Novo modelo para a pós-graduação, avaliação dos programas, internacionalização e ações afirmativas foram alguns dos temas discutidos na reunião
O Conselho Temático de Pós-Graduação foi realizado no dia 13 de dezembro – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Nesta quarta-feira, dia 13 de dezembro, o Conselho Universitário realizou uma sessão temática para discutir a pós-graduação na Universidade.
Rodrigo do Tocantins Calado de Saloma Rodrigues – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
“Essa é uma oportunidade para fazer um apanhado geral da nossa pós-graduação e pensar nos próximos passos. Recebemos um legado muito bom dos que nos antecederam, mas ainda há muito o que fazer. O mundo muda muito rápido e a Universidade não pode ser lenta para tomar suas decisões e fazer suas mudanças”, ressaltou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior, na abertura da reunião.
Com 265 programas de pós-graduação, sendo 72% com conceitos 5, 6 e 7 da Capes, a USP titulou 19% dos docentes atuantes em todo o Brasil.
“A USP foi extremamente importante para o desenvolvimento da pós-graduação no Brasil, mas daqui para frente, é importante pensarmos em mudanças e aprimoramento dos nossos processos para que continuemos conduzindo a pós-graduação nacional”, explicou o pró-reitor de Pós-Graduação, Rodrigo Calado.
A sessão temática apresentou um panorama geral da pós-graduação na USP, analisando sua diversidade e complexidade, discutindo suas potencialidades e apresentando propostas de aprimoramento. Entre os temas que foram abordados estão evasão, fontes de financiamento das bolsas, internacionalização dos programas, ações afirmativas e autoavaliação.
Diagnóstico da pós-graduação na USP
Adenilso Simão – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
O pró-reitor adjunto de Pós-Graduação, Adenilso da Silva Simão, apresentou um diagnóstico das características demográficas dos pós-graduandos da USP, como distribuição por gênero, cidade de origem e faixa etária.
Entre os diversos dados apresentados, Simão chamou a atenção para a idade média com que nossos alunos obtém o título: 32 anos para o mestrado e 37 anos para o doutorado. “Essa informação nos faz pensar sobre como podemos motivar os melhores cérebros a fazer o mestrado e o doutorado. As oportunidades que podemos oferecer a eles após a titulação”, afirmou.
Novo modelo para a pós-graduação
A segunda parte do encontro foi dedicada à discussão sobre o rumo da pós-graduação no Brasil e propostas de mudanças como o ingresso integrado, a fusão e a integração de programas, a promoção da interdisciplinaridade e a tendência de queda do número de inscrições nos programas.
“Nossa formação é bastante longa, o que não parece ser muito atraente para possíveis candidatos. Nesse momento em que constatamos uma diminuição na procura pela pós-graduação em todo o mundo, estamos propondo a construção de um novo modelo que repense a seleção, tornando-a mais voltada para os interesses do estudante do que do corpo docente, e que privilegie uma formação interdisciplinar, incorporando valores humanísticos e éticos”, explicou Calado.
De acordo com o pró-reitor, “são propostas que tentam encurtar a formação na pós-graduação, passando de nove anos para cerca de cinco anos para se obter o doutorado, e de dois a três anos para o mestrado. A ideia é que não exista uma hierarquia entre mestrado e doutorado, mas que sejam formações com objetivos distintos, uma aplicação mais acadêmica ou mais profissional”, afirmou.
O pró-reitor fez questão de agradecer o comprometimento e a eficiência da equipe que compõe a Pró-Reitoria de Pós-Graduação – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Para Carlotti, que também já ocupou o cargo de pró-reitor de Pós-Graduação, “é característica da pós-graduação ser versátil e diferente, mas há alguns aspectos que podem ser considerados benéficos para todos os programas como facilitar o processo de seleção, reduzir o tempo entre o término da graduação e o início da pós-graduação, buscar ativamente os melhores alunos, brasileiros ou estrangeiros, e oferecer uma formação mais diversificada para abranger diferentes perfis de alunos”.
Outros pontos apontados pelo reitor são o oferecimento de disciplinas em inglês e de disciplinas conjuntas com outras universidades.
“Se alguma instituição é capaz de propor uma mudança, essa instituição é a USP. Porque nenhuma outra universidade brasileira tem a bagagem, a experiência e a reputação da USP. A nossa responsabilidade é muito grande, tanto a de fazer mudanças quanto a de não as fazer”, ressaltou o reitor.
Sessões temáticas do Conselho Universitário
Conselho Temático de Pós-Graduação – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Conselho Temático de Pós-Graduação – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
A pós-graduação encerra o ciclo de reuniões temáticas do Conselho Universitário 2023, que debateu os indicadores e os temas relevantes relacionados a cada uma das cinco Pró-Reitorias da Universidade – Graduação, Pós-Graduação, Cultura e Extensão Universitária, Pesquisa e Inovação e Inclusão e Pertencimento.
“A ideia dessas reuniões temáticas é que possamos discutir as atividades-fim da Universidade de uma maneira conjunta, compartilhar interesses, conhecer a situação atual e debater sobre o futuro da USP. Estamos quase na metade da gestão e essa é uma oportunidade para rever o que já fizemos e acrescentar coisas novas aos compromissos que assumimos”, ressaltou o reitor durante a reunião.
Entrega do Prêmio Tese Destaque USP
A novidade da premiação deste ano foi a inserção da categoria Servidor, para a premiação de teses defendidas por servidores técnicos e administrativos da Universidade – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
No dia seguinte ao Conselho Universitário temático, foi realizada a entrega da 12ª edição do Prêmio Tese Destaque USP, no auditório do Centro de Difusão Internacional (CDI).
O autor ou autora da Tese Destaque recebe o prêmio de R$ 10 mil e seu orientador ou orientadora é premiado no valor de R$ 5 mil. As menções honrosas recebem um diploma de premiação.
O prêmio tem como objetivo reconhecer e premiar as Teses de Doutorado de destaque, defendidas nos Programas de Pós-Graduação da Universidade nas suas áreas de atuação, bem como nas áreas distribuídas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, de forma a estimular a constante busca pela excelência na pesquisa.
Texto: Erika Yamamoto
Arte: Carolina Borin e Joyce Tenório – Estagiárias sob supervisão de Moisés Dorado
Por Jornal da USP
