XXI Circuito TUSP de Teatro

Vem chegando o XXI Circuito TUSP de Teatro, que leva três espetáculos em apresentações gratuitas a São Carlos, Ribeirão Preto e Bauru – cidades com campi USP em que temos atuação! A edição estreia no TUSP polo São Carlos entre 25 e 27/9, na sala do TUSP no Centro Cultural da USP São Carlos,  segue para Bauru entre 11 e 13/10 no Teatro da FOB e se encerra no Tusp polo Ribeirão Preto, no Teatro do Campus, entre 17 e 19/10 .

Deste 2008, o Circuito oferece formas diversificadas de convívio com a experiência cênica que buscam cultivar o hábito da fruição teatral entre a comunidade universitária e o público externo. Os espetáculos neste ano foram mais uma vez definidos por edital público, aberto a todo o Brasil, numa perspectiva de democratização e pluralidade.

Dentre os mais de 200 inscritos, foram selecionados três – “Sacarose”, escrito dirigido e performado por Edu Rosa,  “Ópera Febril”, da Cia do Trailler e “Três pratos de trigo para três palhaces tristes”, da Trupe Tópatu, respectivamente da capital, de São José dos Campos e de São Carlos.

Após a curadoria, pudemos perceber nos três, em seu conjunto, recortes claros de abordagens estéticas sobre o mundo do trabalho. Cada espetáculo lida, à sua maneira, com as ideias de desempenho, cansaço e exploração do trabalhador, além de discutirem a própria linguagem teatral. SACAROSE e ÓPERA FEBRIL usam o teatro-documentário como estética regente, enquanto a Trupe Tópatu vai pelo caminho da palhaçaria e da metalinguagem.

Em São Carlos os ingressos são limitados e serão distribuídos no mesmo dia, a partir de uma hora antes de cada espetáculo. 

Sacarose | Livre | 60 min.
São Carlos: 25/09, qua 20h 

Em Sacarose, Edu Rosa realiza um cruzamento entre suas memórias pessoais e as memórias históricas do Brasil. O artista é oriundo de uma família de migrantes nordestinos que vieram para o interior paulista para trabalhar nas usinas açucareiras da região. Durante sua infância e adolescência, ele testemunhou os abusos trabalhistas estabelecidos entre as usinas e seus familiares, ex-boias-frias.

A peça opera no limite entre realidade e ficção, fazendo uso de depoimentos dos familiares do artista em contraste à figura de um narrador que busca trazer para a cena a discussão sobre vestígios de nosso passado colonial que se mantém em vigência no tempo presente. A dramaturgia do espetáculo foi selecionada no 1º edital das Dramaturgias em Processo do TUSP (2021).

Direção, Dramaturgia e Performance: Edu Rosa | Produção: Luciana Venâncio (Movicena Produções) | Assistência de Direção: Gustavo Braunstein | Sonoplastia: Heloísa Badu | Iluminação: Marina Meyer | Figurino: Ângela Sauerbronn | Cenário: Edu Rosa e Gustavo Braunstein | Montagem e operação audiovisual: Juliana Yurk | Assistente de iluminação: Hellen Nicolau

Ópera Febril | 75 min. | 14 anos
São Carlos: 27/09, sex 20h

Ópera febril mergulha na essência do trabalho, desde a sociedade fabril até os dias atuais, explorando suas nuances e desafios contemporâneos.

A encenação nos transporta por dois momentos cruciais na evolução da exploração do trabalho para aqueles que não detém os meios de produção. Primeiramente, somos levados ao cerne da fábrica, uma instituição que simboliza condições de trabalho dúbias, com alta demanda de produtividade e poucas seguridades, além de um sistema opressivo. Em outro momento, questiona-se a ideia dissimuladamente libertária do “patrão de si mesmo”, onde a voz interna do trabalhador o persuade a se entregar totalmente ao trabalho, sacrificando seu bem mais precioso: o tempo. A peça é uma reflexão intensa sobre a natureza do trabalho e sua transformação ao longo do tempo, destacando os dilemas e as complexidades que permeiam nossa relação com o labor. Para tanto, leituras filosóficas – como as de Byung Chul-Han – sobre a sociedade contemporânea promovem um pano de fundo para a discussão performática e documental que enlaçam o local e o global, o passado e o presente, e a permanente exploração dos trabalhadores.

Diretor: Marcelo Soler | Codiretor: André Ravasco | Dramaturgista: Caren Ruaro, em processo colaborativo com o grupo | Consultor em dramaturgia: Luís Alberto de Abreu | Atuadores/documentaristas/músicos: André Ravasco, Andrei Gonçalves, Caren Ruaro, Laura Ramalho e Rafael Braga | Cenógrafa e figurinista: Livia Loureiro | Iluminador e Técnico: Renato de Souza Junior | Diretor Musical: Marco Antônio Machado | Diretor Assistente e Preparador Musical: Rafael Braga | Compositores: Marco Antônio Machado e Rafael Braga (melodia e arranjos); André Ravasco, Caren Ruaro, Laura Ramalho, Leticia R Ferreira Netto, Marco Antônio Machado, Rafael Braga (letras) / Consultora em história e filosofia: Leticia R Ferreira Netto / Produção: O Grupo / Designer gráfico: Victor Corrêa / Designer de imagens: Ed Trawtmam

Três pratos de trigo para três palhaces tristes | 12 anos | 50 min.

São Carlos: 26/09, qui 20h

A palhaça Tatah e os palhaços Astolfo e Orelhão revelam os bastidores do grande espetáculo da Trupe Tópatu. No camarim, longe dos holofotes, o que vemos são três tristes figuras que convivem com o cansaço, a exaustão e a possibilidade de felicidade cada vez mais distante. Até que certo dia um acontecimento inesperado pode alterar suas rotinas.

Direção: Gabriel Bodstein | Dramaturgia: Gabriel Bodstein e Trupe Tópatu | Dramaturgismo: Bruno Garbuio | Direção musical: Alexandre Scarpelli | Elenco: Bruno Garbuio (Palhaço Orelhão), Dani Busatto (Palhaça Tatah), Marcel Fatibello (Palhaço Astolfo) | Produção: Bruno Garbuio e Ana Garbuio | Figurinos: Dani Busatto | Cenografia: Anny Lemmos | Concepção de iluminação: Iratã Campos | Iluminador: Iratã Campos | Sonoplastas: Alexandre Scarpelli e Nádia Stevanato

São Carlos

SALA TUSP no Centro Cultural da USP São Carlos | Av Carlos Botelho, 1465 – Centro | Campus USP São Carlos

Sempre às 20h

Por TUSP

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