Rádio USP reforça diversidade e pluralidade em sua programação

Novos programas da emissora reafirmam compromisso com a cultura brasileira e com a informação de qualidade

Microfone e mesa de som da Rádio USP, veículo da antiga Coordenadoria de Comunicação Social da USP (CCS – USP) – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

A partir do dia 6, segunda-feira, novos programas começam a integrar a programação da Rádio USP São Paulo (93,7 FM) e da Rádio USP Ribeirão Preto (107,9 FM). A emissora contará com dois novos programas culturais – Conversas Artísticas e Rádio Tusp – e mais uma edição diária do boletim jornalístico Jornal da USP no Ar, além de novos recursos de identidade sonora.

A nova edição do Jornal da USP no Ar estreia às 18 horas do dia 6 com um resumo das notícias do dia. Até agora, o boletim era transmitido em quatro edições diárias, veiculadas de manhã e à tarde.

Com estreia prevista para o dia 12, Conversas Artísticas, produzido pelo radialista Paulo Bonfá vai trazer entrevistas com produtores culturais, artistas, professores e pesquisadores. Ele será transmitido sempre aos domingos, às 11h30.

Já o Rádio Tusp, que começa no dia 18, sábado, às 18 horas, é uma iniciativa do Teatro da USP (Tusp). O programa – que também será semanal – terá pautas sobre memória do teatro universitário, dicas de dramaturgia e encenações teatrais radiofônicas. Contará ainda com debates e entrevistas com profissionais da área. “O Rádio Tusp vai ter uma diversidade de formato e conteúdo”, diz o jornalista Gustavo Xavier, um dos responsáveis pela programação da emissora e por seu conteúdo cultural. “O teatro era pouco abordado na Rádio USP. Finalmente conseguimos trazer essa arte para a programação. Estou animado com o resultado.”

Centro Universitário Maria Antonia, onde está instalado o Teatro da USP (Tusp) – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Um outro programa cultural está sendo preparado pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, mas ainda não tem data para estrear. Além desse, estão sendo produzidos um programa sobre rádios públicas do Brasil e do Exterior e uma série especial organizada pelo músico e professor da FFLCH-USP Vladimir Safatle.

A Rádio USP está renovando sua programação desde outubro do ano passado, quando introduziu a apresentação de poemas na grade de horários para a comemoração de seus 45 anos.

O radialista Cido Tavares – Foto: LinkedIn

Com a nova edição do Jornal da USP no Ar, a Rádio USP terá cinco programas de notícias, o que é um crescimento significativo, segundo a jornalista Cinderela Caldeira, responsável pelo conteúdo jornalístico da Rádio USP. O novo horário terá um resumo das reportagens transmitidas ao longo do dia, como forma de deixar o ouvinte bem informado caso tenha perdido alguma das edições anteriores, destaca. “O diferencial da Rádio USP é que colocamos os nossos professores para discutir temas que acontecem na sociedade sob um recorte que normalmente não é discutido pela grande imprensa.”

Os novos recursos de identidade sonora se referem a vinhetas formadas principalmente com o som de marimba, um instrumento tocado por baquetas. Elas seguem o padrão de uma locução “sóbria”, que é mais direta, seguida de uma sonoridade brasileira, como explica o radialista Cido Tavares, da Rádio USP. “A plástica é basicamente a identidade sonora da Rádio”, resume Tavares. “O ouvinte não precisa se certificar de que está na Rádio USP. Só com a sonoridade da vinheta ele já identifica a nossa emissora.”

Os novos programas entram na linha editorial da Rádio USP de ser uma rádio pública e universitária que traz informação jornalística e informação cultural. “Sendo uma rádio universitária, temos a prioridade de educar, ou seja, ensinamos ciência e cultura na nossa transmissão”, expõe o radialista Dagoberto Alves, diretor técnico da Rádio USP. Ele cita como exemplo a atuação da rádio durante a pandemia de covid-19, que trouxe informações de qualidade sobre o vírus, vacinação e medidas de segurança. “Houve veículos que não fizeram isso por ter patrocinadores antivacinas e negacionistas.”

“Nós podemos criar conteúdos que as outras não podem por questões de patrocinadores”, afirma Alves. Para ele, o principal destaque da Rádio USP são a liberdade e a criatividade. “Os formatos experimentais dos programas só são possíveis por não necessitar de retorno financeiro imediato, porque os subsídios da rádio vêm da Universidade.”

O radialista Dagoberto Alves – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

A diversidade e a pluralidade também são conceitos que regem toda a programação da Rádio USP, que toca exclusivamente música popular brasileira, músicas originais de norte a sul, do leste ao oeste do País. O jornalista Gustavo Xavier explica que preza pela qualidade das produções e busca cada vez mais tocar diferentes ritmos e artistas, indo na contramão das transmissões comerciais de outras emissoras. Ele também destaca na programação os conteúdos dos artistas uspianos – professores, funcionários, alunos ou ex-alunos.

Programas que já fazem parte da programação da Rádio USP – Imagens: Reprodução

Da capital para o interior

A jornalista Rosemeire Talamone – Foto: Arquivo Pessoal

A Rádio USP possui duas redes de transmissão, uma na cidade de São Paulo (93,7 FM) e outra em Ribeirão Preto (107,9 FM), no interior do Estado. A programação se difere apenas por quatro horas de programação voltada para a própria comunidade, com notícias regionais. Para isso, a emissora tem um núcleo de produção instalado em Ribeirão Preto, que produz o conteúdo local e contribui para a produção geral de diversos programas da grade, como Jornal da USP no Ar. A edição regional do programa já produziu 206 matérias. O núcleo teve 461 textos veiculados no site do Jornal da USP (www.jornal.usp.br), um número expressivo, como ressalta a jornalista Rose Talamone, diretora de conteúdo da Rádio USP de Ribeirão Preto, lembrando que os números referentes à emissora em Ribeirão Preto são de 2022.

“Não existe diferença entre as emissoras. Elas têm as mesmas diretrizes, objetivos e metas. Podemos dizer que são irmãs, porque fazem parte da mesma estrutura dentro da Universidade, a Superintendência de Comunicação Social”, enfatiza Rose.

Garantia de acesso à cultura

Para Gustavo Xavier, a Rádio USP é a garantia do direito de acesso à cultura. “A Rádio USP é uma reserva cultural. Por ser pública, todos podem acessar as produções culturais que estão sendo transmitidas, para conhecer novos estilos e ritmos. Nossos conteúdos também estão no site do Jornal da USP para que possam ser acessados sempre.”

Já para Cinderela Caldeira, a Rádio USP é sinônimo de desafio. “Do ponto de vista jornalístico, é sempre um desafio produzir conteúdo de qualidade, com pensamento crítico diferente, e trazer problemas da sociedade para debate. Esse é o nosso foco principal.”

A jornalista Cinderela Caldeira – Foto: Arquivo pessoal

Para Dagoberto Alves, a Rádio USP é liberdade. “Nós damos espaço para todas as culturas do Brasil, como a cultura indígena e a nordestina. Isso é por conta da liberdade que temos aqui por sermos uma rádio pública. Nosso compromisso é inteiramente com a população que nos escuta.”

Texto: Emilly Gondim 
Arte: Carolina Borin Garcia – Jornal da USP

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