Obra coletiva com mais de 60 experiências de pós-graduação alinhadas à Agenda 2030 reforça o papel da ciência brasileira na construção de políticas de sustentabilidade para o evento global

Projeto do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) que atua no manejo das abelhas sem ferrão é um dos exemplos que constam na enciclopédia – Foto: Reprodução/Livro Contribuição das Ciências Ambientais para a COP30
Com o objetivo de servir como documento estratégico para subsidiar o debate e a formulação de políticas durante a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, em novembro, o livro Contribuição das Ciências Ambientais para a COP30 na Amazônia: Enciclopédia de Boas Práticas foi lançado no Portal de Livros Abertos da USP. O download é gratuito e pode ser feito neste link.
O livro compila mais de 60 experiências de ensino, pesquisa, inovação e extensão em ciências ambientais, produzidas por dezenas de Programas de Pós-Graduação (PPGs) de todo o Brasil. Todas as práticas estão diretamente alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, evidenciando o impacto real e potencial da ciência brasileira na sociedade. Entre os autores da obra estão Carlos A. C. Sampaio e Cláudia T. Kniess, do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, e Arlindo Philippi Júnior, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, entre outros autores das Universidades Santa Úrsula e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A obra se organiza em três partes principais, que destacam a diversidade territorial e metodológica da área. A primeira seção apresenta as práticas sistematizadas por 14 clusters temáticos – arranjos colaborativos que, desde 2022, têm fortalecido a articulação inter-regional e interinstitucional entre os PPGs. Esses casos ilustram a capacidade dos programas de atuar em problemas complexos, integrando abordagens participativas (como oficinas comunitárias) e técnicas especializadas (como modelagens computacionais para mudanças climáticas).
“As práticas ilustram a capacidade dos programas de atuar sobre problemas complexos, característicos das ciências ambientais, integrando ensino, pesquisa, inovação e extensão,” afirma a descrição da obra, destacando a natureza inter e transdisciplinar da área.

Capa e páginas do livro que tem download gratuito – Foto: Reprodução/Livro Contribuição das Ciências Ambientais para a COP30 na Amazônia
Metodologia e análises estratégicas
A segunda parte é dedicada às notas técnicas elaboradas pelo Núcleo de Pesquisa Impactos da Pós-Graduação na Sociedade (Nupis). Esses textos aprofundam aspectos conceituais e metodológicos da iniciativa, incluindo a lógica de articulação entre os programas e o algoritmo computacional desenvolvido para mensurar o impacto potencial das ações sobre os ODS.
A terceira e última parte da enciclopédia reúne análises de especialistas convidados sobre temas estratégicos para a área. Dentre as contribuições, destacam-se notas que demonstram a articulação nacional ampliada, envolvendo o Grupo de Trabalho Impacto da Pós-Graduação Brasileira na Agenda 2030 (GT IPgB) – no âmbito da Capes –, o Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).
O livro, que é uma continuidade dos volumes Impacto das Ciências Ambientais na Agenda 2030 da ONU, consolida um panorama de boas práticas que se traduzem em resultados aplicados, como publicações científicas, desenvolvimento de políticas públicas, tecnologias sociais e processos de formação continuada.
De acordo com os organizadores, o papel das ciências ambientais é reforçado na obra como um espaço de produção de conhecimento relevante para a transformação dos territórios, oferecendo metodologias e instrumentos com potencial de replicabilidade para diferentes contextos e realidades. “A Enciclopédia de Boas Práticas se posiciona como uma ferramenta fundamental para direcionar a ciência na promoção de sociedades mais sustentáveis, especialmente no contexto da COP30″, concluem.
Para fazer o download gratuito da publicação clique aqui.
Por Izabel Leão – Jornal da USP