USP disponibiliza 5 mil vagas para público a partir de 60 anos

As inscrições são gratuitas e começam no dia 10 de fevereiro. São vários cursos, incluindo atividades didáticos-culturais

Neste ano, o programa USP 60+ registra uma oferta de cursos 24% maior em relação ao segundo semestre de 2019 – Foto: Comunicação Institucional – PRCEU.

Em sua 52ª edição, o programa USP 60+ oferece 5.643 vagas – gratuitas – entre disciplinas regulares dos cursos de graduação da USP e atividades complementares, que incluem cursos, palestras, excursões, práticas esportivas e didático-culturais. As aulas são ministradas nos campi da USP em Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, São Carlos e São Paulo, incluindo a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), na zona leste da capital. O programa, uma iniciativa da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, é voltado a pessoas com mais de 60 anos, sem necessidade de vínculo com a Universidade, e as inscrições para as atividades do primeiro semestre de 2020 abrem no dia 10 de fevereiro.

Criado em 1994, o programa Universidade Aberta à Terceira Idade ganhou em 2018 o título USP Aberta à Terceira Idade, e passa, a partir deste ano, a se chamar USP 60+. Segundo o coordenador do programa, o médico Egídio Dórea, a mudança na terminologia tem como objetivo tornar o programa mais inclusivo e diminuir os estereótipos que habitualmente vêm associados ao processo de envelhecer. “Termo cunhado na França (na década de 70), vinha cheio de estigmas. Estava sempre relacionado a doenças, perdas, incapacidade, improdutividade, e não é isso que se vê na prática. Terceira idade é um conceito que foi estipulado a partir de 60 anos, ou 65 anos para países desenvolvidos, e com alguns países mudando para 75 anos. É somente uma convenção social, um fator cronológico”, explica.

Outra novidade é que o programa apresenta um aumento de quase 24% em relação aos cursos oferecidos no segundo semestre de 2019. Esse fato se deve, segundo o coordenador, à sensibilização das pessoas em relação à experiência desse grupo de pessoas. “É muito bom ter na sala de aula alunos entre 18 e 20 anos e com mais de 60 anos. É um valioso intercâmbio geracional”, afirma. E acrescenta que foram criados também cursos específicos para essa população acima de 60 anos, como a parceria com o Centro Universitário Maria Antonia e a Unibes Cultural, que promove encontros mensais, sempre às terças-feiras, para discutir temas ligados ao envelhecimento. A intenção, segundo o coordenador, é expandir ainda mais a inserção do programa na sociedade, ou seja, levar o aprendizado a um maior número de pessoas, com atividades extra-campus.

Egídio Dórea é médico do Hospital Universitário (HU) da USP e coordenador do programa: “São cursos que fazem com que esse público adquira novos interesses e novos propósitos de vida” – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Entre os 255 cursos disponíveis, estão Comunicação Integrada e Eventos em Turismo, Cultura e Educação Afro-Brasileira e Indígena, História da Música, Prática Orquestral, Marketing e Comunicação no Esporte, Gravura em Metal, Redação Publicitária, Epopeia Clássica no Cinema e na Ópera, Percussão Contemporânea e Iniciação ao Latim. Para algumas disciplinas há pré-requisito, mas para a maioria nada é exigido. Há também atividades esportivas exclusivas para pessoas com mais de 60 anos (alongamento, pilates, yoga e até zouk), além de atividades culturais com especialistas de diversas áreas, como astronomia, artesanato, teatro, e aulas de viola, violão, piano, guitarra, canto e teoria musical, totalizando 121 programas culturais e esportivos.

>> Clique aqui para acessar a programação completa oferecida pela USP São Carlos.

Destaques da programação

Dentro da grade de atividades oferecidas pelo programa estão a terceira edição do Summer School e a primeira edição dos Cursos de Verão, ambos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. No primeiro, são 720 vagas para 12 cursos ministrados por especialistas internacionais de universidades da África do Sul, Argentina, Espanha, Estados Unidos, Itália e Reino Unido, que vão abordar temas como o movimento negro nos Estados Unidos, o conceito de subjetividade em Michel Foucault e a psicanálise e o pensamento crítico (as aulas são em inglês e espanhol, e somente nesse caso há pequenas taxas que vão de R$ 25,00 a R$ 50,00).

Já no Curso de Verão, são 2.670 vagas para aulas de professores e alunos de pós-graduação (mestrado e pós-doutorado) da FFLCH. Entre os temas, a obra de Antonio Candido, a história contemporânea da Argentina, os romances que retratam a seca do Nordeste, o cinema de Paulo Emílio Salles Gomes e o teatro de Qorpo-Santo, totalizando 70 cursos que constituem uma oportunidade para divulgar as linhas de pesquisas estudadas nos 23 programas de pós-graduação da faculdade, além de aprimorar o elo entre ensino, pesquisa e extensão.

Para o coordenador Egídio Dórea, o programa apresenta uma diversidade de assuntos, que contemplam múltiplos interesses. “O programa não é focado somente nos cursos tradicionais da Universidade ou de capacitação profissional, mas também em cursos na área artístico-cultural, ou de idiomas, de história, em que existe o próprio resgate da memória”, afirma, e acrescenta: “São cursos que fazem com que esse público adquira novos interesses e novos propósitos de vida”.

A relação completa de atividades do programa USP 60+ está disponível no site da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária. As inscrições para disciplinas regulares vão de 10 a 14 de fevereiro (limitadas, por ordem de chegada). Para as atividades da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, no campus da zona leste de São Paulo, o período de inscrições será de 3 a 7 de fevereiro, também por ordem de chegada. Para as demais atividades o prazo é definido em cada unidade. Mais informações pelo telefone (11) 3091-9183, das 8h30 às 12 horas e das 13h30 às 17 horas, e pelo e-mail usp60@usp.br.

Confira abaixo vídeo produzido pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP sobre o programa USP 60+.

Por Claudia Costa – Jornal da USP

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