O manejo de insetos, microrganismos e de plantas daninhas na agricultura tem exigido o uso contínuo de pesticidas durante as etapas de plantio, brotamento, floração, frutificação e colheita da planta. Infelizmente esses produtos não atingem apenas os seres indesejados, mas afetam também outras formas de vida, causando danos ao solo, água, ar e seres vivos.
Segundo Charlene Souza dos Anjos, doutoranda junto ao Instituto de Química de São Carlos (IQSC) – USP, “muitos dos agrotóxicos utilizados nas culturas extensivas, podem ser biodegradados em compostos menos tóxicos, por processos bióticos (que ocorrem por ação de microrganismos isolados de diversos ecossistemas). Sendo assim, o processo de biodegradação (biorremediação) torna-se uma alternativa promissora para a desintoxicação de áreas de preservação ambiental e de resíduos considerados persistentes ao meio ambiente“.
A biorremediação é o processo através do qual organismos vivos, normalmente plantas ou microrganismos, são utilizados para retirar ou diminuir os poluentes no ambiente.
Segundo relatório de abril de 2015* emitido pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde, “já em 2009, alcançamos a indesejável posição de maior consumidor mundial de agrotóxicos, ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas”. No mês passado (14/6) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou uma iniciativa regulatória sobre procedimentos para a reavaliação de agrotóxicos, “processo pelo qual a Anvisa revisa os níveis de segurança de um agrotóxico sempre que surgem novas informações científicas sobre o perfil de risco da substância”.
Charlene dos Anjos profere palestra na sexta-feira, 29 de julho de 2016, às 10h, no anfiteatro B do IQSC onde abordará a possibilidade de colaboração da Química verde para a biorremediação de pesticidas. O seminário é aberto aos interessados gratuitamente e integra as normas do programa de pós-graduação da Unidade.
A PALESTRANTE
Charlene Souza dos Anjos é doutoranda junto ao Grupo de Química Orgânica e Biocatálise do IQSC – USP, coordenado pelo Prof. Dr. André Luiz Meleiro Porto. Atua na área de biodegradação de agrotóxico presente na citricultura da laranja com auxílio das técnicas de MALDI/TOF para a identificação de microrganismos via perfil proteômico e cromatografia gasosa (CG-EM-FID) voltada para identificação de compostos presentes na biodegradação.
Fez a graduação (2012) e o mestrado (2014) em Química na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Atuou durante quatro anos junto ao Laboratório Laborganics, voltado para o controle biorracional de insetos e pragas.
SEMINÁRIO
“Pesticidas e a Química Verde: uma parceria para os novos tempos”
MSc. Charlene Souza dos Anjos (pós-graduanda junto ao IQSC-USP)
29/7/2016 – sexta-feira, 10h, anfiteatro B do IQSC-USP
Av. Trabalhador São-carlense, 400
Inscrições gratuitas: www5.iqsc.usp.br/eventos
Informações: (16) 3373-9909 ou 3373-8272
Texto: Comunicação IQSC
Fontes: INCA e ANVISA
Foto: Creative Commons CCO
*http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/comunicacao/posicionamento_do_inca_sobre_os_agrotoxicos_06_abr_15.pdf ver fls. 2