Em sua 17ª edição, evento anual reúne atividades em diversos museus do País e contará com a participação de instituições da USP

Museu do Ipiranga – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Depois de um longo inverno para as políticas identitárias, a representatividade floresce na 17ª edição da Primavera dos Museus, que celebra o início da estação das flores com muita cultura e diversidade. Com o tema Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas, o evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), do governo federal, acontecerá entre os dias 18 e 22 de setembro. O objetivo é propor atividades em museus de todo o Brasil e contará, inclusive, com a participação de instituições da USP para discutir as contribuições de grupos marginalizados para a democracia brasileira.
As vivências de comunidades LGBTQIA+, quilombolas e indígenas raramente protagonizam exposições no Brasil e, pensando nisso, a Primavera dos Museus escolheu trazê-las para o centro das discussões. “No contexto de um novo governo que promove a reconstrução e união do Brasil, queremos estimular que os museus, detentores e promotores da memória, da cultura e das artes, contribuam para o reconhecimento, a valorização e o protagonismo das pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas na produção das suas próprias memórias”, informa o Ibram.
A memória é um elemento fundamental para a construção da democracia, destaca a organização, acrescentando que “a democracia verdadeira deve garantir a inclusão dessas vozes historicamente marginalizadas, permitindo que sejam protagonistas de seu próprio destino e da construção de um futuro mais justo e igualitário”.
O Museu Paulista da USP, também conhecido como Museu do Ipiranga, foi uma das unidades que aderiram à iniciativa do Ibram, promovendo debates sobre representatividade e uma apresentação musical da orquestra Brazil Jazz Sinfônica. Nos dias 19 e 20 de setembro, o museu sediará o seminário Lugares de memória LGBTQIAPN+, com a participação de pesquisadores da USP e coletivos sociais para discutir a memória de pessoas LGBTQIA+ e problematizar a falta de representatividade dessa população nos museus. O evento se encerrará com o lançamento do livro Museologia Comunitária LGBTQIA+ e outros ensaios Queer of Color, de Jean Baptista e Tony Boita.
Desde 2007, o Ibram promove anualmente a Primavera dos Museus, com o objetivo de promover e divulgar os museus brasileiros, aumentar o público dessas instituições e intensificar a relação entre os museus e a sociedade. Neste ano, serão 805 museus participantes, que oferecerão mais de 2,5 mil atividades voltadas para a manutenção da memória de comunidades LGBTQIA+, quilombolas e indígenas. A programação, disponível neste link, oferece atividades presenciais e on-line que incluem workshops, exposições, seminários, shows musicais e rodas de conversa. Será possível assistir à programação em centros da USP em São Paulo e também nas cidades de Santos, Piracicaba, Itu e Campos do Jordão. As inscrições ficarão a cargo da instituição responsável por cada atividade.

Capa da 17a Primavera dos Museus – Ilustração: Reprodução/Ibram/gov.br