o jovem.
O último depoimento veio de Nicole Schultz, que entende que o Direcionamento Acadêmico é uma disciplina que é feita para os alunos conseguirem se inteirar mais no curso desde o primeiro momento. “Até agora, temos tido matérias do ciclo básico, junto com as engenharias e tudo o resto, e por mais que nós tenhamos que nos debruçar sobre as várias matérias, isso tudo faz parte porque é o gostamos de fazer, foi o curso que a gente escolheu, mas acho que ainda falta uma visão do que a gente vai ver no futuro, sabe? Tá bom, estou fazendo isso, mas para quê? Onde é que eu vou chegar? E eu vejo que o Direcionamento Acadêmico, com as palestras e tudo mais, ajuda a enxergar por que a gente está aqui, por que a gente está vendo isso e as oportunidades que vamos ter para chegar em algum lugar. Tem algumas palestras que a gente vê e fala: “Nossa, me interessei muito por essa área, gostei muito disso, nem sabia que isso existia, certo”? Por outro lado, temos a chance de conhecer professores diferentes. Por exemplo, quando você está fazendo um curso, como o de Física, você tem que, desde o primeiro momento, pensar em iniciação científica, projeto de pesquisa, extensão; então, você acaba conhecendo professores, conhecendo áreas que você não tinha conhecimento e já conseguindo ter um primeiro contato para que, no futuro, surja o interesse em fazer um projeto de pesquisa, uma iniciação científica. Aí, você pensa “Nossa, esse professor tem uma área que me interessa muito… posso procurar, posso mandar um email para ele, descobrir coisas que não sabia”. Então, acho que é uma disciplina muito interessante para você ter uma visão de futuro e também para você conseguir montar um melhor planejamento do que você quer fazer a partir desse momento de sua vida”, conclui a estudante.
Por Rui Sintra / Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP