O uso de fertilizantes agrícolas é essencial para se alcançar metas de sustentabilidade (ambiental, econômica e social). Normalmente, no campo, a fertilização é pouco controlada, levando a perdas significativas dos insumos.
A demanda do mercado brasileiro de fertilizantes é maior que a produção nacional. Dados da Associação Nacional de Difusão de Adubos – ANDA, referentes ao período de janeiro a outubro de 2015, indicam que a produção brasileira de fertilizantes intermediários caiu 1,6%, indo de 7.581 mil toneladas em 2015 para 7.463mil toneladas no mesmo período em 2016. No mesmo período, a importação de fertilizantes intermediários aumentou 11,1%, indo de 17.914 mil toneladas, em 2015 para 19.910 mil toneladas no mesmo período de 2016 (1).
Segundo Ricardo Bortoletto Santos, a perda significativa de fertilizantes e insumos pode ser evitada empregando-se fertilizantes de liberação lenta de nutrientes, assunto do seminário que profere no dia 07 de dezembro de 2016, às 16h, no Instituto de Química de São Carlos – IQSC, da USP.
O palestrante explica que “entre as principais perdas estão a volatilização de nitrogênio, a lixiviação de potássio e nitrogênio e a imobilização de fósforo, de modo que os prejuízos podem alcançar até 50% de todo o fertilizante aplicado”.
A uréia é empregada na agricultura devido ao seu elevado conteúdo de nitrogênio porém, por esse mesmo motivo, sua desvantagem também é a volatilização. “Assim, uma estratégia para racionalizar a aplicação é proteger o fertilizante com materiais que gerem uma barreira física e/ou difusional, permitindo o controle da liberação do insumo. No entanto, o processo de liberação necessita ser ajustado às demandas da cultura que se pretende fertilizar, o que significa que alterações na estrutura do revestimento podem ser úteis para controlar esse processo de liberação, buscando membranas pouco espessas e biodegradáveis. Dessa forma, focaliza-se, por exemplo, os sistemas de revestimento à base de poliuretana vegetal, com enfoque na avaliação da influência da espessura do revestimento, estabilidade do ligante e interface de deposição, bem como os aspectos cinéticos da liberação no solo”, complementa Ricardo.
O seminário é aberto a todos os interessados gratuitamente e integra as normas do Programa de Pós-Graduação do IQSC
Ilustração do processo de liberação do fertilizante revestido
O palestrante
Ricardo Bortoletto Santos concluiu a graduação em Química no IQSC (2012), período em que realizou estágio de iniciação científica na área de bioenergia, bem como estagiou na Embrapa Instrumentação – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – na área de agroquímicos (nanocompósitos para liberação controlada). Durante o mestrado em Química Analítica e Inorgânica concluído no IQSC (2015), atuou na área de fertilizantes de liberação lenta e controlada.
No momento faz doutorado no IQSC-USP também na área Química Analítica e Inorgânica, sob orientação do Dr. Caue Ribeiro de Oliveira da EMBRAPA e co-orientação do Prof. Dr. Wagner Luiz Polito do IQSC-USP.
Suas linhas de pesquisa são: liberação controlada de fertilizantes; liberação controlada de defensivos agrícolas; síntese/caracterização de novos materiais para revestimento; desenvolvimentos de materiais poliméricos e bioenergia.
Seminário
“Liberação lenta e controlada de fertilizantes”
Ricardo Bortoletto Santos (pós-doutorando do IQSC)
07/12/2016, quarta-feira, 16 horas, anfiteatro B do IQSC-USP
Av. Trabalhador são-carlense, 400
Inscrições: www5.iqsc.usp.br/eventos
Informações: (16) 3373-9909 ou 3373-8272
Texto: Sandra Zambon – Comunicação IQSC
Imagem 2 – Liberação do fertilizante revestido, por: Ricardo Santos
Fonte: (1) Portal da Associação Nacional para Difusão de Adubos. Estatísticas. Disponível em: <http://anda.org.br/index.php?mpg=03.00.00> Acesso em: 02.dez.2016
