57 estudantes de 10 a 18 anos participaram da competição que definiu duas equipes para representar o Brasil em evento na Suíça no próximo ano
No palco do evento, as equipes que conquistaram os melhores resultados. À direita, o último em pé é o coordenador nacional do evento, Gustavo Morceli; em frente a ele, abaixado, está o bibliotecário Marcos Teruo Ouchi. Foto: Denise Casatti
Seis estudantes brasileiros se classificaram para representar o Brasil em um desafio internacional de robótica que acontecerá em Genebra, na Suíça, em julho do próximo ano. Junto com mais 51 participantes, de 10 a 18 anos, os estudantes disputaram a primeira edição brasileira do desafio Robótica para o Bem, realizado no último sábado, 30 de novembro, no salão de eventos da USP, em São Carlos.
“Principalmente no começo, a gente ficou muito nervoso porque chegamos aqui, começamos a testar o nosso robô e estava dando muita coisa errada. Mas, no final, a gente conseguiu ganhar”, conta Rafael Prestes Vidal, de 12 anos, que estuda no Colégio Vitória, em Vargem Grande do Sul. Junto com o colega, Thiago Gomes Fernandes, os dois ficaram em primeiro lugar na categoria júnior do desafio, destinada a quem tem de 10 a 14 anos.
Ao dizer como se sentiu depois da conquista, Rafael revela que, além de saber como montar e programar um robô, ele aprendeu sobre a arte de persistir. Para o bibliotecário Marcos Teruo Ouchi, que treinou a equipe da escola estadual Conde do Pinhal, esse é um dos principais aprendizados propiciados pela robótica: “Eu venho das artes marciais e, principalmente no judô, a gente aprende que o mais importante não é o quanto a gente cai, é o quanto a gente se levanta. Então, isso a gente também aprende na robótica: a derrota só vem quando você desiste.”
A equipe treinada por Teruo liderou a competição até o final, quando houve um imprevisto com o robô, e conquistou o segundo lugar na categoria júnior: “O segundo lugar está ótimo. As crianças se esforçaram muito, treinaram muito, e foram treinos muito intensos”. Para ele, o modelo de sucesso que a sociedade nos impõe, de que você sempre tem que ser vencedor, é muito nocivo: “Uma vez que somos vencedores em vários aspectos da vida e, ao mesmo tempo, somos perdedores em outros”.
Estudantes participam do projeto SIBiSC Lab, que tem como objetivo promover a inclusão digital e o desenvolvimento de habilidades nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia, arte e matemática por meio de clubes de estudo. Foto: Denise Casatti
O bibliotecário coordena o projeto SIBiSC Lab, que tem como objetivo promover a inclusão digital e o desenvolvimento de habilidades nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia, arte e matemática. Promovido pelo Sistema Integrado de Bibliotecas do Município de São Carlos (SIBiSC), o projeto disponibiliza clubes de estudo às crianças e jovens da cidade. Antes de participar do clube de robótica educacional, os estudantes participam do clube de xadrez e literatura: “Por meio do xadrez, eu consigo trabalhar habilidades e competências relacionadas ao raciocínio lógico. Na verdade, é todo um modelo mental que vai ser muito útil na hora de uma competição de robótica, por exemplo”.
No encerramento do evento, a professora Roseli Romero, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, reforçou: “Continuem batalhando, a gente vai ter outras oportunidades para vocês estarem aqui concorrendo. Com persistência, com os aprimoramentos que vocês farão nos times e nos robôs, vão conquistar muito. E vocês já ganharam participando dessa competição: o aprendizado já foi iniciado, então, continuem, não desanimem”.