Marcos Garcia Neira comenta relatório encaminhado ao MEC com contribuições da USP para a Política Nacional do Ensino Médio
Na última quinta-feira, a Universidade de São Paulo enviou relatório com contribuições para a Política Nacional do Ensino Médio. A consulta foi proposta pelo Ministério da Educação (MEC) e tinha como objetivo receber sugestões e propostas da sociedade civil, da comunidade escolar e de especialistas na temática acerca da nova política escolar.
Marcos Garcia Neira, professor da Faculdade de Educação (FE), pró-reitor adjunto de Graduação e coordenador do grupo de trabalho para o Novo Ensino Médio da USP, explica que a ideia da proposta não é derrubar o que já foi feito até o momento, mas sugerir algumas mudanças para que a nova organização estudantil passe a funcionar com mais eficiência.
No relatório, é possível encontrar, além de uma análise crítica dos problemas que foram encontrados, a partir da opinião da comunidade, uma série de recomendações. “Eu destacaria a importância do conhecimento científico e das experiências envolvendo as disciplinas que tradicionalmente compuseram o ensino médio”, afirma Neira.
Assim, o documento defende que ao menos 2.600 horas sejam dedicadas ao aprofundamento em matérias como Artes, Geografia, História, Física, Química, Sociologia, Língua Portuguesa, Matemática, entre outras. Outras 600 horas também deveriam ser dedicadas aos itinerários formativos. “Observe que a proposta da USP não defende a revogação da Lei 13.415, mas sugere uma recomposição dos conhecimentos e dos tempos dedicados à formação básica geral e aos itinerários formativos”, explica Neira.
O professor destaca ainda que é importante que os itinerários dialoguem com os estudantes e com os locais em que as escolas se encontram. Assim foi elaborada uma série de alternativas que recebem os nomes de “componentes curriculares” que se encontram muitas vezes distantes daquilo que configura os interesses dos jovens contemporâneos.