E a Universidade se espalha pelo Estado

Ao longo de seus 90 anos, a USP abriu espaço para o conhecimento em cidades como Pirassununga, Ribeirão Preto, Bauru e São Carlos

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Em seus 90 anos de existência, a USP estendeu sua rede de conhecimento pautado em ensino, pesquisa, cultura e extensão universitária para além da cidade de São Paulo. Além da fundadora Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, a Esalq de Piracicaba, a Universidade criou campi em cidades como Pirassununga, Bauru, Ribeirão Preto e São Carlos – além do campus de Lorena, o último a ser incorporado, em 2006.

A seguir, são apresentados livros que contam a história de alguns desses campi e também de algumas de suas unidades de ensino que, muitas vezes, se confundem com o próprio campus que as abriga. Esta é apenas uma primeira amostragem sobre a pujança do conhecimento gerado pela USP no Estado de São Paulo. Ao longo das próximas semanas, outros livros que contam a história de faculdades e institutos instalados nos campi do interior do Estado também serão apresentados.

Campus de Pirassununga da USP – Memória e história, de Teresa Cristina Teles e Zilda Márcia Grícoli Iokoi. Edusp, 216 p.

Este livro recupera a história do campus de Pirassununga da USP, relacionando-a ao processo histórico da cidade e do Estado de São Paulo. Se o campus existe como tal apenas desde 1989, suas origens remontam à década de 1940, quando Fernando Costa, interventor do Estado, criou as Escolas Práticas de Agricultura paulistas. Esse espaço, além de ter servido ao ensino rural sob diversos nomes e organizações, foi também utilizado como campo de concentração para prisioneiros alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje ele abriga os cursos de Zootecnia e de Engenharia de Alimentos da FZEA e as aulas práticas do curso de Veterinária da FMVZ, sediado na capital. As autoras utilizam-se de consistente documentação e depoimentos de personagens envolvidos na construção e no desenvolvimento do campus, enriquecendo o estudo histórico com a apresentação de um relato da experiência de formação de um importante espaço de ensino e pesquisa.

 

 

 


 

Vida social no campus da USP de Ribeirão Preto: 1952-1989, de Katia de Souza Amorim, Maria Augusta Sant’Anna Moraes, Rosária Fernanda Magrin Saulo. Ilustrações de Ademir Martins. Holos Editora, 169 p.

O campus da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto – em uma antiga fazenda de café, cheia de história, excepcionalmente bonito – foi criado em 1952 dentro dos moldes de instituições americanas, em que os atores vivem e convivem no local da instituição. Como era esse convívio de docentes e funcionários — com suas famílias — “distante” da cidade nas décadas de 1950 a 1980? Como a estrutura fortemente hierárquica da Universidade se refletiu na vida social dos moradores? Como a ditadura militar impactou as relações entre os membros dessa comunidade?

Costurando um texto de história do campus a um texto construído a partir de entrevistas com funcionários e funcionárias, docentes, seus filhos, esposas, maridos e diversos outros atores, o livro permite ver, além das atas e documentos oficiais, um passado que, se não fosse registrado, desapareceria no esquecimento do tempo. E iluminar um pouco o presente e o futuro com o que esse passado tem de importante e de difícil.

 


 

FOB: 50 anos de história, de Paulo Amarante de Araújo, Luiz Fernando Fontes, Cybelle de Assumpção Nebo, Edna Zaupa Soares, Eliana de Freitas, Luís Victorelli. Ed. FOB-USP, 207 p.

 

Este livro conta um pouco de tudo que ocorreu nesse lapso de tempo. É mais que um simples gesto comemorativo. É um verdadeiro documento que registra, no tempo de um lustro, uma história de sucesso e de conquistas. Foi preparado a partir dos muitos registros históricos primeiramente levantados e redigidos pelo prof. dr. Paulo Amarante de Araújo, diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) entre 1974 e 1978 e presidente da Comissão para elaboração do livro dos 50 anos.

 

 


Escola de Engenharia de São Carlos USP – Os primeiros tempos: 1948 a 1971, de Paolo de Nosella e Éster Buffa. UFSCAR Editora/Fapesp, 109 p.

Este livro, publicado no ano 2000, é o último de uma trilogia que se iniciou com o estudo da antiga Escola Normal de São Carlos, prosseguiu com a análise da Escola Profissional e se completa com este trabalho sobre a Escola de Engenharia, hoje integrada à USP. As articulações políticas e legislativas que levaram à aprovação da instalação da Faculdade de Engenharia de São Carlos tiveram como principal articulador o então deputado estadual Miguel Petrili. Projeto de sua iniciativa foi aprovado pela Assembleia Legislativa, houve o veto do governador Adhemar de Barros, o qual acabou sendo derrubado. Assim o governador teve que assinar a Lei Estadual n. 161, de 24/9/1948, que criava a Escola de Engenharia de São Carlos, como uma unidade da Universidade de São Paulo (EESC/USP). A obra aborda, igualmente, o intenso trabalho do primeiro diretor, professor Theodoreto de Arruda Souto, nomeado em 1952, para implantar as melhores instalações, como oficinas e laboratórios, para a contratação dos professores. Os primeiros docentes foram Altamiro Tibiriça Dias, Hélio de Queiroz Duarte, Ivan de Queiroz, além do italiano Achile Bassi e do francês Edmond Antoine Sylvestre Brun.


 

Cidades Universitárias – Patrimônio urbanístico e arquitetônico da USP. Org. CPC – Comissão de Patrimônio Cultural da USP. Edusp/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 360 p.

 

Este volume da Coleção Cadernos CPC apresenta o patrimônio cultural da Universidade de São Paulo analisado sob o ponto de vista de sua construção material ao longo do tempo, ampliando o levantamento anterior realizado no livro Bens imóveis tombados ou em processo de tombamento. Expõe um pouco da história da criação dos diversos campi na capital e em cidades do interior, procurando apontar como a implantação de seus edifícios e unidades relacionou-se com o desenvolvimento urbano e social do Estado. Mostra etapas e documentos da construção da relação da USP com a sociedade paulista, partindo de elementos históricos, territoriais, urbanísticos e arquitetônicos. Diversos especialistas e pesquisadores assinam os artigos que compõem o livro, ilustrado com mapas e plantas, acrescido de um ensaio fotográfico de Angela Garcia.

 

 

Por Jornal da USP

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