Disponíveis on-line no site do museu, as curadorias servem como roteiros temáticos para explorar o acervo
Uma visão aprofundada do acervo do Museu do Ipiranga, apresentando recortes temáticos e ampliando a discussão sobre a história material do século 20. Esse é o objetivo das curadorias digitais, disponíveis no site do museu e que funcionam como roteiros para quem pretende explorar o acervo da instituição.
Foram lançadas quatro novas curadorias, com os temas: Equipamentos mecânicos da cozinha, As imagens vistas de perto, A parafernália dos doces e A paisagem nos álbuns de viagem.
A curadoria Equipamentos mecânicos da cozinha, por exemplo, mostra como itens de cozinha são importantes para entender a história do cotidiano doméstico e da alimentação na cidade de São Paulo. Ao estudá-los, é possível saber sobre diferentes momentos do comércio, da indústria, e de como os paulistanos se alimentavam durante toda a primeira metade do século 20.
Em As imagens vistas de perto, é possível saber sobre o desenvolvimento das técnicas de impressão em massa que possibilitou a reprodução de imagens em larga escala e a custos mais baixos. Entre o final do século 19 e começo do século 20, milhares de imagens circularam entre as pessoas, em cartões postais, livros, jornais, catálogos e, nessa curadoria é possível ver o que acontece quando ampliamos essas imagens a nível microscópico.
A Parafernália dos doces como colheres de pau, tachos, compoteiras, fôrmas e assadeiras compuseram o arsenal das cozinhas domésticas com uma função muito específica: servir ao preparo de doces e quitandas. No acervo, a presença de muitos desses objetos mostra a importância dessa atividade até meados do século 20 e sua íntima ligação com a identidade das mulheres
A curadoria de A Paisagem dos álbuns de viagem mostra que o Museu do Ipiranga possui vários exemplares dessa prática memorialística. Esses álbuns têm a finalidade de materializar experiências turísticas como uma espécie de arquivo portátil. Para tanto, são mobilizados cartões-postais, fotografias, folhetos e mapas. A paisagem costuma aparecer na abertura e no registro de itinerários visitados.
“Nosso acervo é muito diversificado, tem coisas que ninguém imagina que temos”, destaca a professora Solange Ferraz de Lima, curadora e presidente da Comissão de Cultura e Extensão do Museu do Ipiranga. “Ainda nos veem como um museu ligado aos feitos de Dom Pedro e ao período imperial, quando na verdade englobamos principalmente a história material do século 20. As curadorias digitais, portanto, vem como um convite para o público conhecer melhor não só nosso acervo, mas também as pesquisas que desenvolvemos enquanto museu universitário”, explica.
As novas curadorias se somam às previamente existentes Os retratos no acervo do Museu Paulista, Cartões-Postais e As representações da Várzea do Carmo. A cada três meses serão lançados novos temas.
A plataforma do acervo digital do Museu do Ipiranga utiliza o Tainacan, software livre desenvolvido pelo Laboratório de Inteligência de Redes da Universidade de Brasília (UnB) que está sendo amplamente utilizado por museus e instituições culturais. Com uma interface amigável, o software permite agilidade no cadastramento de itens do acervo (já são cerca de 50 mil itens do acervo iconográfico cadastrados, e cerca de 30 mil itens do acervo de objetos) e de novas curadorias digitais.
Todas as curadorias podem ser exploradas no link http://acervoonline.mp.usp.br/curadorias. A plataforma também permite navegar pelos acervos iconográficos, textuais e tridimensionais do Museu do Ipiranga.
Por Jornal da USP – Com informações do Museu do Ipiranga