Teatro: Participe do 22º Circuito TUSP

AGENDA – São Carlos

25/09, 20h • Nora e a Porta
26/09, 20h • Sabiás do Sertão
27/09, 20h • Stalking: um conto de terror documental

Local – Teatro Municipal Dr. Alderico Vieira Perdigão
R. 7 de Setembro, 1735 | Centro, São Carlos | SP
Os ingressos serão distribuídos a partir de uma hora antes do espetáculo, no saguão.

Desde 2008, os Circuitos TUSP promovem o encontro entre a comunidade universitária e o público em geral com a experiência teatral, incentivando o hábito da fruição artística em diferentes cidades do estado. Em sua 22ª edição, o evento acontece entre 25 de setembro e 11 de outubro, com apresentações em Bauru, Ribeirão Preto e São Carlos, com espetáculos mais uma vez selecionados por edital público, reafirmando o compromisso com a democratização e a pluralidade nas artes cênicas.

A programação reúne três espetáculos selecionados por edital público: Sabiás do Sertão, do coletivo Cênica, um teatro musical em um ato que revisita a trajetória da dupla sertaneja Cascatinha & Inhana no ambiente circense; Nora e a Porta, do Teatro da Cachanga, que transforma uma celebração trivial em espaço de revelações e escolhas fundamentais, retomando o gesto disruptivo da personagem de Ibsen em um novo marco simbólico; e Stalking: um conto de terror documental, da Teatro do Estilhaço, baseado em um caso real de perseguição e assédio no ambiente de trabalho, que, em tom irônico, flerta com o terror e os contos de fadas para expor e desarmar as estruturas do machismo patriarcal ainda presente em nossa sociedade.

Os espetáculos
Nora e a Porta | Teatro da Cachanga

14 anos | 90 min

Por que trabalhar com Casa de Bonecas hoje? Porque Nora ainda pulsa. Uma mulher do séc. XIX que, ao sair de casa, desafia estruturas que até hoje insistem em aprisionar corpos femininos. Nora e a Porta revisita essa travessia: o que significa atravessar a porta e deixar para trás papéis impostos – de esposa exemplar, mãe ideal, mulher submissa? Uma criação que se alimenta da coragem de Nora, impulsionada por tantas outras vozes femininas silenciadas e que põe ao público um questionamento: quem são as Noras de hoje? O que ainda as impede de viver com liberdade? A abertura dessa porta escancara questões urgentes sobre feminismo, desejo, maternidade e o papel da mulher na sociedade hoje. Porque Nora não ficou no passado – ela caminha entre nós.

Cidade de São Paulo, 2025. O casal Nora e Marcelo, com seus três filhos, está de mudança para uma casa no condomínio onde passaram a infância e a adolescência. A ação da peça transcorre nesta nova casa da família, durante um final de semana. Assim como na peça original de Henrik Ibsen, Casa de Bonecas, com a qual o espetáculo dialoga, há fatos do passado recente e toda uma estrutura patriarcal que impelem Nora aos conflitos que resultarão na tomada de consciência da personagem.

Dramaturgia: Marina Corazza • Direção: Sandra Corveloni e Maristela Chelala • Elenco: Adriana Mendonça, Anderson Negreiro, André Garolli, Carlos de Niggro, Heitor Goldflus e Rita Pisano • Iluminação: Gabriele Souza • Cenografia e Figurino: Anne Cerutti • Assistente de Figurino: Luiza Spolti • Trilha Sonora: Rafael Thomazini • Operação de Luz: Paulo Maeda • Operação de Som: Rafael Thomazini • Coordenação de Produção: Mosaico Produções • Produção Executiva: Cícero de Andrade • Assistente de Produção: Dani Simonassi • Fotografia: Matheus José Maria

Sabiás do Sertão | Cênica
Livre | 70 min

O espetáculo trata dos expoentes maiores da música caipira, Cascatinha & Inhana, dupla que reverencia, com primazia, a cultura de raiz, o ser, estar e viver artista, o prazer da canção e do encantamento. O circo e o rádio, presentes em sua trajetória, são trazidos à cena por uma companhia ambulante de teatro, com artistas rapsodos que contam, vivem, tocam, dançam e cantam um pouco da vida e muito do rico repertório de toadas, guarânias, rasqueados, boleros, rancheiras e canções imortalizadas nas vozes destes “sabiás do sertão”.

Dramaturgia: Clara Roncati • Direção: Luiz Carlos Laranjeiras • Codireção e ideia original: Fagner Rodrigues • Direção musical e composições inéditas: Luiz Carlos Laranjeiras • Elenco e musicistas: Beta Cunha, Diego Guirado, Fabiano Amigucci, Geovanna Leite, Glauco Garcia, Ícaro Negroni, Márcia Morelli e Vanessa Palmieri • Preparação vocal: Babaya Morais e Elaine Matsumori • Figurinos e adereços: Linaldo Telles • Costura: Any Cardoso • Maquiagem: Cênica • Cenografia: Fagner Rodrigues e Leonardo Bauab • Marcenaria e serralheria: Marcel Barbarotti • Iluminação: Fagner Rodrigues • Filmagem: Jef Telles • Pesquisa e produção: Cênica • Apoio: Sesc Rio Preto (Laboratório Cênico) • Fotografias: Fagner Rodrigues & Ruy Barbosa Jr.

 

Stalking: um conto de terror documental | Teatro de Estilhaços
16 anos | 90 min

Uma professora de teatro passa a ser incomodada recorrentemente por um professor na ONG na qual trabalham. As abordagens dele tornam-se uma perseguição que invade a carreira e a intimidade dela, transformando sua vida em um conto de terror. Em formato true crime e flertes com a linguagem dos contos de fada e filmes de terror, a peça explora a pluralidade do teatro por meio do uso de documentos, humor, dança, musicais, máscaras e animação de objetos, para colocar quem assiste na perspectiva da vítima. A história real vivida pela atriz do espetáculo vai aos poucos dando espaço a uma denúncia pública e debochada dos mecanismos perversos operados pelo patriarcado para oprimir mulheres.

Desde 2015, Livia é perseguida por um homem que cerceia sua liberdade. A tensão de ser interceptada pelo stalker, como aconteceu inúmeras vezes até virar caso de polícia, e o temor pelas consequências das ameaças, que incluíram risco de abuso sexual e assassinato, obrigaram Livia a recolher seu corpo do espaço público. Desde 2020 protegida pela Lei Maria da Penha, um dos primeiros casos no Brasil de aplicação dessa lei diante de crime de Stalking, Livia, atriz, professora e preparadora corporal, decidiu fazer de sua experiência uma denúncia poética. Este espetáculo teatral resulta e parte da vivência íntima da atriz para transformá-la em um grito ensurdecedor contra as estruturas patriarcais. Nesse processo de desdobramento do íntimo para o universal, Livia agregou uma equipe com maioria de mulheres e múltipla em suas diversidades. A força de transformação social vem da coletividade por meio da qual o grito vai ganhando coro e eco até não ser possível mais calar.

Atuação: Livia Vilela e Paulo Salvetti • Codireção: Elisa Volpatto e Rita Grillo • Assistência de Direção: Jackeline Stefanski Bernardes • Dramaturgia: Paulo Salvetti • Trilha Sonora Original: Malka Julieta • Iluminação: Gabriele Souza • Direção de Arte: Beatriz Barros • Provocação: Janaína Leite • Fotos Divulgação e vídeo: Betânia Dutra • Fotos: Guilherme Radel • Identidade Visual: Igor Luís • Produção: Corpo Rastreado – Gabs Ambròzia

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Por TUSP São Carlos

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