Desafio que contou com equipes do Brasil e da Suécia teve como vencedor projeto com drones que atuam de forma cooperativa para evitar que o fogo se propague em florestas; estudantes fazem parte do grupo Semear da Escola de Engenharia de São Carlos da USP
Um grupo de estudantes da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP foi o vencedor da 2ª Competição Aeroespacial Sarc-Barinet, promovida pelo Centro Sueco de Pesquisa Aeroespacial e a Rede Brasileira de Pesquisa e Inovação Aeroespacial no início de novembro, durante a Semana de Inovação Suécia-Brasil 2022, realizada em Salvador, na Bahia. Os estudantes fazem parte do grupo de extensão universitária Soluções em Engenharia Mecatrônica e Aplicação na Robótica (Semear) e tiveram como desafio criar sistemas voltados à detecção e combate a incêndios em florestas, utilizando Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), que são mais conhecidos como drones.
A proposta ganhadora foi da Equipe Atena, uma das que constituem o grupo Semear no Núcleo de Robótica Aérea. O projeto ganhador, chamado NoFire Squad, consiste no desenvolvimento conceitual, testado em simulador, de um enxame de nove quadricópteros autônomos que atuam de forma cooperativa para auxiliar no combate a incêndios florestais.
“A ideia é que os drones sejam lançados da aeronave militar brasileira KC-390, em uma área próxima ao foco do incêndio. O swarm (enxame) é capaz de fazer uma busca pelo terreno, encontrar a região do fogo e iniciar uma estratégia para retardar a propagação das chamas”, explica Lucas Cavalcante, aluno de engenharia e um dos membros da equipe premiada. Além dele, a equipe é composta com os estudantes Guilherme Castro, Daniel Miguita, Matheus Martins, Guilherme Villela e Raul Ferreira.
De acordo com o estudante, antes da competição nenhum dos membros do time tinha conhecimento de estratégias de combate a incêndio. Então, para entender o problema mais profundamente, buscaram apoio do Corpo de Bombeiros de São Carlos. Lá, puderam entender os desafios e riscos enfrentados, podendo levantar ideias de como a utilização de drones poderia diminuir os riscos de acidentes e tornar as operações mais efetivas.
“Na nossa abordagem, um dos drones do swarm lidera os demais, auxiliando-os a se posicionarem para lançar substâncias antifogo nas regiões periféricas às chamas, evitando, assim, que o fogo se propague rapidamente para regiões ainda não atingidas”, explica Cavalcante. Esta estratégia de combate a incêndios executada pelos drones e programada pela Equipe Atena tem como base a forma como os bombeiros atuam.
Em busca da inovação aeroespacial
A apresentação dos projetos para a comissão julgadora aconteceu nos dias 28 e 29 de outubro, no campus da USP em São Carlos, com participação das três equipes finalistas, representantes da Escola de Engenharia de São Carlos (Grupo Semear), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
“O tema do combate a incêndios em florestas usando múltiplas aeronaves autônomas não é trivial”, destaca Glauco Caurin, professor da EESC e um dos organizadores do desafio, que foi de responsabilidade do Swedish Aerospace Research Center (SARC) e da Brazilian Aerospace Research and Innovation Network (BARINet), com suporte do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB), dentre outros.
A equipe vencedora irá, em 2023, para a Suécia. O foco da viagem é conhecer o ecossistema de inovação aeroespacial daquele país, visitando indústrias e universidades, e reforçar o intercâmbio entre Brasil e Suécia nas áreas de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento.
“Nos orgulhamos de poder organizar um evento internacional em São Carlos, em especial, a oportunidade de mostrar a nossa infraestrutura e os trabalhos de ensino, pesquisa e extensão que desenvolvemos na USP”, ressalta Caurin. “A vitória do grupo Semear nos deixa ainda mais felizes; coroa todo o esforço da organização e mostra que estamos fazendo um trabalho de formação de classe mundial na EESC”, conclui.
No próximo ano, a nova edição da competição quer integrar profissionais e estudantes do Brasil e da Suécia, aumentar o número de equipes, estimular e motivar o compartilhamento de experiências. “Uma primeira proposta a ser apresentada ao Conselho Consultivo da competição é a criação de equipes mistas compostas de alunos de ambos os países”, destaca Caurin.
“Esse tipo de competição é extremamente benéfico porque dá oportunidade aos estudantes de superar barreiras reais, que serão encontradas no mercado, e também estimula o surgimento de soluções práticas, que podem auxiliar o mundo todo – como a proposta vencedora do grupo brasileiro”, conclui Alessandra Holmo, managing director do CISB.
Para saber mais sobre o grupo Semear acesse o site semear.eesc.usp.br e siga as redes sociais Facebook e Instagram.
Por Jornal da USP
Texto adaptado da Assessoria de Comunicação da EESC-USP com informações do MSL Group