A edição do evento “Vivência pré-IC” foi coordenada pela professora Dra. Ana Claudia Kasseboehmer.
As atividades compreenderam reunião dos bolsistas com seus orientadores, realização de práticas de laboratório, planejamento de seus projetos de pesquisa e almoço no Restaurante Universitário. Os orientadores também se reuniram com os professores das escolas, supervisores dos bolsistas, para discutir estratégias para integrar a universidade e as escolas a partir do Programa de Pré-Iniciação Científica. Os bolsistas foram presenteados com jalecos oferecidos pela Diretoria do IQSC e os tíquetes do Restaurante Universitário e o transporte dos estudantes foram pagos com verbas Fapesp e CNPq.
Neste Edital PIBIC-EM 2023/2024 participam estudantes das escolas: E. E. André Donatoni (Ibaté/SP), E. E. Marivaldo Carlos Degan (São Carlos/SP), E. E. Luiz Viviane Filho (São Carlos/SP), E. E. João Jacinto do Nascimento (Ibaté/SP), E. E. Ludgero Braga (São Carlos/SP) e Instituto Federal de São Paulo (Campus Araraquara/SP). Os orientadores são os docentes do Instituto de Química de São Carlos da USP – professores Drs.: Ana Cláudia Kasseboehmer, Benedito dos Santos Lima Neto, Bianca Chieregato Maniglia, Fernanda de Lourdes Souza, Marcos Roberto de Vasconcelos Lanza e Stanislau Bogusz Junior. Participaram também da organização deste evento os técnicos de laboratório: Karina Escrivão Henrique, José Fernando Nascimento e Walter André da Costa e os graduandos Andressa Heloisa Bagatelo, Letícia Veloso Ferreira e Thiago Sena Romero.
Esta é a segunda edição em que os grupos de pesquisa se reúnem para incentivar estudantes de escolas públicas a estudarem em uma universidade e em um curso de Química. Durante a vigência da bolsa, os bolsistas ainda realizarão um workshop em algumas das escolas participantes para expor suas pesquisas para a comunidade escolar e seus familiares.
Em agosto, será realizado o 2º Simpósio de Pré-Iniciação Científica do IQSC, um congresso organizado para os bolsistas apresentarem os resultados de suas pesquisas e participarem de mesas redondas e oficinas. O Simpósio foi incluído no calendário municipal de São Carlos a partir de um projeto de lei conduzido pela vereadora Raquel Auxiliadora.
Pré-iniciação científica
O edital do PIBIC-EM – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – Ensino Médio, tem o propósito de “despertar a vocação científica e incentivar talentos potenciais entre estudantes do ensino médio e profissional da Rede Pública, mediante sua participação em atividades de pesquisa científica ou tecnológica, orientadas por pesquisador qualificado, em laboratórios e grupos de pesquisa da USP.”
Para participar do programa o aluno deve estar regularmente matriculado, durante a vigência da bolsa, no ensino médio ou profissional de escolas públicas e não estar cursando o último ano do ensino médio e/ou último semestre do ensino profissional no momento da implantação da bolsa, possuir frequência igual ou superior a 80% (oitenta por cento) e dedicar-se no mínimo 8 horas semanais ao programa, entre outros requisitos.
O que dizem os participantes
Maycon da Silva Zeratin considera participar desse projeto de pré-Iniciação Científica é importante. “Quero conhecer mais o mundo científico e como é a universidade”. Sobre o evento realizado de 23 a 25/1, comenta: “Consegui aprender coisas importantes sobre laboratórios e a universidade em geral”. Afirma ainda que sua visão de universidade antes e depois de iniciar sua participação no projeto mudou bastante e que pretende seguir seus estudos em nível universitário.
Giovanna Boaba nos conta: “Para mim é muito importante participar do projeto pois são conhecimentos e experiências únicas, onde aprendemos diversas coisas que não são ensinadas na escola, e também nos ajuda até com amadurecimento, pois estamos vivenciando experiências dentro da universidade e temos um incentivo sobre o que queremos para nosso futuro”. Sobre sua visão de universidade: “Com toda certeza minha visão sobre a universidade mudou muito depois do projeto de pré-Iniciação Científica!! Antes eu pensava muito sobre fazer graduação, pois na minha cabeça ia perder muito tempo se não estivesse trabalhando, pra ganhar o meu próprio dinheiro, mas depois de conhecer os programas da USP minha visão ficou totalmente diferente.” Sobre seu futuro: “Pretendo sim ingressar em uma universidade, pois para mim é muito importante ter estudo avançado hoje em dia, e quero ser contemplada com o prazer de saber que consegui realizar meu sonho e o da minha família de me ver na universidade.” Sobre o evento realizado no IQSC, ela afirma que o evento foi muito importante, pois gostou de vivenciar o dia de um universitário, “aprendi muitas coisas e gostei muito de conhecer professores e poder conversar com eles”.
Giovana Corrêa da Silva diz que, para ela, participar do projeto é muito importante “pois além de mudar minha visão tenho adquirido muito conhecimento” é uma maneira de mostrar aos alunos de escolas públicas o que a universidade pode oferecer, e assim aumentar a oportunidade de darem continuidade ao estudo. Diz também que sua visão de universidade mudou e pretende ser uma futura universitária: “hoje sinto que tenho mais chances e mais expectativas para entrar em uma universidade”. A “Vivência em pré-IC” também foi importante: “o que mais me marcou foi a autonomia e liberdade que tivemos” e encerra dizendo que deseja que essas oportunidades continuem.
Ana Laura de Souza destaca que a pré-IC “está ajudando muito no meu desenvolvimento pessoal e acadêmico”, inclusive tendo mudado sua visão sobre a universidade. Sobre o evento realizado no IQSC-USP, ela responde que foi importante e destaca: “Consegui extrair muitas ideias legais pro meu projeto” e está convicta que dará continuidade a seus estudos após o ensino médio: “Com certeza!”.
Raul Vitor Berthaud Giro também pontuou como positiva a importância da pré-iniciação científica pois instiga a “buscar conhecimentos e aprimorar habilidades de interpretação de texto, escrita, autonomia, ou até mesmo (no meu caso), aprender um pouco sobre outro idioma, inglês (estou lendo artigo em inglês), além de conhecer e se aproximar da universidade também”. Sobre sua visão de universidade antes e agora, ele nos conta que algumas ideias mudaram, “mas não que realmente mudou por completo o que eu já enxergava da faculdade. Em questão de trabalhos, professores, os espaços da faculdade, já imaginava de forma positiva, depois de entrar nesse projeto, esses conceitos apenas se firmaram.” Diz que pretende ser um futuro universitário, mas que ainda não decidiu sobre a carreira a seguir: “as que estão me chamando mais atenção são física, química, ciências da computação e engenharia da computação”. Sobre sua participação no evento realizado nos últimos dias 23, 24 e 25, afirma que “foi importante, pois demonstrou uma aproximação dos estudantes das escolas públicas com a Universidade de São Paulo, além ter sido uma experiência inesquecível de como fazer práticas em laboratório, também nos ensinaram em prática como fazer e utilizar as próprias hipóteses, anotar resultados e fazer médias com os mesmos” e finaliza: “Simplesmente incrível o esforço e o empenho para fazer uma vivência na universidade.
Maria Vitória de Goes também considera que o programa é importante para o acesso ao conhecimento científico e destaca “a convivência com outros bolsistas para entender sua pesquisa” como aspecto importante. Afirma que “a pré-IC retira o estereótipo de que o cientista é individualista”. Sua visão do meio acadêmico também mudou: “percebi que universidade ajuda os alunos com bolsas, alojamentos e o bandejão. Então o aluno vai ser apoiado por eles, não importando onde mora, seu capital ou raça /religião/sexualidade, a universidade abraça a diversidade e isso contribui muito para a ciência”. A aluna, que pretende cursar Química na USP, conta que o evento organizado pelo IQSC foi importante: “conhecemos laboratórios, suas regras e estudos em volta, fizemos experimentos e criamos hipóteses que contribuíram para as aulas de química”, enfatizando também a importância da reunião com os orientadores e da conversa sobre os projetos. “Esse evento contribuiu para o conhecimento, imaginação, ideias e confiança no nosso projeto”, relata.
Lorena Del Ponte dos Santos considera que, para ela, a pré Iniciação Científica é “extremamente importante, pois com esse projeto consegui organizar e ter certeza do meu futuro. Um futuro dentro da Universidade”. Durante o evento realizado no IQSC, os alunos conversaram como os pesquisadores sobre as oportunidades oferecidas pela USP para a permanência e formação estudantil e isso fez a diferença: “antes pensava eu era praticamente impossível eu entrar na universidade, por questões financeiras” e hoje ela fala em cursar Química na USP, mas seu objetivo é entrar em uma universidade pública. Afirma também que a “Vivência de Pré-IC” foi importante “pois conheci outros bolsistas, aprendi mais sobre como é a vida de um estudante da USP, a dinâmica de um laboratório”. Acrescentou que foi fundamental conversar com o orientador do projeto pois novos horizontes surgiram. Encerra, referindo-se ao evento realizado no IQSC: “gostaria que ocorressem mais vezes, é fundamental para o projeto [pré-IC] essa experiência”.
Karen Menezes da Silva diz que participar desse projeto de pré-Iniciação Científica é muito importante para ela, “pois é uma experiência incrível poder estar em contato com uma universidade ainda no ensino médio” e explica que “ajuda muito a ter uma noção de como é ser universitária, quais as vantagens e oportunidades que uma universidade oferece, além da participação no projeto proporcionar um aprofundamento na aprendizagem muito significativo pra quem pretende fazer faculdade”. Também afirma que sua visão de universidade mudou após ingressar no projeto “com a participação no projeto, aprendi muitas coisas sobre universidades públicas e as oportunidades que elas oferecem”, o que reforçou sua vontade de ingressar em uma universidade e assim, dar continuidade a seus estudos. Sobre o evento realizado no IQSC, afirma que “foi muito importante, porque de certa forma vivenciamos a vida de um universitário, e estabelecemos laços com a universidade e mostrou que é possível sim ingressar em uma universidade pública”.
