Produtos ou subprodutos do setor sucroalcooleiro, como o etanol e a vinhaça, são as matérias-primas usadas nos projetos em andamento
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Foto: Marcos Santos / USP Imagens
Visto como crucial em processos de transição energética de muitas nações e do mundo, rumo à eliminação das emissões de gases que provocam o efeito estufa (como o CO2), o hidrogênio pode, adicionalmente, ser usado como forma de armazenar a energia produzida por fontes intermitentes, como a eólica e a solar e a própria biomassa. Por exemplo, com a disponibilização de hidrogênio, as usinas de etanol podem aumentar suas capacidades de geração de eletricidade mesmo nos períodos fora de safra. “A oportunidade de ampliação das commodities verdes, como o metanol, produzidas pela usina com, por exemplo, hidrogênio verde e CO2 da fermentação do etanol, traria vantagens de liderança de mercado para a usina”, comenta Thiago Lopes.
Há grande interesse de uso do H2 também nos setores de transporte, principalmente rodoviário, mas também em serviços marítimos, bem como em setores industriais de difícil descarbonização como o mineral, siderurgia e produção de cimento. Alguns estudos, analisando cenários hipotéticos futuros, projetam que, na comparação entre os carros elétricos atuais, equipados com grandes baterias, e os movidos a células a combustível com hidrogênio verde, essa segunda forma tende a se apresentar como mais eficiente, mais econômica e mais limpa, quando olhadas dentro dos ciclos de vida dos produtos.
“A Alemanha já norteou o seu futuro energético indo para o hidrogênio. Essa decisão se acelera com as ameaças geopolíticas (guerra Rússia x Ucrânia) impostas a seu suprimento de gás. O país já mapeou e viu que não consegue produzir domesticamente todo o H2 de que precisará. Portanto, investidores alemães têm promovido programas de investimento em outros países também, visando, um dia, importar o hidrogênio”, diz Lopes. O pesquisador acredita que o uso da tecnologia nacional, aproveitando a estrutura do setor sucroalcooleiro, poderá se inserir nessa nova economia global do hidrogênio, trazendo vantagens econômicas para o País.
Arte: Simone Gomes
Da Assessoria de Comunicação do RCGI
Por Jornal da USP