Pint of Science é um festival de divulgação científica que ocorre em 24 países; eventos serão de 20 a 22 de maio em 85 cidades brasileiras
Levar pesquisadores a diferentes locais para conversas descontraídas sobre pesquisas e ciência é o objetivo do Festival Pint of Science, que será realizado em 20, 21 e 22 de maio em mais de 80 cidades brasileiras. Além do Brasil, outros 23 países participam da ação. A ideia é derrubar intermediários entre o cientista e a sociedade, estabelecendo um canal direto de conversa. Os temas são diversos e transitam em diferentes áreas científicas: vacinação, mudanças climáticas, câncer, vida em marte, modificação genética de bebês, entre outros.
A USP apoia o festival desde a primeira edição em 2015. Serão 34 alunos, professores e pesquisadores da Universidade participando. Em São Paulo, o evento será em 13 lugares diferentes, de padarias a espaço cultural. No Brasil, serão quase 250 estabelecimentos, mais de 660 atividades – entre palestras e mesas-redondas – e 1.200 cientistas.
“A ideia basicamente é levar ao conhecimento do público quais são as pesquisas que são realizadas nas universidades e centros de pesquisa”, explica Denise Casatti, jornalista do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP e responsável por trazer o festival ao Brasil.
Alguns dos temas das palestras com pesquisadores da USP são: movimentos antivacina, em Lorena; reprodução assistida, em Ribeirão Preto; impactos causados no cérebro e nas emoções pela música, em Bauru; alimentos e agricultura, em Piracicaba; ciência de dados, em São Carlos; energias alternativas, em Santos; bebida alcoólica e antibióticos, em São Paulo. Confira a programação completa aqui.
“É uma oportunidade para mostrar a ciência para quem é de fora da academia e para os pesquisadores circularem em áreas científicas diferentes. Eu, como bióloga, por exemplo, terei a chance de participar de uma conversa sobre buraco negro”, explica Natalia Pasternak, pesquisadora da USP e coordenadora nacional do Pint of Science.
O festival
O Pint of Science nasceu de uma iniciativa dos pesquisadores do Imperial College London, Michael Motskin e Praveen Paul, em 2012. A iniciativa era levar pessoas para conhecerem o laboratório em que eles trabalhavam com pesquisa sobre doenças degenerativas. Assim, surgiu a proposta de sair da universidade e encontrar as pessoas, estabelecendo um canal direto de comunicação entre pesquisador e população.
Denise Casatti trouxe o festival para o Brasil em 2015. São Carlos foi a primeira cidade da América Latina a participar do Pint of Science. Na época, os bate-papos ocorreram em três noites e com dois eventos simultâneos. “Queríamos que tivesse mais de um local abrigando eventos simultaneamente, justamente para dar esse ar de festival, como em um festival de rock, que tem vários palcos”, comenta.
O Festival Pint of Science é um grande momento de celebração da ciência brasileira. Um evento de caráter transdisciplinar, que desafia o pesquisador a adequar sua linguagem e abordar o tema de uma maneira acessível à população. É uma troca de experiências, que permite trazer as pesquisas desenvolvidas em universidades para uma conversa de mesa de bar.
Natalia conta que o Brasil é o único país que oferece entrada gratuita no evento, o que facilita a participação de toda a população. Ela também destaca a importância do festival, principalmente por conta do momento político de extrema desvalorização da ciência.
“A falta de financiamento ameaça a ciência. Por isso, o festival é mais necessário hoje do que nos anos anteriores. É mais que uma celebração, é uma maneira de garantir a visibilidade da ciência para que ela continue a ser celebrada”, afirma.
Clique aqui e saiba mais sobre a programação na cidade de São Carlos.
Por Laura Raffs – Jornal da USP