Moção de Apoio aos Pós-graduandos

Os dirigentes da USP de São Carlos vêm a público endossar as manifestações já realizadas pelas lideranças acadêmicas da Universidade ([1,2]) relativamente ao cenário de cortes nas bolsas de alunos de pós-graduação e nos orçamentos da CAPES e do CNPq. Além do potencial impacto negativo no andamento das atividades de pesquisa e de formação de recursos humanos conduzidas no campus de São Carlos, ao colocar em risco a continuidade de suas atividades este cenário pode afetar profundamente a vida acadêmica e pessoal de muitos dos nossos pós-graduandos e pós-doutorandos. A todos eles, reiteramos o nosso apoio e solidariedade.

Edson Cezar Wendland – Diretor EESC
Emanuel Carrilho – Diretor IQSC
Maria Cristina Ferreira de Oliveira – Diretora ICMC
Miguel Antonio Buzzar – Diretor IAU
Paulo Sergio Campana Filho – Prefeito do Campus
Vanderlei Salvador Bagnato – Diretor IFSC

 

USP se manifesta contra cortes no orçamento do MEC e da Capes [1]

Preocupada com eventuais cortes de verbas na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2019, USP se manifesta em defesa da pesquisa e da educação.

No dia 1º de agosto, o presidente do Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Abílio Baeta Neves, encaminhou ofício para o Ministério da Educação pedindo que a verba prevista para o órgão na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2019 seja mantida como aprovada pelo Congresso Nacional no momento da sanção pelo presidente Temer. A Capes diz ter sido informada de um possível corte de pelo menos R$ 580 milhões, o que causaria a suspensão no pagamento de bolsas e a interrupção de programas de fomento à pós-graduação no País.

Preocupada com a situação, que afeta diretamente a produção da pesquisa no Brasil, a Universidade de São Paulo divulgou um comunicado se manifestando contra eventuais cortes.

Além dos contatos pessoais com diferentes representantes envolvidos nesse processo, no dia 13 de julho a Reitoria da USP encaminhou ofício à Presidência da República reafirmando nossa posição de apoio à manutenção do orçamento do MEC para o ano de 2019 como previsto no Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) que foi inicialmente aprovada no Congresso Nacional.

Em mensagem eletrônica, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação enviou a toda a comunidade, no dia 23 de julho passado, um vídeo do Presidente da Capes, Abílio Baeta Neves, chamando a atenção para que o orçamento do MEC, e portanto da Capes, fosse aprovado considerando o valor de 2018 acrescido da inflação, como previsto no artigo 22 do PLOA 2019, reafirmando a importância de não ocorrer nenhum veto a esta proposta.

Esta posição ativa da USP se justifica pela nossa preocupação com o cenário nacional do Sistema de Ensino Superior. No caso da USP, nossos dados mostram que é significativo o total de recursos captado de agências financiadoras pela Pós-Graduação da Universidade. São R$ 337.782.998,00/ano em bolsas, 45,7% dos quais fomentados pela Capes. Outros programas da Capes para custeio e internacionalização (PROAP, PROEX e PDSE) somam R$ 47.111.484,00/ano.

No dia de ontem, o Conselho Superior da Capes, além de mostrar preocupação com o financiamento para o ano de 2019, detalhou os eventuais cortes que poderão ocorrer em bolsas e programas da instituição se a agência sofrer cortes no seu orçamento, manifestação que teve ampla repercussão na sociedade.

Entendemos que a direção da USP e sua comunidade acadêmica devem manter sua posição de apoio à Capes e ao MEC na defesa do orçamento para a educação e pesquisa no Brasil, evitando flutuações desestimulantes, única forma de alcançarmos maior desenvolvimento social em nosso país.

Prof. Dr. Carlos Gilberto Carlotti Junior
Pró-Reitor de PG da USP
Prof. Dr. Sylvio Roberto Accioly Canuto
Pró-Reitor de Pesquisa da USP
Prof. Dr. Vahan Agopyan
Reitor da USP”

 

Manifestação dos pró-reitores da USP em apoio ao CNPq e contra a sua extinção [2]

Brasil vive a “maior crise do sistema de ciência e tecnologia” em sua história, afirma a carta, encaminhada a parlamentares em Brasília.

Os pró-reitores da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram nesta quinta-feira, 29 de agosto, um manifesto contra a possível “extinção” do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência de fomento à ciência do governo federal. “Estamos diante da maior crise do sistema de ciência e tecnologia em nosso país”, diz a carta. “Os pró-reitores da USP manifestam-se em favor da manutenção dos recursos para o CNPq e contra a sua extinção. O Brasil não pode perder este valioso patrimônio de conhecimentos que foi construído, pelo esforço conjunto de cientistas e da sociedade brasileira, desde a criação do CNPq em 1951.”

A carta é assinada pelos pró-reitores Edmund Chada Baracat (Graduação), Carlos Gilberto Carlotti Júnior (Pós-Graduação), Sylvio Roberto Accioly Canuto (Pesquisa) e Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado (Cultura e Extensão), e seus respectivos adjuntos. Ela foi enviada por e- mail a todos os diretores de unidades e presidentes de comissões de pesquisa da USP, assim como a deputados e senadores em Brasília — somando-se a uma enxurrada de manifestações em defesa do CNPq que foram encaminhadas ao Congresso e ao governo federal nas últimas semanas.

O orçamento do CNPq aprovado para este ano é insuficiente para pagar as 84 mil bolsas que a agência oferece a pesquisadores de todo o Brasil, como forma de impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento científico do País. Os recursos disponíveis acabam agora, no início de setembro, com o pagamento da folha de agosto. A concessão de novas bolsas já foi sustada, e ainda são necessários R$ 330 milhões em crédito suplementar para continuar pagando as bolsas vigentes até o fim do ano. O orçamento de fomento (apoio a projetos de pesquisa) do órgão também já está praticamente zerado — além de ter sido substancialmente reduzido nos últimos anos.

Os pró-reitores ressaltam que o CNPq desempenha um “papel primordial” no financiamento e desenvolvimento da ciência brasileira, contribuindo de forma significativa “para o desenvolvimento econômico e social do País”.

 

Carta da Associação de Pós-Graduandos da Universidade de São Paulo Campus São Carlos

Associação de Pós-Graduandos da Universidade de São Paulo
Campus São Carlos
São Carlos, 03 de setembro de 2019

Ao Diretor da Escola de Engenharia de São Carlos,
Prof. Dr. Edson Cezar Wendland
Excelentíssimo senhor,

Nós, representantes dos pós-graduandos da Universidade de São Paulo, campus São Carlos, vimos por meio desta carta explicitar a situação que estamos vivenciando frente a atuai conjuntura nacional.

A USP São Carlos recebe estudantes e pesquisadores de diversas regiões do país e do mundo, que viajaram longas distâncias para cursar uma pós-graduação em uma universidade de referência, tal como é a USP. Porém, hoje» infelizmente, estamos vivenciando a possibilidade de desistência deste sonho por restrições de bolsas, já que esta é, para muitos, a única garantia e segurança para a promoção de tal titulação.

A profissão de pesquisador, ocupada por nós, exige dedicação exclusiva ao exercício da pesquisa, sem as seguridades típicas de qualquer emprego formal como seguro desemprego, décimo terceiro, férias remuneradas, dentre outros. Ademais, as incertezas quanto ao investimento no Ensino Superior, o continuado contingenciamento de bolsas de pesquisa e as pressões cotidianas já características á vivência diária dos pós-graduandos, vêm gerando incertezas e grandes preocupações na comunidade universitária.

Nesse contexto, além da esfera individual, tais contingenciamentos representam a redução de iniciações científicas e de programas de pós-graduação e, consequentemente, a redução da quantidade/qualidade de publicações seguida da depreciação do Brasil nos rankings internacionais de excelência em pesquisa. Diante dessa realidade, a Associação de Pós-Graduandos da USP de São Carlos tem presenciado um elevado aumento de tensão e estresse dentro do ambiente universitário, em alguns casos extremos gerando até crises de pânico e outros problemas de saúde mental.

Por fim, frente ao exposto, estamos enviando esta carta com o intuito de solicitar um posicionamento formal por parte dos dirigentes e tomadores de decisão da USP São Carlos sobre a atual possibilidade de corte de bolsas CNPq e da CAPES. Desta forma acreditamos que nós, pós-graduandos, poderíamos nos sentir, de alguma maneira, resguardados pela Instituição, esta ameaçada tanto em âmbito nacional quanto estadual.

Cordialmente,
Associação de Pós-Graduandos
Universidade de São Paulo
Campus São Carlos
Contato: apguspsc@outlook.com

“Sempre que a ciência_for atacada, temos Que nosjeyantar”
Ricardo Galvão, prof. Dr. Instituto de Física da USP, Ex-Díretor do INPE

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