Idealizada pela Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, a lista é uma ferramenta para aumentar a diversidade nas bancas de seleção de docentes
Desenvolver mecanismos para ampliar a diversidade e a inclusão em todos os setores da Universidade é um dos principais desafios da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP).
“A USP conseguiu implantar um programa de inclusão muito significativo, em que metade dos nossos alunos estão entrando por meio de ações afirmativas. Temos agora o desafio de ampliar a inclusão e aumentar a diversidade também no corpo docente, que ainda é majoritariamente branco”, explicou a pró-reitora de Inclusão e Pertencimento, Ana Lúcia Duarte Lanna.
De acordo com o Anuário Estatístico, em 2021, dos 5.412 docentes da USP, apenas 129 se autodeclararam pretos e apenas 1 se declarou indígena. “Estabelecer políticas para ampliar o porcentual de professores pretos é continuar incidindo na construção de uma Universidade diversa, que enfrente as profundas desigualdades e exclusões da sociedade brasileira, sem abrir mão da excelência”, defende a pró-reitora.
Uma estratégia desenvolvida pela PRIP para começar a mudar essa estatística é a criação de uma lista com nomes de docentes pretos, que atuam em diversas áreas do conhecimento, aptos a compor as bancas de seleção de docentes. O objetivo é incentivar que as bancas dos próximos concursos para docentes tenham, pelo menos, 40% de sua composição formada por representantes de grupos minoritários como pretos, pardos e indígenas.
Segundo a pró-reitora, “a USP deve contratar 876 novos docentes até 2026, o que representa uma oportunidade para ampliarmos a diversidade entre professores. Com uma banca de seleção mais diversa, aumenta a possibilidade de atrairmos mais candidatos de grupos minoritários e, eventualmente, sua contratação”.
Lista de docentes pretos
Já está disponível na página da PRIP uma lista com sugestões de pesquisadores pretos, pardos e indígenas que podem ser consultados pelas unidades da USP para a composição das bancas de seleção de docentes.
Qualquer pessoa pode sugerir, pelo formulário on-line, um pesquisador, que deve possuir pelo menos o título de doutor e estar vinculado a uma instituição de ensino e pesquisa. A PRIP verifica a autenticidade dos dados e consulta o docente sobre a inclusão de seu nome na relação.
Com apenas alguns meses de existência, a lista já possui mais de 100 nomes de docentes cadastrados, de todas as áreas do conhecimento e de várias instituições brasileiras.
Por Erika Yamamoto – Jornal da USP