A campanha USP Contra o Assédio visa combater discriminações no interior da instituição e auxiliar os órgãos responsáveis por lidar com esses casos
Nesta terça-feira, dia 22 de agosto, a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) dará início à campanha USP Contra o Assédio, que busca chamar a atenção para comportamentos que devem ser combatidos em todos os espaços de convívio de estudantes, professores e funcionários.
Ao longo do segundo semestre, quinzenalmente, 40 cartazes contendo frases tipicamente utilizadas em situações de discriminação e QR Codes com informações sobre a ação serão espalhados pelos campi da Universidade.
Até novembro, as unidades e órgãos centrais receberão o material, que abordará diferentes tipos de assédio. Os cartazes terão cores distintas para identificar cada causa combatida pela campanha: racismo, homofobia, transfobia, sexismo, cancelamento e capacitismo. Informações mais detalhadas poderão ser acessadas via QR Code.
A Pró-Reitoria também promoverá visitas aos campi da USP para auxiliar os órgãos e colegiados ligados à inclusão e à diversidade no enfrentamento das situações de assédio e na promoção de um ambiente mais saudável e acolhedor.
Segundo o diretor da Coordenadoria de Direitos Humanos e Políticas de Reparação, Memória e Justiça da PRIP, Renato Cymbalista, as motivações para a realização da campanha USP Contra o Assédio vieram das próprias unidades e comissões, que necessitavam tanto de apoio político quanto técnico da Universidade. “Elas precisavam de um repertório maior sobre como lidar com essas situações. Além disso, precisavam de uma posição mais efetiva da USP em relação ao combate a qualquer tipo de discriminação”, explica.
Cymbalista destaca ainda que a campanha tem dois objetivos principais: “Fazer com que os órgãos, comissões e coletivos que precisam lidar com situações de assédio sintam-se munidos de ferramentas que encaminhem os processos de forma mais eficaz, prezando sempre pelo cuidado com a vítima e, também, comunicar de forma ampla que esse tipo de situação precisa ser prevenida e combatida por toda a comunidade, dentro e fora da Universidade”.
USP contra o assédio
Mais do que a campanha, a USP possui outros mecanismos para o enfrentamento de casos de assédio. É o caso, por exemplo, de ferramentas mais institucionalizadas como as de apuração, sindicância e processos administrativos – que são as ferramentas que apuram esse tipo de situação a partir de comissões construídas pela própria Universidade, como a Comissão de Direitos Humanos, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e a Comissão de Inclusão e Pertencimento.
Os coletivos da USP, como o Negro e o de Diversidade Sexual, principalmente quando construídos com apoio dos discentes, também auxiliam na criação de uma rede de proteção às vítimas de assédio.
Em termos de apoio psicológico, Cymbalista reforça a importância do programa Ecos (Escuta, Cuidado e Orientação em Saúde Mental), direcionado a toda a comunidade USP. Os estudantes moradores do Crusp também têm acesso ao serviço de saúde mental do Centro de Saúde Escola Butantã.
“Atualmente, há um conjunto de membros da comunidade uspiana que está realizando um curso na Unicamp sobre estratégias de mediação de conflitos — tudo para lidar da melhor maneira com esses casos indesejados. Todas essas medidas são importantes para que a USP não aja apenas como uma instituição punitiva, mas que também tome decisões restaurativas“, afirma o diretor.
Texto: Julia Queiroz – Estagiária sob supervisão de Erika Yamamoto
Arte: Joyce Tenório – Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado
Por Jornal da USP