Novo Guia de Identidade Visual pretende fortalecer a marca USP

Portaria publicada pelo reitor da USP instituiu parâmetros normativos para o uso da marca e do brasão da Universidade; órgãos centrais terão que se adaptar aos novos critérios em até seis meses

A USP se comunica de várias maneiras e grande parte das mensagens que ela emite são visuais: “pode ser pela foto do jornal na qual aparece a placa de uma unidade, pelo uniforme do funcionário que atende o público, pela pintura do ônibus que circula pelas ruas ou pela maneira de grafar a sigla USP no folheto de um evento”. Esse contexto fez parte de um estudo de 1996 sobre a identidade visual e da imagem institucional da Universidade, que já alertava para a necessidade de se fazer uma coordenação entre as mensagens visuais que a USP emite, pois existe “uma variação exagerada em sua linguagem gráfica”.

Para acabar com essa variação nas diversas iniciativas e materiais oficiais e fortalecer a imagem institucional da Universidade que foi eleita a 85ª melhor do mundo, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Júnior publicou uma portaria nesta quinta-feira, dia 31 de agosto, para instituir o Guia de Identidade Visual da USP, que contém os parâmetros normativos para o uso da marca e do brasão da Universidade. As orientações devem ser seguidas pelas Pró-Reitorias, Superintendências e demais instâncias da Administração Central, que têm 180 dias para de adequar aos novos critérios e normas gerais de aplicação da marca da USP.

O guia está disponível on-line neste link e será atualizado sempre que necessário. Os parâmetros não são obrigatórios para as Unidades de Ensino, Museus e Institutos Especializados, que podem utilizar as normas gerais do Guia de Identidade Visual como sugestões para a confecção de seus materiais, sem a necessidade de abandonar logotipos próprios.

Trabalho feito a várias mãos

Dorinho Bastos, professor da ECA USP – Foto: Divulgação/ PRG USP

Elaborado pela Superintendência de Comunicação Social (SCS) da USP, o Guia de Identidade Visual da USP é resultado do trabalho de várias pessoas que, desde o estudo da comissão de 1996 e do documento USP e sua identidade visual, vêm lembrando os gestores universitários da importância desse tema.

“A USP foi criada a partir de faculdades e escolas que já tinham suas próprias marcas, então ela desenvolveu essa tendência para criar marcas para as novas unidades que foram aparecendo. Mas os órgãos centrais precisavam ter um critério: uma pró-reitoria, por exemplo, não pode ter uma marca”, destaca Heliodoro Teixeira Bastos Filho, conhecido como Dorinho, professor no curso de Publicidade da Escola de Comunicações e Artes (ECA). Ele esteve na comissão de 1996 e, desde então, atuou como um guardião da marca USP, lembrando da necessidade de se estabelecer critérios para uma identidade visual da USP. Como Dorinho trabalha todos os anos com seus alunos na Campanha de Recepção aos Calouros, sempre esteve em contato com pró-reitores e buscou levar esse recado aos gestores.

Dorinho critica a abundância de marcas dentro da Universidade e lembrou de um pedido que recebeu para fazer um logotipo para uma das bibliotecas da USP. “Não tem lógica criar um símbolo específico para cada órgão. Na ECA, por exemplo, não deixamos que os departamentos criassem suas próprias marcas porque é o nome da Escola de Comunicações e Artes e da USP que deve sobressair, o nome do departamento é um complemento que deve vir escrito embaixo”. Foi com essa reflexão que Dorinho apresentou na gestão anterior um guia para a USP e o trabalho da SCS se baseou nessa última versão.

Símbolos que são patrimônio da Universidade: o brasão de armas e o logotipo criado em 1977

Outro professor que contribuiu para avaliar os critérios de identidade visual, e também esteve na comissão de 1996, é Chico Homem de Melo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Ele acredita que a USP tem dois patrimônios em termos de identidade que são o brasão, por motivos históricos e pela sua solenidade, e o logotipo, como trabalho de qualidade em termos de desenho gráfico feito em 1977. “É um trabalho que continua atual e respondendo perfeitamente enquanto sinal a necessidade de comunicação contemporânea”, diz.

“Entendemos que pelo caráter solene e histórico do brasão ele deveria estar vinculado às manifestações da reitoria, entendida como uma unidade, e o logotipo teria uma difusão mais ampla e uma simplificação do seu uso porque ele tem uma grande potência que pode ser explorada enquanto identidade que pode ser gerida cotidianamente com liberdade, sem grandes regramentos mas com critérios mínimos”, explica.

Chico Homem de Melo e João Sette Whitaker Ferreira, professores da FAU USP – Foto: Divulgação/ PRG USP

As ideias que embasaram o guia também utilizaram reflexões do diretor da FAU, o professor João Sette Whitaker Ferreira. Ele destaca a existência de marcas fortes que pertencem às unidades da USP que acabam formando “bolhas” de identidade institucional, como no caso da própria FAU que é conhecida entre os arquitetos e da Esalq (a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) que é referência na área de agronomia. “Mas são marcas desconhecidas do público, ao contrário do nome USP, que as pessoas já conhecem mais. Mesmo no exterior, em seminários internacionais, as pessoas reconhecem a USP mas não a marca das unidades”.

Por isso, ele acredita que aos poucos as unidades devam dar mais destaque ao símbolo USP. “A USP unificando uma identidade para todos os órgãos administrativos já é um bom começo”, conclui.

Parâmetros para uma identidade visual

A ideia do novo guia é orientar os órgãos administrativos da Universidade para que unifiquem a identidade visual e saibam facilmente aplicá-la em diversos materiais

Exemplos de assinatura em duas e três instâncias de órgãos administrativos

Para baixar o guia completo clique aqui.

Identidade visual como rotina

Na área de comunicação da Universidade, o trabalho com a identidade visual da USP sempre fez parte da rotina dos funcionários, principalmente os que trabalham com design gráfico, diagramação e webdesign. Muitas dúvidas sobre o uso do logotipo e do brasão chegam por e-mail e, por isso, a SCS já disponibilizava na internet uma página com os arquivos oficiais do brasão e do logotipo da USP, além de alguns parâmetros básicos de uso. Essa ação ajudou a uniformizar o uso dos dois símbolos, já que uma simples busco no google por “logo da USP” já leva aos aos arquivos oficiais. Com a elaboração do Guia de Identidade Visual, essa rotina promete melhorar, já que ele é mais detalhado e traz as especificações de uso para todos os órgãos administrativos.

“Poder colaborar na organização do Guia de Identidade Visual da USP me deixa muito orgulhoso. Ver que esses elementos estavam presentes ao longo de toda a história da Universidade, e poder reunir eles, formalizar suas formas corretas de aplicação e usos, vai ajudar a reforçar ainda mais a identidade da USP para toda comunidade interna e externa”, ressalta George Campos, que coordena projetos especiais na SCS.

Moisés Dorado, que é chefe de Arte, Foto e Vídeo na SCS, também participou da elaboração do guia e acredita que ele vai contribuir para mostrar uma unidade da instituição e da sua imagem diante dos públicos interno e externo. “Desde 1995 acompanho a discussão sobre a representação dos símbolos da Universidade e de sua importância para a comunicação visual, seja nos documentos oficiais, originados na reitoria e nas unidades, seja em outros materiais, documentos ou objetos das mais variadas finalidades”, diz. Ele cita como exemplo a nova fachada da Superintendência de Prevenção e Proteção Universitária (SPPU), em frente à Praça do Relógio, na Cidade Universitária, que acaba de utilizar os símbolos institucionais seguindo os parâmetros de identidade visual que constam do guia.

A publicação contou com outros colaboradores que participaram das discussões em diferentes épocas, de professores a estagiários, todos citados no guia.

Para ler a portaria que dispõe sobre a instituição do Guia de Identidade Visual da USP clique aqui.

Confira o Guia de Identidade Visual da USP neste link.

Por Jornal da USP

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