A professora Cristina de Hollanda Cavalcanti Tsuha, do Departamento de Geotecnia da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) foi a única representante do Brasil e da América Latina a participar do Primeiro Simpósio Internacional de Educação e Formação de Engenheiros de Elite, promovido pela Hunan University, em Changsha, na China. O evento, parte integrante do 2nd International Yuelu Symposium on “Geotechnical and Underground Engineering”, ocorreu no dia 9 de julho e teve como pauta a discussão de programas de engenharia de diferentes países, como França, Suíça, Japão, China, além do Brasil.
“Segundo o professor Han-Lin Wang, do College of Civil Engineering da Hunan University, atualmente, a China está criando um modelo de educação de engenharia similar à escola de engenharia francesa. Interessados também em ouvir outras experiências, me fizeram o convite para compartilhar o formato dos cursos de engenharia da EESC-USP, uma escola de engenharia brasileira. Foi uma excelente oportunidade para apresentar dados globais da USP, e mais detalhados da nossa Escola, com informações gerais sobre cursos de graduação, departamentos, e foco especial nos programas de pós-graduação em engenharia, além de dados sobre a cidade de São Carlos e de parcerias internacionais da EESC com instituições estrangeiras”, destaca Cristina.
Para além da apresentação da EESC, Cristina aproveitou o evento internacional para também conhecer melhor formatos de cursos de graduação e de pós-graduação em engenharia de outros países. “Trata-se de uma imersão importante para, inclusive, evidenciarmos toda a nossa qualidade na formação de novos profissionais. Sob esse aspecto, algumas mesas de debate destacaram pontos de vistas de professores de diferentes países acerca da educação e formação de um engenheiro em alto nível, o que tornou ainda mais enriquecedora a nossa participação no evento.”
Como fruto da experiência da EESC compartilhada pela docente, já houve uma aproximação interessante entre as universidades. “Logo após o evento fui procurada pela vice-diretora da divisão de cooperação internacional para fazermos convênio para intercâmbio de estudantes. Já recebi da Universidade de Hunan um texto de modelo de convênio, e estamos ajustando um acordo de cooperação com o auxílio da CCNInt-EESC”, revela Cristina.
“O evento nos possibilitou registrar alguns diferenciais, como o tempo de formação de um engenheiro com mestrado – em torno de sete anos no Brasil e cinco anos na Europa -, e o fato de que, na EESC, temos grupos de estudantes que se envolvem ativamente em projetos extracurriculares, algo que foi destacado por professores de universidades de outros países”, avalia a docente da EESC.
“Outro ponto que me chamou bastante atenção nas discussões foi a importância dada a tópicos como habilidades sociais e de comunicação, bem como o incentivo à criatividade nos cursos de engenharia. Muito foi falado que no ensino de engenharia não focamos em preparar os alunos para desenvolver competências como saber trabalhar em equipe, capacidade de liderança e comunicação, além de criatividade, fatores que em conjunto com o conhecimento técnico, podem determinar o sucesso profissional e que, por isso, devem ser estimulados nas engenharias”, completa Cristina.