Grupo PExURB, que lidera o projeto, conquistou o terceiro lugar na premiação. Trabalhos evidenciam a integração entre ensino, pesquisa e extensão
O Plano de Desenvolvimento Urbano-Ambiental para o bairro de Itaipuaçu, localizado em Maricá, no Rio de Janeiro, liderado pelo Grupo PExURB, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos (SP), foi premiado pela Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas, a ABAP.
O trabalho, intitulado “Conectividade da Paisagem: Planejando a Trama Multifuncional em Itaipuaçu (Maricá-RJ)”, conquistou o 3º lugar no Prêmio ABAP Roberto Burle Marx, com reconhecimento da principal instituição da categoria.
O projeto em questão foi possível pelo convênio estabelecido entre a USP, a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a TCRE Engenharia, integrando pesquisadores e alunos de Graduação e Pós-Graduação em um trabalho interdisciplinar.
Além do Plano de Desenvolvimento, os trabalhos resultaram em debates em eventos científicos, produção de artigos científicos e livros didáticos e estudos de Iniciação Científica e Mestrado, unindo ensino, pesquisa e extensão.
Por que um Plano de Desenvolvimento Urbano-Ambiental?
Nos últimos 20 anos, Itaipuaçu registrou um crescimento maior do que o próprio distrito central de Maricá, dado o aumento de investimentos públicos e privados para a exploração petrolífera do pré-sal na área.
O plano propôs uma estratégia para a transformação do tecido urbano de Itaipuaçu para enfrentamento de eventos extremos, mudanças climáticas e de combate à segregação e às desigualdades.
Nele, consolidam-se soluções nos níveis de plano e de projeto urbanístico para garantir qualidade à população do local, segurança jurídica e a regulação da tendência de crescimento e adensamento demográfico da área, além de soluções para as ocupações em áreas de risco de alagamentos, inundações e elevação do nível do mar e erosão costeira.
Assim, para ordenar e regular o crescimento do bairro, o Plano de Desenvolvimento propõe instrumentos jurídicos para a sustentabilidade econômica e para a potencialização da vocação ambiental da área e de sua função social na urbanização regional, por meio da constituição de um banco público de terras.
A estratégia territorial foi de implantar uma trama multifuncional para proporcionar a conectividade das diferentes escalas da paisagem, beneficiando, no futuro, cerca de 200 mil pessoas, diretamente.