Projeto liderado por pesquisadores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP aposta na transdisciplinaridade para ampliar e consolidar a plataforma colaborativa Arquigrafia
Um dos maiores desafios do campo científico nos dias de hoje é o reconhecimento da construção coletiva do processo e dos resultados de uma pesquisa, que deve contar com recursos materiais e financeiros adequados, mas que, fundamentalmente, é realizado por pessoas, reunidas em uma equipe qualificada para lidar com as questões propostas e alcançar aos resultados esperados dentro dos prazos definidos no cronograma da pesquisa.
Em muitos casos, para se chegar ao resultado almejado, o aspecto transdisciplinar de uma pesquisa pode ser fundamental para o avanço científico, pois este agrega um grupo de profissionais de áreas distintas em torno de um objetivo comum que pode ser uma reflexão original, uma descoberta, um produto ou um serviço que atenda as demandas da sociedade. Neste sentido, a transdisciplinaridade promove a interação entre disciplinas e não se restringe apenas ao conteúdo disciplinar, pois propõe um diálogo entre campos do saber para alcançar e alterar a percepção, cognição ou comportamento dos sujeitos envolvidos. Isto permite uma vivência mais ativa e a aplicação de conceitos já sedimentados em uma determinada área em outra.

Artur Rozestraten, professor da FAU e coordenador do projeto Experiência Arquigrafia 4.0 – Foto: Marcos Santos/ USP Imagens
Um bom exemplo dessa prática é o projeto Experiência Arquigrafia 4.0, iniciado em 2009 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, que conta hoje com apoio financeiro da Fapesp na condição de projeto temático até 2027. Atualmente o projeto está em fase de ampliação e consolidação de uma plataforma colaborativa na Web que disponibiliza um ambiente colaborativo de imagens de arquitetura na Web para estimular o compartilhamento de informações, experiências e imagens de edifícios e de espaços urbanos.
“O projeto Arquigrafia aborda questões críticas sobre a Internet atual e o horizonte de desenvolvimento do que se entende como potencial 4.0, investindo em possibilidades de enriquecimento mútuo entre a experiência sensível cotidiana e a construção, organização, representação e recuperação de conhecimentos sobre as cidades no presente, na memória e no desejo projetual para o amanhã.”, destaca o coordenador do projeto Artur Rozestraten.
Para tanto, o desenvolvimento das atividades conta com uma equipe transdisciplinar de pesquisadores de diversas áreas, setores e organizações como a FAU, ECA, IME, IP, ICMC e Ufscar. Esta equipe se dedica à investigação das condições contemporâneas da constituição de ambientes colaborativos autônomos na Web. “Atualmente o projeto estuda experimentalmente a desconstrução e a apropriação de elementos e estruturas funcionais disponíveis online tais como as redes sociais e sistemas que possam resultar em protótipos experimentais concretos e consistentes para uma autonomia crítica na Web” destaca Artur.

Equipe do projeto investiga condições contemporâneas da constituição de ambientes colaborativos autônomos na Web – Foto: Divulgação/Arquigrafia
Jornal da USP