Além do seminário A produção do comum numa sociedade fraturada, entre os dias 2 e 5 de outubro acontecem conferências e debate organizados pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da USP e pelo Programa Eixos Temáticos
A USP realiza, de 2 a 6 de outubro, a segunda edição do evento USP Pensa Brasil, na Cidade Universitária, em São Paulo. A abertura acontece às 18h, com a participação de Carlos Gilberto Carlotti Jr. e Maria Arminda do Nascimento Arruda, reitor e vice-reitora da USP, e da socióloga Beatriz Paredes, que foi titular da Cátedra José Bonifácio nos anos 2017 e 2018, que lançará o livro México y Brasil: 200 años de relaciones, una perspectiva mexicana, do qual foi coordenadora.
O tema central do seminário, e que também será abordado no primeiro dia, é A produção do comum numa sociedade fraturada. O debate foi pensado por se observar que, nos últimos anos, há, cada vez mais, uma polarização política em torno do projeto nacional concretizado com a Constituição de 1988: uma fratura sobre a preservação ou a reforma das instituições e políticas de combate à desigualdade e de defesa da diversidade cultural e social.
A conferência do dia 2 será proferida por Conceição Evaristo, titular da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência da USP, linguista e autora de livros como Olhos d’água e Ponciá Vicêncio, e uma das mais influentes literatas do movimento pós-modernista no Brasil, com obras nos gêneros de poesia, romance, conto e ensaio.
Após a conferência, haverá um debate com Jaílson de Souza, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF); Tales Ab’Saber, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); e Walnice Galvão, Professora Emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. O debate será mediado por Alexandre Macchione Saes, professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP, diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) e coordenador curatorial do evento USP Pensa Brasil.
Ao debater a produção do comum no Brasil, o seminário pretende oferecer caminhos para ampliar o compartilhamento de saberes, da cooperação e da solidariedade, processo que deve enfrentar a fratura econômica, política e cultural existente no País. A nação deve ter contornos mais amplos do que as fronteiras político-ideológicas, buscando construir o comum na diversidade, a partir de uma experiência de pertencimento e corresponsabilidade na elaboração de um projeto de bem-estar coletivo para os brasileiros, com respeito às diferenças sociais e culturais.
Antes das conferências de cada dia do seminário, será promovida a atividade Leituras de Brasil, com a apresentação de fragmentos de textos representativos sobre o País, lidos por estudantes de diversas áreas da USP. No dia 2, as leituras serão: A Paixão Segundo G.H., de Clarice Lispector; Negro Drama, dos Racionais MC’s; Uma História Feita por Mãos Negras, de Beatriz Nascimento; e A Elite do Atraso, de Jessé de Souza.
Texto: Eliete Viana
Arte: Jornal da USP
Por Jornal da USP