Eventos on-line e por vídeo sobre a produção teatral buscam envolver público e artistas em tempo de isolamento
Imagem de divulgação do Tusp em Casa, programa do Teatro da USP, no núcleo de São Carlos – Imagem: USP
O Teatro da USP (Tusp) está propondo diversas atividades que procuram manter na ativa tanto o público interessado em cultura quanto profissionais da área do teatro. Por meio do programa Tusp em Casa, o teatro está mantendo parcialmente suas atividades e contribuindo para preservar as ações ligadas ao cenário teatral.
Desde o dia 6 deste mês, o site do Tusp está recebendo vídeos do público sobre três temas: “Dramaturgia”, “Fazer artístico” e “Acervos de pesquisa e memória”, cada um seguido de uma proposta: “Que peça você sugere para ser lida hoje?”, “Como você, artista, está dando continuidade a seu trabalho em tempos de isolamento?” e “Onde e como é possível estudar e pesquisar teatro a distância?”, respectivamente.
Ilustrações divulgam atividades do Teatro da USP em tempos de isolamento social – Imagens: Tusp
Os vídeos podem ter duração de até cinco minutos. Sobre o primeiro tema, o autor do vídeo pode ler um trecho de uma peça e comentar sobre sua importância. Já sobre o fazer artístico, o Tusp convida artistas a “apresentar sua compreensão, seus planos, sua pesquisa ou mesmo demonstre algo ligado à sua prática artística em tempos críticos de isolamento social”. O terceiro tema também envolve recomendações, mas desta vez sobre material de pesquisa, de preferência que possa ser acessado on-line. O vídeo deve ser enviado para o e-mail tuspline@usp.br, informando nome, atuação profissional e localidade.
Segundo a orientadora de arte dramática do Tusp São Carlos Cláudia Alves Fabiano, essas atividades promovem diálogos essenciais em tempos de pandemia. “É uma possibilidade de compreendermos como a arte pode nos ajudar a refletir sobre este momento e enfrentá-lo”, conta, ressaltando o destaque ao tema da coletividade que as atividades carregam. “Não existe teatro virtual, mas o teatro é feito de pessoas juntas, fazendo coisas juntas, pensando juntas. É quase como um preparo para o nosso reencontro.”
O Tusp atua não só em São Paulo, mas também em Bauru, Ribeirão Preto e São Carlos. Em São Carlos, há atividades exclusivas. Ali, as atividades intituladas Núcleo Tusp Dança-Teatro e Projeto Teatro Aberto continuam, por meio de atividades remotas. Ambos estão realizando encontros virtuais para compartilhar conteúdos e discutir sobre a produção de arte no isolamento. Os trabalhos do Núcleo Tusp Dança-Teatro podem ser conferidos no Instagram pelo perfil @tuspdesanca.
“Não esperamos com essas ações substituir a importância da presença física no teatro”, conta Cláudia. “Ao contrário, esperamos que essas ações ajudem a perceber o quanto a presença e o trabalho coletivo são essenciais e como a distância e o isolamento nos fazem perceber isso com mais força ainda.” A orientadora ainda comenta a situação dos artistas, que se veem em um novo cenário na quarentena: “Todos os orientadores de arte dramática, direção e vice-direção do Tusp são também artistas, então conhecemos a fundo a realidade da arte e do artista no Brasil, porque também é nossa luta diária, e estamos tentando saídas para amparar os artistas e espectadores. Esperamos que as respostas a essas perguntas – onde podemos pesquisar, o que podemos ler, como estamos nos virando nesse momento – possam nos ajudar a elaborar novos projetos de atuação em tempos de pandemia”. Sobre a importância da arte durante a quarentena, ela comenta: “Metaforizar a vida é ver saídas onde parece que elas não existem. Mas existem, e a arte faz isso. A arte é um tipo de respirador”.
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Por Marcus De Rosa do Jornal da USP
