Alunos da USP que participam de atividades extracurriculares contam suas experiências e suas motivações
Aproveitem todas as oportunidades, vivam a riqueza da vida acadêmica.” Com essas palavras, o professor Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP, abriu o ano letivo, no dia 14 de março de 2022, depois de dois anos de aulas a distância e isolamento social devido à pandemia. Em seu discurso, Carlotti sugere que os estudantes, agora com aulas presenciais, não se limitem às atividades curriculares obrigatórias e que busquem conhecimento fora da sala de aula.
Algumas dessas atividades são chamadas de extensão universitária, que é um dos pilares do ensino superior e busca a interação entre a Universidade e a sociedade. As atividades de extensão promovem a troca de saberes e enriquecem o aprendizado. A USP possui vários grupos de extensão e até uma Pró-Reitoria dedicada a promover ações nessa linha: a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária.
O reitor também cita outras formas de participação na vida universitária além da sala de aula: em organizações estudantis, grupos culturais e esportivos e laboratórios de pesquisa. Está em dúvida em qual investir? Conheça como são algumas dessas iniciativas pelo relato dos alunos e busque saber quais são os grupos da sua unidade.
Empresas juniores e empreendedorismo
“Uma grande vantagem de participar de uma empresa júnior é a vivência real do mercado da área, além de já poder contar com uma experiência sem sair da faculdade. Estou tendo a chance de lidar com projetos diferentes e podendo aplicar os conhecimentos do curso de forma concreta”
Atléticas e grupos de esportes
“A atlética me dá, diariamente, ferramentas para que eu me torne mais experiente em vários aspectos da minha vida pessoal e acadêmica. Nela, você tem um espaço que te permite se desenvolver em muitos âmbitos, além de ser um dos melhores lugares para se integrar dentro da faculdade”
Cursinhos comunitários e ensino
“Entrar em contato com alunos de baixa renda, da rede pública, e fazer acreditar que eles, assim como eu, também podem chegar à maior universidade da América Latina, é renovar, de alguma forma, uma esperança em uma sociedade tão desigual quanto a nossa”
Caio César Pereira dos Santos é estudante de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA) e participa do ECursinho, o cursinho de preparação para o vestibular popular da ECA. Ele explica que os cursinhos são organizados principalmente por alunos e oferecem preparação gratuita ou de custo reduzido para pessoas de baixa renda ingressarem na universidade. Com isso, ele diz que “os cursinhos populares buscam democratizar, de alguma forma, não somente a educação, como também a oportunidade de acesso ao ensino superior”.
São cerca de 20 instituições da USP que promovem esse tipo de iniciativa, a exemplo do Cursinho Popular Clarice Lispector, da Faculdade de Farmácia, e o Cursinho da FEA, ambos no campus Butantã; o MedEnsina, da Faculdade de Medicina, na capital; o Cursinho MacVest, da Escola de Engenharia de Lorena, o Cursinho Popular EACH, na USP Leste, e o Cursinho Social Flavi USP, de Ribeirão Preto. No ECursinho, onde Santos participa, os alunos de graduação podem participar tanto da parte administrativa quanto como professores, ministrando aulas nas disciplinas que desejam.
“O aluno que participar de um projeto social vai desenvolver diversas habilidades importantes inclusive para o mercado de trabalho. São elas: trabalhar em grupo, melhorar a comunicação, planejamento, gestão de tempo, tomada de decisão, entre outras. Além disso, muitas empresas veem a participação nessas atividades como um ponto positivo, é algo que chama a atenção”
Karoline Santana Oliveira, aluna de Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (FCF), é vice-presidente da Farmácia Acadêmica Social (FAS), entidade estudantil voltada para a realização de campanhas de saúde para a população externa. Na FAS, ela e os demais membros são responsáveis pela organização e execução de projetos sociais, que incluem desde campanhas de conscientização sobre a vacinação até atividades de educação sexual em instituições de ensino da rede pública.
Inovação tecnológica e programação
“Além do conhecimento técnico, o CodeLab é uma ótima chance de conhecer pessoas de outras unidades/campi, formando amizades e contatos profissionais”
Competições e Desafios
Além da EESC Jr., do Semear e do Warthog, a Escola de Engenharia de São Carlos abriga também outros grupos que, por meio de atividades extracurriculares, participam de desafios, competições e projetos, com destaques nacional e internacional: Tupã, Baja, Aerodesign, Fórmula, Mileage, Topus, ADA, Zenith, Semente e GEISA , entre outros. Nesta página, é possível consultar a relação completa das equipes, incluindo as responsáveis pela organização das tradicionais semanas de engenharia, que acontecem no decorrer do ano.
Debate e argumentação
“Entrei no USP Debates na minha segunda semana na USP e a minha trajetória dentro da Universidade acabou se pautando por ele. Eu me apaixonei pelo esporte e pela prática da argumentação a ponto de mudar meus interesses de estudo dentro do meu curso”
Algumas atividades organizadas dentro da USP atravessam várias áreas do conhecimento e, por isso, unem alunos de diferentes unidades, que se organizam para compor um espaço de formação em uma área específica. Esse é o caso do USP Debates, um grupo criado por alunos voltado para o desenvolvimento das capacidades de retórica e argumentação.
Jess Peixoto, estudante do 3º ano de Letras do campus Butantã e presidente do USP Debates, conta que o projeto foi fundado e é organizado por alunos de diversos cursos. Além do desenvolvimento em retórica e comunicação persuasiva, os participantes acessam formações em diversas áreas, como Relações Internacionais, Economia, Política e Ciência. Para Jess, o projeto oferece um espaço para o desenvolvimento intelectual e humano dos alunos, podendo ser útil a qualquer profissional.
Entidades representativas e coletivos
“Participando dos CAs e dos coletivos, você consegue ter um pensamento mais crítico sobre a sociedade e sobre a Universidade. São espaços para entender os problemas e pensar como você pode interferir para mudá-los”
Coral e atividades culturais
“A pessoa que participa do coral aumenta sua bagagem cultural, aprende a cantar em coro, conhece pessoas incríveis, além de participar de diversas apresentações durante o ano, nos mais diversos e interessantes lugares!”
Por Valentina Moreira – Jornal da USP com informações da USP São Carlos